Paulo Velasco
A maior parte das pessoas
impacienta-se e irrita-se com facilidade, seja com uma manifestação corriqueira
ou acidental.
Determinadas pessoas ainda
desconhecem a dessemelhança entre a irritabilidade e a irritação.
A irritabilidade consiste
somente de uma condição do estado de espírito predisposto, ao passo que a
irritação é o próprio impulso que precipita a irritabilidade. As
características essenciais da irritação são manifestações de impaciência em
total desestabilização, criadas até mesmo, por insignificantes questões. Em
alguns casos, o indivíduo submetido ao experimento de situações circunstanciais
de aborrecimentos pode não se importar e conservar-se imune diante de tais
dificuldades. Todavia, não é capaz de travar o impulso da impaciência diante de
um simplório episódio pouco expressivo. O mesmo indivíduo pode manifestar total
tranquilidade perante a desencarnação de um familiar muitíssimo amado, mas,
contraditoriamente, pode perder a paciência se alguém esbarrar em seu corpo sem
intenção. Essa oscilação de temperamento evidencia que a irritação é um consumo
desnecessário de energia gerada por eventos sem relevância.
A irritação pode originar-se
pela intervenção de pequenos pormenores. Isto não quer dizer que os mesmos
pormenores sejam o agente direto da irritação, mas somente a ponte para
desenvolvê-la. O motivo da irritação, em questão, habita dentro da própria
pessoa. É o resultado da colisão de dois trajetos nervosos, que geram este
conflito. Quando este choque passa a existir, tornam-se visíveis os sintomas da
irritação.
Ainda que a irritação consista
em estimular uma descarga de crise nervosa, ela é dotada de uma incumbência:
Corresponder pela
descarga nervosa a intervenção de sua procedência, como contrapeso ao dano que
uma intervenção qualquer acarretou ao nosso amor-próprio, ou mexeu com nossos
brios. Ela busca menosprezar o elemento originário dessa irritação.
Sabemos que perder a cabeça é
uma coisa que se tornou rotineira nos dias de hoje: pressões no trabalho,
problemas da casa, situações financeiras, tudo isso contribui para momentos de
irritação e nervosismo. Mas há algumas maneiras de controlar a situação. Muitas
técnicas ajudam pessoas que têm problemas de irritação acima da média. Você é
uma delas e ainda não achou a melhor maneira de controlar momentos de
irritação? Eis aqui algumas técnicas que ajudarão a acalmar a sua mente e
contribuirão para uma vida melhor no dia a dia: harmonia espiritual, terapias
complementares, meditações e exercícios físicos.
O problema normalmente se dá
quando a pessoa perde o controle do estado emocional e começa a reagir
intensamente sobre algo que não tem essa devida proporção. Por consequência de
outros sentimentos que surgem muitas vezes ao mesmo tempo, como ansiedade,
agitação, pressa e descontrole emocional, ocorrem alterações fisiológicas,
como: tremor, falta de ar, dor muscular, coração acelerado, pelos arrepiados
etc.
O que desencadeia a irritação
pode ser algo interno ou externo. Existem diversas causas que podem provocar
irritabilidade e descontrole emocional; muitas vezes a causa está no mau
funcionamento do cérebro, e do estado emocional que a pessoa se encontra por
consequência das escolhas e pensamentos que ela tem sobre a vida. Quando
pensamos e agimos de forma irritada recebemos vários feedbacks, respostas e
estímulos de outras pessoas por consequência de nossos atos e isso pode se
tornar uma bola de neve negativa.
Os acontecimentos em si não são
justificativas para um ato grosseiro ou mesmo irritadiço. Na verdade, não são
os outros que nos irritam, mas nós que nos irritamos e nos incomodamos com as
pessoas e situações à nossa volta. O controle está em nossas mãos, cada um pode
fazer diferente com novas ferramentas emocionais e atitudes. Lembre-se “As
pessoas sempre fazem o melhor que podem, segundo seus recursos disponíveis em
cada momento.” Assim como você faz seu melhor no momento, as outras pessoas
também fazem. E a partir da aceitação disso, você pode buscar melhorias, um
estado de melhor resultado e qualidade naquilo que você quer. Todos fazem o que
podem, com as informações que dispõem no momento. Depois que o tempo passou é
mais fácil ver e refletir sobre o que passou, mas não se pode aplicar essa
percepção injustamente, pois agimos segundo o presente. Por isso, todo e
qualquer julgamento pode ocorrer distorções, generalizações ou equívocos, as
atitudes podem dar margem para interpretação impensada e errada.
A impaciência, por sua vez, não
está instalada no seu DNA, nem na sua constituição como ser humano. Trata-se de
um padrão de conduta aprendido. Desse ponto de vista, também é possível
reeducar as emoções para que correspondam a uma forma de agir mais construtiva.
Existem diferentes formas de conseguir isso, mas uma das mais eficazes é
simplesmente praticar a paciência.
O espiritismo acrescenta que a
paciência é a virtude de suportar calmamente as dificuldades físicas e morais,
para vencê-las. Foi exatamente o que Jesus exemplificou durante toda a Sua vida
aqui na Terra; afinal, Ele é o modelo e guia oferecido por Deus à humanidade.
Nessa condição, o Mestre nos ensinou que “é na paciência que ganhareis as
vossas almas” (Lucas, 21:19). Isto quer dizer que a criatura impaciente, que
perde a calma e é incapaz de manter o controle emocional, acaba perdendo sua
alma nos labirintos da perturbação.
E caso você precise vencer a
impaciência, ore assim como Bezerra de Menezes nos orientou no livro “Preces
Espíritas”, do autor Pompílio Possera de Eufrásio, Ed. Eco:
Pai de Amor e
Bondade. Dá-me forças para suportar com paciência as provas por que passo;
ilumina minha alma para compreender o próximo que tudo faz para me irritar;
ajuda-me sempre, Senhor, a ficar calado na hora de qualquer conflito;
ampara-me, a fim de não tomar qualquer decisão precipitada na vida e vir a me
arrepender depois; e que eu tenha, Senhor, muita paciência para perseverar na
edificação do bem, mantendo a calma em todos os momentos da vida.
Assim Seja!
Fonte: Correio Espírita
Nenhum comentário:
Postar um comentário