sábado, 15 de janeiro de 2022

NOSSO EGO FERIDO[1]

 

Hugo Lapa

 

Um homem foi procurar um sábio e perguntou:

Mestre, fui muito ofendido por uma pessoa e estou com ódio de tudo isso. O que você me aconselha?

O sábio disse:

Venha cá, meu filho, para que possa te orientar. O homem se aproximou e ficou aguardando. O sábio então pressionou forte seu ombro direito. O homem soltou um grito de dor! Havia uma ferida em seu ombro.

O homem perguntou:

Mestre! Você enlouqueceu? Por que pressionou assim a ferida que tenho no meu ombro direito? Doeu bastante…

O sábio respondeu:

Doeu muito, não é? Agora vou tocar no seu ombro esquerdo com a mesma força. Diga-me o que sente…

O sábio pressionou o ombro esquerdo do homem. O homem disse:

Agora não sinto nada mestre.

Perguntou o mestre.

Por que você não sente nada?

O homem respondeu:

Ora mestre, eu não sinto nada nesse ombro porque aqui não existe uma ferida. Ao contrário do ombro direito, onde existe uma ferida que faz meu ombro ficar sensível a qualquer toque.

O sábio disse:

Exatamente. Só dói onde existe uma ferida, ou seja, onde estamos de algum modo sensíveis diante das ocorrências externas. O mesmo acontece com as ofensas, as agressões verbais, as calúnias, as difamações etc. Uma pessoa te ofende e isso te afeta porque existe uma sensibilidade em você. E essa sensibilidade vem de uma “ferida”, uma fraqueza, uma falta, uma carência etc. E tudo isso vem do nosso ego, do nosso orgulho, da nossa vaidade.

O homem prestava bastante atenção nas palavras do sábio.

Este concluiu:

É necessário então curar essa ferida, resolver essa sensibilidade… e isso se faz deixando de lado o nosso ego. Não havendo mais ego, não há mais como alguém tocar nas nossas feridas, pois o que nos deixa sensíveis a tudo é nosso ego ferido. Quando você resolver isso, todos podem te ofender de diversas formas: você não sentirá nada.

 

 

Fonte: Kardec Rio Preto

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