Fátima Moura
Muito se tem falado em
mediunidade e no bom uso dela, dentro e fora das instituições espíritas e nós
não podemos nos esquecer de que muitas crianças e jovens já apresentam sintomas
bastante expressivos dessa mediunidade, ao chegarem para a evangelização ou
mesmo em tenra idade.
Na infância, as comunicações com
espíritos acontecem muitas vezes com crianças bem pequenas que dizem poder ver
e ouvir espíritos. Na maior parte dos casos, as crianças não se sentem
amedrontadas ao visualizar presenças extracorpóreas e não conseguem entender
como os pais ou outras pessoas à sua volta, não conseguem ver o que eles estão
enxergando e o porquê.
A médium Yvonne do Amaral
Pereira nos fala de casos interessantes sobre mediunidade na infância.
Com quatro anos de idade, a
menina já dizia ver e ouvir espíritos, os quais, segundo ela, considerava como
pessoas normais. Dois dos amigos invisíveis que apareciam com mais frequência a
ela, eram Charles, a quem ela considerava seu verdadeiro pai, devido a
lembranças que teria de uma encarnação anterior, em que ele teria sido seu pai
e Roberto de Canalejas, que teria sido um médico espanhol em meados do século
XIX.
Yvonne também dizia sentir
muitas saudades de uma encarnação anterior, na Espanha. Considerava seus atuais
familiares, principalmente o pai e os irmãos, como pessoas estranhas, e em
razão desses conflitos, até os dez anos de idade passou a maior parte do tempo
na casa da avó paterna.
Aos oito anos de idade, a menina
viveu um episódio de catalepsia. Durante o sono, visitou uma imagem do Senhor
dos Passos ouvindo da imagem, as seguintes palavras: “Vem comigo minha filha:
será o único recurso que terás para suportar os sofrimentos que te esperam”. A
menina, aceitando a mão que lhe era estendida pela imagem, subiu os degraus do
altar e não se lembrou de mais nada.
É muito conhecido entre as
crianças, o amigo invisível ou amigo imaginário. Hermínio de Miranda relata
fatos realmente interessantes sobre o assunto em seu livro: “Nossos Filhos São
Espíritos”, de forma lúdica e dinâmica.
Com o jovem não é diferente.
Muitos necessitam trabalhar sua mediunidade paralelamente ao aprendizado
absorvido nas Mocidades Espíritas, mas não encontram campo favorável. Tenho
observado com tristeza que em muitas de nossas Casas, os jovens não têm acesso
as mesas mediúnicas, ou porque são estimulados a estudar ad aeternum, nunca recebendo o aval de estarem aptos ou preparados
pelos orientadores de mocidades ou porque as mesas já estão ocupadas pelos
médiuns veteranos, só liberando espaço com a sua possível desencarnação.
Como o assunto é delicado e
urgente, convido os dirigentes, responsáveis e orientadores de jovens a
repensar essas colocações, para que encontremos possíveis soluções. A
existência da mediunidade nos jovens e nas crianças é fato e nós não podemos
ignorar esse assunto.
Fonte: Correio Espírita
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