quinta-feira, 11 de junho de 2020

DIVISÃO DA NATUREZA[1]



Miramez

Que pensais da divisão da Natureza em três reinos, ou ainda em duas classes: os seres orgânicos e os seres inorgânicos? Alguns fazem da espécie humana um quarto reino. Qual dessas divisões é a preferível?
‒ Todas são boas; isso depende do ponto de vista. Encarados sob o aspecto material, não há senão seres orgânicos e seres inorgânicos; do ponto de vista moral, há, evidentemente, quatro graus.
Esses quatro graus têm, com efeito, caracteres bem definidos, embora pareçam confundir-se os seus limites. A matéria inerte, que constitui o reino mineral, não possui mais do que uma força mecânica; as plantas, compostas de matéria inerte, são dotadas de vitalidade; os animais, constituídos de matéria inerte e dotados de vitalidade, têm ainda uma espécie de inteligência instintiva, limitada, com a consciência de sua existência e de sua individualidade; o homem, tendo tudo o que existe nas plantas e nos animais, domina todas as outras classes por uma inteligência especial, ilimitada, que lhe dá a consciência do seu futuro, a percepção das coisas extra-materiais e o conhecimento de Deus. (Allan Kardec)
Questão 585/O Livro dos Espíritos

Do ponto de vista material, a natureza se divide em duas classes: a dos seres orgânicos e a dos seres inorgânicos. Do ponto de vista moral, ela se divide em quatro. É bom que estudemos isso, para termos uma ideia de onde viemos, subindo de degrau a degrau na escala evolutiva da vida. Esses quatro degraus, que são os reinos da natureza, são apenas o respaldo para o despertamento da alma, que vem de muito longe ainda. A sua evolução, desde a saída do foco da sua criação, constitui segredo da natureza, em plena expansão.
Quando a alma sai de um reino para outro, os extremos sempre se confundem e escapam à nossa pesquisa. A saída de um reino para entrar em outro, com sua sutileza, perde-se no invisível dos instrumentos humanos e mesmo na intuição dos sábios. Entretanto, o tempo vai nos aproximando da realidade.
Os minerais buscam as plantas, essas, os animais e esses, o homem; é a subida da alma, tomando variadas formas, para se conscientizar da sua vida, em busca da fonte de onde veio.
A matéria aparentemente inerte é dotada de vida, mesmo que seja em dimensão diferente.
Nada existe sem vida, na criação de Deus. Tudo saiu d'Ele, e Ele, sendo a vida maior, não poderia criar algo sem vida. Há uma força mecânica buscando a evolução da vitalidade e os vegetais, com impulsos irresistíveis, procuram movimentos para alcançar uma inteligência, mesmo que seja instintiva e limitada como nos animais; estes, pela força do progresso, aspiram a ser o homem dotado de razão, que trabalha consciente e inconscientemente para despertar suas qualidades angélicas, adquirindo por evolução o que chamamos intuição.
A vida sabe sempre em todos os rumos do existir, e todos nós ainda somos carentes de sabedoria. Há muitos aspectos da verdade guardados para o futuro que nos espera. A verdade absoluta somente há em Deus, que sempre desconhecemos.
Quem disser que nada desconhece no universo, está evidenciando sua ignorância. Não existe algo feito pelos homens em que não haja cochilos. Somente o Perfeito cria coisas perfeitas.
Somente a Luz pode falar dos efeitos da luz e do seu cortejo para o amor.
A natureza tem muitas divisões, no tocante aos agentes espirituais. Esses Espíritos do Senhor comandam todos os movimentos da água e do ar, da agricultura e da pecuária, das religiões e das ciências, dos animais e dos vegetais, do fogo e das revoluções geológicas, da paz e da guerra, para depois chegarem a um ponto de estabelecer a harmonia na Terra, de modo que ela se transforme em paraíso, onde o amor será todo o necessário para se viver.




[1] Filosofia Espírita – Volume 12 – João Nunes Maia

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