segunda-feira, 9 de agosto de 2021

DJANDIRO RODRIGUES DA SILVA[1]

 


Mais um grande trabalhador anônimo da Seara de Jesus voltou ao Plano Espiritual – Djandiro Rodrigues da Silva ‒, às 12 horas do dia 15 de abril de 1994, no Hospital São Salvador, em Além-Paraíba (MG).

Renascera em 26 de agosto de 1909, no distrito de Floresta, Município de Cantagalo (RJ), passando quase toda essa existência na Vila de Porto Velho do Cunha, 3º Distrito da Cidade do Carmo (RJ).

Casando-se em 11 de abril de 1931, com D. Ambrósia Sydio – outra incansável colaboradora das lides espíritas (já desencarnada), deixou 8 filhos, 25 netos e 4 bisnetos.

Lavrador nos primeiros anos, padeiro por longo período, ingressou na Light, na Ilha dos Pombos, em 2 de setembro de 1943, onde permaneceu até aposentar-se em 31 de março de 1976, dando sempre testemunho de pessoa cumpridora de suas obrigações, como autêntico espírita cristão.

Está o nosso focalizado intimamente ligado ao Centro Espírita Celina, localizado em Porto Velho do Cunha, instituição que enormes serviços tem prestado à coletividade, independente das dificuldades de ordem material e à incompreensão de muitos.

Antes da criação do “Celina”, que ocorreu em 5 de agosto de 1944, um grupo de poucas pessoas resolveu estudar, em Porto Velho do Cunha, o Evangelho do Senhor Jesus, com base na codificação de Allan Kardec, seguindo o exemplo da família Veiga Barbuda, sitiantes vizinhos. Desse pequeno grupo inicial fazia parte o farmacêutico Augusto Belo, de lugarejo próximo e que, além de ser um estudioso da Doutrina Espírita, era médium receitista, tendo sido instrumento de inúmeras curas. Reunia-se nas residências em sistema de rodízio.

A repercussão dos estudos e das curas atraia novos participantes, o que passou a dificultar a realização das reuniões no sistema mencionado, exigindo um local específico. Vencendo enormes sacrifícios iniciaram a construção de um barraco no quintal da residência de um dos componentes do grupo. Quase pronto, foram as obras embargadas por iniciativa de católicos da Igreja local, sendo o confrade Djandiro intimado a comparecer à presença do Juiz, por diversas vezes. As novas dificuldades e o impasse criado foram contornadas quando um companheiro de ideal cedeu para uso das atividades do grupo um pequeno anexo (2m x 4m) de sua residência, culminando com a criação do Centro Espírita Celina.

Passado algum tempo desencarnou Lino da Silveira (então Presidente), assumindo o confrade Djandiro, na época morador na Ilha dos Pombos. Fácil é calcular-se as dificuldades, tais como a distância de quatro quilômetros sem meios de transporte entre o “Celina” e a Ilha dos Pombos; as enchentes periódicas do Rio Paraíba impedindo, por vezes, a ligação entre as duas localidades. Mas as atividades continuaram; duas reuniões doutrinárias semanais, aulas de Evangelização para as crianças, graças ao auxílio prestado por colaboradores, sendo de destacar-se o de D. Ambrósia e do Senhor Sebastião Lopes de Oliveira.

Novas dificuldades surgiram e provocaram a interrupção das atividades por alguns meses. Com a ajuda do Senhor Ronaldo J. da Silveira, de passagem pela localidade, foram os empecilhos vencidos e as atividades reiniciadas.

Daí para frente o “Celina” não mais parou... Com Djandiro sempre cauteloso, fraterno, ponderado, submisso aos preceitos evangélicos, e com ajuda de outros trabalhadores prosseguiu a sua tarefa.

Para encerrar focalizamos, entre outras, duas ocorrências extra-estatutos do “Celina” e com atuação pessoal de Djandiro:

a) Criado o “Posto de Saúde” sem ter sede, o “Celina” abriu suas dependências para o atendimento a todos, independentemente de filiação religiosa;

b) Por ocasião da epidemia de tifo que causou a desencarnação de muitas pessoas e diante das dificuldades financeiras da população, os cadáveres eram colocados, à noite, na porta da Igreja e esta os enterrava envoltos em lençóis. Foi então criada no “Celina” e colocada na entrada da sede (e lá permanece) uma “Caixa de Socorro”, o que permitiu, daí em diante, adquirir a madeira necessária à confecção das urnas funerárias. Posteriormente, os recursos têm sido utilizados para socorro urgente a necessitados carentes, em momentos difíceis;

c) Com inauditos esforços o irmão Djandiro, coadjuvado nesse mister pela Professora Terezinha Ângela Ghetti Senra e pelo confrade Otacílio Rodrigues e outros colaboradores do Centro Espírita Celina, foi construída outra dependência que, inaugurada, se destinaria não só a Biblioteca, como também para o funcionamento da Escola Espírita de Evangelho “Maria de Nazaré”, que contou com representantes não só da USEERJ, mas também da Casa de Ismael. Djandiro foi um grande admirador da Federação Espírita Brasileira, tornando-se em Porto Velho do Cunha e em outras regiões um verdadeiro agente de divulgação de suas obras, até mesmo carreando assinantes para a revista Reformador, seu órgão de orientação doutrinária.

Compareceu ao sepultamento de seu corpo no Cemitério local grande número de pessoas espíritas e não espíritas que admiravam o seu trabalho, não só de Porto Velho do Cunha, de Além-Paraíba e da Cidade do Carmo, mas também de outras cidades circunvizinhas.

Ao Espírito Djandiro Rodrigues da Silva as nossas preces e à sua Família a nossa solidariedade cristã.

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