sábado, 13 de fevereiro de 2021

PANDEMIA – VALE A PENA VIVER - I[1]


 

 José Lucas – Óbidos, Leiria, Portugal

 

Medo? Não, obrigado!

Mas o que é que a pandemia da COVID19 tem a ver com a Doutrina Espírita (Espiritismo ou Doutrina dos Espíritos)?

Outra questão se pode colocar: como o Espiritismo vê a pandemia e a Sociedade mundial?

Embora tenhamos tidos várias pandemias ao longo dos séculos, esta afigura-se com características fantásticas: nunca a Humanidade teve tantos recursos, tanto conhecimento, tantos meios para a combater, o que é um facto evidente, apesar do egoísmo que ainda impera na Humanidade.

Fala-se muito do medo da COVID 19, do medo continuadamente difundido pelos órgãos de comunicação social e, da necessidade de não ter medo.

Ora, o medo é uma sensação perfeitamente natural, intrínseca ao ser humano, se em doses equilibradas.

É normal, para que nos protejamos de perigos desnecessários, mas quando exacerbado pode levar ao pânico e paralisar a pessoa, ao nível do controlo das emoções.

Com a doutrina espírita (que não é mais uma religião nem seita, mas sim uma filosofia de vida) foi demonstrada, à saciedade, a imortalidade do Espírito, a comunicabilidade dos Espíritos, a reencarnação e a lei de causa e efeito, bem como a assumpção filosófica da existência de Deus e da pluralidade dos mundos habitados (esta ainda não comprovada cientificamente).

Sabemos que somos seres imortais, temporariamente num corpo carnal e que, depois desta vida, mudaremos apenas de plano existencial (para o mundo espiritual, noutro estado vibracional), durante alguns anos, até que voltemos numa nova reencarnação, num novo corpo, com todo o nosso bojo psíquico adquirido até então.

Se não faz sentido violar as leis dos homens que regem a Sociedade, muito menos faz sentido violar as leis de Deus, nomeadamente com o suicídio, na esperança de fugir de uma realidade do quotidiano, em busca do nada.

O nada não existe, portanto, fugir da vida é opção sem fundamento lógico.

Está provado cientificamente (desde 1857, com Allan Kardec) que a vida continua num patamar vibratório diferente.

De um modo simplista, digamos que na Terra, somos o cubo de gelo e, no mundo espiritual somos o vapor de água, isto em termos de consistência do corpo físico e do corpo espiritual.

 Estando provado cientificamente que a vida continua, o suicídio não tem qualquer eficácia.

Vale a pena viver…

Se sabemos que a vida continua, fará sentido ter medo da morte do corpo carnal?

Obviamente que não!

No entanto, faz todo o sentido ter responsabilidade, não correr riscos desnecessários, fazer a sua parte nas atitudes sociais e, ficar sereno perante aquilo que não está nas suas mãos mudar, mantendo uma atitude mental de confiança em si, nos cientistas, nas estruturas sociais e, essencialmente, em Deus e na espiritualidade superior que conosco convive e interage.

Esta confiança (estudada, pesquisada e confirmada) na imortalidade do Espírito, faz com que lidemos com estas dificuldades pandémicas com mais serenidade, com mais aceitação activa, com maior ligação mental ao mundo espiritual, vendo com alegria, com ânimo, com esperança, o dia de amanhã, que sempre virá, estejamos nós neste ou noutro plano existencial.

Acima de tudo, tendo uma fé raciocinada, uma confiança em Deus, na vida, mantendo a luz da serenidade no nosso interior, fará com que estejamos sempre um pouco melhor, sendo dentro do corpo de carne ou fora dele, devido ao fenómeno biológico natural da morte do corpo físico.

Afinal, se a vida continua, “nascer, morrer, renascer ainda, progredir sem cessar, tal é a Lei”, não faz sentido pensar em suicídio.

Se porventura isso já lhe passou pela cabeça, sinta-se normal, mas reaja de imediato, telefone a alguém, peça orientação a uma pessoa amiga, a um psicólogo, num centro espírita, sempre haverá um ombro amigo para o apoiar neste momento difícil, na certeza de que amanhã, quiçá, seremos nós mesmos a necessitar dessa ajuda interpessoal.

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