Nasceu em 02 de junho de 1903,
no bairro da Casa Amarela em Recife. Era filha de Xavier Alexandre Philippini,
de nacionalidade francesa e Dona Maria Germana Gomes Philippini, brasileira.
Era viúva do grande líder espírita pernambucano Fernando Gomes Ferreira, de
cujo matrimônio teve apenas uma filha, criando, no entanto seis enteados do
primeiro casamento de seu esposo; todos os seus descendentes são simpatizantes
da Doutrina Espírita.
De família tradicionalmente
católica, Blandina Philippini tomou contato com a Doutrina em 1921, pela
leitura de O Livro dos Espíritos.
Consciente das verdades contidas na magistral obra resolveu aprofundar-se no
conhecimento doutrinário, lendo os demais livros da Codificação e de vários
autores e, ao mesmo tempo, iniciou-se na prática, frequentando o Grupo Espírita
Bittencourt Sampaio, revelando tanto interesse pela causa que logo foi chamada
a fazer parte da sua diretoria sendo eleita Vice-Presidente e no ano seguinte
Presidente do Grupo.
Iniciou-se no serviço de
palestras, impondo-se por seu verbo encantador, dominando auditórios com sua
voz vibrante e ao mesmo tempo comovedora; falava das belezas do Evangelho de
Jesus ou de temas doutrinários com a mesma candura. A Federação Espírita
Pernambucana foi buscá-la para o seu quadro de oradores, confiando-lhe o setor
evangélico, tarefa que exerceu por mais de 40 anos consecutivos.
Fundou inúmeras instituições
entre as quais a Sociedade Espírita “Mensageiros do Bem”, da qual foi
Presidente até a data da sua desencarnação. Foi uma das fundadoras da “Casa dos
Espíritas de Pernambuco”, sendo a sua primeira Secretária no Conselho
Deliberativo. Fundou também a “União Espírita da Torre”. Teve grande atuação na
“Comissão Estadual de Espiritismo”, onde ocupou vários cargos, sendo a primeira
Presidente da Ala Feminina, eleita em 1º de setembro de 1950, e quando da sua
desencarnação ocupava a 1ª Vice-Presidência.
Foi uma das grandes animadoras
do movimento espírita pernambucano, participando de acontecimentos de relevo
entre os quais a “Semana da Mulher Espírita Pernambucana”, com encerramento no
Teatro Santa Isabel, com a presença de autoridades civis e militares, confrades
de todo o Estado e Estados vizinhos, tomando parte ativa nessas semanas,
seareiras como Elisabeth Dantas (Niná), Nércia Tavares, Judith Siqueira Braz e
tantos outros valores femininos de Recife, onde a mulher caminha no Espiritismo
passo a passo com os homens. Integrou a equipe de colaboradores de vários
cursos intensivos de Espiritismo, promovidos pela ”Comissão Estadual de
Espiritismo”, que tem a adesão de mais de uma centena de Instituições Espíritas
em todo o Estado de Pernambuco.
Em entrevista para o Museu
Espírita do Estado do Rio de Janeiro declarou que, entre todos os
acontecimentos espíritas do Estado, sua melhor recordação era a comemoração do
Primeiro Centenário do Espiritismo, realizado no parque Treze de Maio, em 18 de
abril de 1957, promovido pela “Comissão Estadual de Espiritismo”.
Colaborou muito na imprensa
espírita pernambucana e de todo o Nordeste, dentre eles “Raios de Luz”, “A
Verdade”, “Paraíba Espírita”, e outros.
Gostava imensamente de poesias e
de declamar em reuniões festivas. Sua inspiração surgia quase sempre no
silêncio das madrugadas, deixando em sua bagagem belos poemas e sonetos. Em sua
juventude trabalhou em Teatro Estudantil, adorava música clássica, apesar de ter
apenas noções teóricas de música.
Tornou-se oradora muito
solicitada para Congressos, Semanas Espíritas, Simpósios e reuniões festivas.
Foi grande animadora da Mocidade Espírita e da Escola Espírita de Evangelização
para Crianças. Declarou que a Mocidade Espírita, que tantos frutos tem
produzido por esse Brasil imenso deve ser incentivada ao máximo, porque é a
esperança de um mundo mais dos moços. Centenas de Instituições Espíritas estão
hoje sob a direção dos moços de ontem. A Mocidade Espírita criada pela visão
extraordinária do professor Leopoldo Machado, que teve a sua fase áurea em
1948, quando da realização no Rio de Janeiro, do Congresso de Mocidades
Espíritas do Brasil, no qual estava representado todo o País, abriu as portas
da Doutrina aos jovens, integrando-os nos trabalhos do Centro Espírita,
proporcionando-lhes o gosto pelo estudo doutrinário e o incentivo pela tribuna
espírita, ombro a ombro, lado a lado, com os mais experimentados, sobretudo no
campo assistencial.
Médium inspirada se
transfigurava na tribuna, ao distribuir as blandícias do Evangelho de Jesus. No
contato com os menos felizes, exerceu moderadamente a beneficência num terreno
muito difícil que é o da pobreza envergonhada, levando a fé, a coragem e o
desejo de viver, a muitos que se julgavam abandonados pela sorte, e que
encontravam nela o apoio seguro.
Blandina Philippini, pela sua
cultura doutrinária, e pelo seu grande amor à Doutrina, sobretudo pela sua
humildade, deu causa a muitas conversões ao Espiritismo. No transcurso de sua
existência terrena, de quase três quartos de século distribuiu luz e amor aos seus
semelhantes.
Desencarnou no dia 23 de maio de
1974, em Recife, Pernambuco.
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