Miramez
Que pensar da teoria da alma subdividida em tantas partes
quantos são os músculos, presidindo cada uma as diferentes funções do corpo?
₋ Isso também depende do sentido que se atribuir à
palavra alma. Se por ela se entende o fluido vital, está certo; se o Espírito
quando encarnado, está errado. Já dissemos que o Espírito é indivisível, ele
transmite o movimento aos órgãos através do fluido intermediário, sem por isso
se dividir.
Não obstante, há Espíritos que deram esta definição.
₋ Os Espíritos ignorantes podem tomar o efeito pela
causa.
A alma age por meio dos
órgãos, e estes são animados pelo fluido vital que se reparte entre eles, e com
mais abundância nos que são os centros ou focos de movimento. Mas essa explicação
não pode aplicar-se à alma como sendo o Espírito que habita o corpo durante a
vida e o deixa com a morte. (Allan
Kardec)
Questão 140 / O Livro dos Espíritos
O Espírito é indivisível e
imortal, e essa notícia nos anima e nos enche de esperança, nos fortalecendo em
todas as atividades que o bem possa nos proporcionar. A imortalidade do Espírito,
a sua comunicação depois do túmulo e a reencarnação, quantas vezes for necessárias,
são uma força a nosso favor, provando, assim, o amor de Deus e a Sua justiça para
conosco.
Os antigos videntes achavam que
a alma se dividia, por tomar o efeito pela causa. Ao verem o Espírito tomando
formas diferentes, e até se dividindo quando conveniente, propuseram a teoria
da divisibilidade da alma, dizendo que essa tomava corpos inferiores, na escala
dos próprios animais. Tomavam o perispírito, ou mesmo o fluído vital, por
Espírito.
Agora que se conhece a função do
perispírito e, por conseguinte, do fluído universal, que ativa nos homens os
órgãos, retiram-se às dúvidas, compreendendo que o Espírito é imortal e que a vida
pode continuar em toda parte.
Deus nos fez semelhantes a Ele,
portanto, com todos os atributos de vida, e as Suas mãos puras, nunca poderiam
dar nascimento à obra imperfeita; entretanto, Ele traçou uma trajetória para
todos os Seus filhos, de maneira a exigir os seus esforços na conquista da felicidade.
Cada vez que cresce a inteligência do homem, cada vez que o Espírito se eleva,
ele se integra mais na verdade e a própria ciência o ajuda na compreensão das
verdades imortais.
O Espiritismo é uma ciência
dotada da mais profunda religiosidade, com consequências filosóficas, de modo a
entender e ensinar aos seus profitentes[2]
a ciência da vida e a revelar todas as leis naturais criadas pela Divindade. É
nessa revelação que ficamos compreendendo o que existe no campo espiritual, o
trabalho dos Espíritos e a assistência dada por eles aos homens. Ainda mais,
ele ensina os processos mais acertados da comunicação entre os dois planos e as
diretrizes que se pode tomar para comunicar com os benfeitores da humanidade. A
mediunidade é a chave de toda essa doutrina; se queremos usá-la bem, busquemos
no Evangelho de Jesus os seus variados métodos, simples, mas profundos, de
educação dos sentimentos. Surgem todos os dias novas etapas de esclarecimento,
novas lições que enriquecem o coração e engrandecem a inteligência. Logo que
nos cientificamos de que a alma é imortal e que quando na carne podemos nos
comunicar com os que já passaram para o outro lado da vida, anima-nos toda à
vontade de viver, devido à ideia da imortalidade sustentar a nossa esperança.
Procuremos cada vez mais
estudar, meditar, e orar, buscando encontrar as equações do problema do
Espírito, que encontraremos as lições cada vez mais claras e de fácil entendimento.
É o “batei e abrir-se-vos-á”, é o “buscai e achareis”. Tudo é vida e nada
morre. A semente é lançada ao solo para renascer e prosperar.
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