Richard Simonetti
Os grandes princípios morais têm
características de universalidade e eternidade, isto é, servem para todos os
quadrantes do Universo, em todos os tempos.
O exercício do Bem como caminho
para a felicidade é um exemplo marcante, sempre evocado em todas as culturas e
religiões:
Budismo: O
caminho do meio entre os conflitos e a dor está no exercício correto da
compreensão, do pensamento, da palavra, da ação, da vida, do trabalho, da
atenção e da meditação.
Confucionismo:
Não se importe com o fato de o povo não conhecê-lo, porém esforce-se de modo
que possa ser digno de ser conhecido.
Judaísmo: Não
faça ao próximo o que não deseja para si.
Islamismo: A verdadeira
riqueza de um homem é o bem que ele faz neste mundo.
Cristianismo:
Faça ao semelhante todo bem que deseja receber.
Espiritismo:
Fora da caridade não há salvação.
Há uma dificuldade na vivência
desses princípios, caro leitor.
Pedem divina base altruística: a
disposição para cuidar dos outros. Contraria a humana base egoística: a vocação
para cuidar de si mesmo. Todo o mal do mundo sustenta-se na tendência humana de
cada qual resolver-se. Quanto aos outros, que se danem!
Corrupção, adultério, furtos,
assaltos, estupros, assassinatos, guerras, massacres, conflitos e todos os
demais males que afligem a Humanidade inspiram-se nessa maneira de ser.
E mais, leitor amigo: o egoísmo
individual projeta-se no comportamento das nações, que elegem por modus operandi tirar todo proveito
possível nas relações internacionais, partindo, não raro, para a agressão,
exercitando domínio sobre outras nações.
A História é um suceder de
guerras entre países, desde as tribos primitivas que disputavam espaço e
domínio com o tacape, aos países que o fazem com sofisticados engenhos de
guerra que dizimam populações e espalham o terror.
Isso, supostamente, em nome de
melhores condições de vida, em regimes totalitários, ou em nome da liberdade,
em países que se dizem democráticos.
Quando esse desvio for
corrigido, invertida essa tendência, isto é, quando aprendermos a pensar nos
outros e que se danem os interesses pessoais, estaremos construindo na Terra o
Reino de Deus.
Essa é a regra de ouro do
Cristianismo, esse é o empenho a que somos convocados permanentemente, onde
estivermos, junto à família, na vida social, na profissão, na atividade
religiosa, fazendo pelo próximo todo o bem que gostaríamos nos fosse feito.
À medida que se dissemine, esse
altruísmo individual acabará se projetando na consciência das nações,
favorecendo o fim dos conflitos, das loucuras da guerra.
Então a paz reinará, finalmente,
soberana no Mundo.
Certamente, amigo leitor, isso
não vai acontecer do dia para a noite. Muita água vai rolar no rio do tempo,
até que o altruísmo esteja na consciência dos povos. Mas, enquanto isso não
acontece em nível coletivo, podemos fazê-lo tranquilamente em nível individual,
sob inspiração da Doutrina Espírita, que nos oferece uma visão muito clara dos
tormentos a que estão destinados, no mundo espiritual, os egoístas.
Conscientes de nossas
responsabilidades, sejamos, amigo leitor, os vanguardeiros dessa transição do
egoísmo para o altruísmo, cultivando o esforço do Bem.
Assim, antes que o Reino de Deus
se instale na Terra, haveremos de edificá-lo em nosso próprio coração.
Antes que a paz se estenda aos
homens, teremos pacificado a nós mesmos.
Fonte: Kardec Rio Preto
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