quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

RELAXAMENTO DOS LAÇOS[1]

 

Miramez

 

Qual seria para a sociedade o resultado do relaxamento dos laços de família?

‒ Uma recrudescência do egoísmo.

Questão 775/O Livro dos Espíritos

 

O relaxamento dos laços de família seria para a sociedade um desastre moral, capaz de reconduzi-la ao primitivismo. O que aconteceria ao corpo se desfizéssemos os órgãos que o compõem? Certamente que seria a morte.

Avançar é a meta de todos nós e, para tanto, necessário se faz que entremos em novos métodos de vida. Quem cresce, amplia suas necessidades, desperta seus dons e essas qualidades devem ser acionadas nos seus devidos sentidos.

Certamente que, pelos caminhos do desenvolvimento, não encontraremos apenas suavidade; observemos os grandes personagens da história; todos eles sofreram a incompreensão dos conservadores, 'daqueles que amam mais o comodismo, que se sentem bem na ociosidade, sem esforço próprio, que não desejam crescer e são contra o progresso. Quem deseja progredir, deve preparar-se para sofrer, pois os mesmos fariseus e escribas estão por toda parte, contra as ideias do progresso, tanto material como espiritual, ou mesmo moral, das criaturas.

Quem se apega somente em combater o erro alheio, nada apresenta em favor dos que padecem. Eles desejam defender aquilo que eles mesmos desconhecem. Eles, como diz a sabedoria popular, "coam um mosquito e engolem um camelo".

A família é o alicerce da sociedade. Nela se assenta a base da harmonia dos povos. Como preparar homens de valor para o amanhã, sem essa base? Criança sem orientação é marginalização à vista. Os governos de amanhã deverão, por necessidade do próprio povo, investir nas famílias para a educação e instrução das novas gerações.

No Evangelho podemos encontrar todas as respostas para a nossa paz, ainda que, muitas vezes, de maneira sutil para a nossa fraca percepção:

Então os dois contaram o que lhes acontecera no caminho, e como fora por eles reconhecido no partir do pão. (Lucas, 24:35)

Jesus acompanhou os dois discípulos no caminho para Emaús, conversou com eles, mas somente deu conhecimento de quem era quando estava dentro do lar, partindo o pão.

Devemos compreender que somente na família podemos saciar a fome de amor e reconhecermos, nesse estágio em que se encontra a humanidade, a Jesus. Ele se encontra dentro de todos os lares, para nos ensinar os princípios do amor.

Desfazer a família é desorientar a humanidade. O combate ao egoísmo começa no lar, porque ali passamos a nos interessar uns pelos outros, já com certo desprendimento. Esta é a verdade. Como criar filhos com bom comportamento, sem a presença dos pais, sem o aconchego dos companheiros em família? Deus fez o homem e a mulher para que os dois iniciassem um mundo dentro de casa, representando todo o universo dentro de um lar.

Embora já tenhamos falado muitas vezes, tornamos a dizer: ninguém consegue viver sozinho, em parte alguma. Todos precisam de todos para se completarem rumo à felicidade. Se queremos ser felizes, trabalhemos para a felicidade dos que viajam conosco no grande caminho da vida. Que Deus nos abençoe, para entendermos as Suas leis, que palpitam em toda parte, e têm o poder de nos libertar, com a liberdade em Jesus Cristo.



[1] Filosofia Espírita – Volume 16 – João Nunes Maia

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