José Lucas – Óbidos, Leiria, Portugal
A Ilusão da Morte
No primeiro
artigo, abordámos como se pode perder o medo da morte, através da razão, da
espiritualidade raciocinada, baseada em factos que comprovam a imortalidade do
Espírito.
Agora, vamos abordar a morte,
propriamente dita.
Desde sempre considerada como
má, a pior coisa que pode acontecer, uma desgraça sem retorno, a morte morreu
com o Espiritismo em 1857, já que demonstrou que a vida continua após o decesso
do corpo físico.
Em termos da pandemia da
COVID19, o número de pessoas que já desencarnaram (faleceram) no mundo todo, já
ultrapassa os 2 milhões (em Fevereiro de 2021).
Pode-se dizer que é pouco, se
comparado com a anterior pandemia, há 100 anos.
No entanto como eu
convivo com a morte?
Como convivo com essa
possibilidade, agora amplificada pela pandemia?
Como reajo à morte de
amigos, conhecidos, colegas, familiares?
De um modo geral, encontramos
nas redes sociais votos de condolências, de pesar, numa maneira de demonstrar
solidariedade, nestes momentos inesperados. Outros, referem-se a perdas de
pessoas, perdas irreparáveis. Outros ainda, respeitando a tradição, deixam
mensagens de “RIP” ou “descansa em paz”.
Mas, se a Doutrina dos Espíritos
(Espiritismo ou Doutrina Espírita – que não é mais uma seita nem religião, mas
sim uma filosofia de vida) demonstrou a imortalidade do Espírito, como encarar
estas práticas sociais, habituais, enraizadas nas religiões tradicionais?
Como é o despertar do
Espírito no mundo espiritual após o decesso do corpo físico?
As pesquisas de Allan Kardec,
utilizando o método científico, as investigações efectuadas pela Metapsíquica e
pela Parapsicologia, as modernas pesquisas em torno da imortalidade, desde o
relatório de Scole (Scole Report) até à pesquisa actual, na Universidade do
Arizona, EUA, do “Soulphone” (telemóvel para falar com o mundo espiritual), vêm
desmontar a falácia da tese materialista da vida, encontrando novos paradigmas,
muito bem estudados, como as Experiências de Quase-Morte (EQM’s), as
Experiências Fora do Corpo (EFC’s), as Visões no Leito de Morte (VLM’s), os
Casos Sugestivos de Reencarnação (CSR) e a Comunicação com os Espíritos por
meios humanos (TCM) e electrónicos (TCI).
Hoje existem provas inequívocas de que a vida continua em outro plano
vibratório (o mundo espiritual).
Comprovada experimentalmente a
imortalidade dos Espíritos, coloca-se a questão: se é assim, como acontece o despertar dos familiares,
no mundo espiritual?
Tal evento ocorre naturalmente,
como se vivêssemos aqui e fossemos mudados repentinamente de localidade.
A vida no mundo espiritual é uma
sequência da material.
Assim sendo, quando largamos o
corpo de carne pelo fenómeno biológico da morte, continuamos no mundo
espiritual, noutro estado vibratório, tal e qual como éramos aquando no corpo
carnal: com os meus defeitos, virtudes e tendências, já que uma simples mudança
de morada não muda o carácter de ninguém.
Se estiver em paz, eu verei
seres espirituais nessa faixa vibracional que me vêm recolher para algum
Hospital ou cidade no mundo espiritual.
Se estiver com complexo de
culpa, por ter sido carrasco da Humanidade, manter-me-ei nessa faixa vibratória
de angústia e sofrimento até que, descubra que é possível estar de modo
diferente, pensando de maneira diferente.
Não há castigo divino nem
recompensa, apenas existe aquilo que somos e fazemos de nós próprios.
Em jeito de brincadeira, um
amigo costuma dizer que, nos funerais, quando o padre diz “Dai-lhe Senhor o
eterno descanso, ou descansa em paz” ele pensa e diz “Senhor, não lhe ligues
que ele não sabe o que diz” (sorrisos…).
Se a vida continua, tal como
aqui, desejar o eterno descanso a alguém é uma praga das piores que existe
(sorrisos…), desejar que o amigo, familiar, esteja, por toda a eternidade, sem
fazer nada, quando nós aqui na Terra ficamos perturbados quando não temos
actividade útil no quotidiano.
Não faz sentido, de facto!
A Doutrina Espírita
(Espiritismo) vem demonstrar que a vida continua noutro estado da matéria (mais
subtil, etéreo), vem explicar que entramos no mundo espiritual tal como somos
agora, com as qualidades e defeitos e, que nos espera um grande plano evolutivo
e feliz, a todos, sem excepção, vida após vida, reencarnação após reencarnação,
até que, um dia, sendo Espíritos puros, não precisemos mais de reencarnar,
tendo a tarefa de com Deus, co-criar.
“Nascer, morrer, renascer ainda, progredir sem cessar, tal é a
Lei"
Bibliografia:
Kardec, Allan - O
Livro dos Espíritos
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