quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

ESTADO DA ALMA DEPOIS DA MORTE[1]



Miramez

Deixando o corpo, a alma tem imediata consciência de si mesma?
‒ Consciência imediata não é o termo: ela fica perturbada por algum tempo
Questão 163/O Livro dos Espíritos

Depois que se processa o fenômeno da morte, é quase comum, por falta de elevação da alma, que ela entre em estado de perturbação espiritual. Os seus sentidos adormecem, é como se ela mergulhasse no sono. No entanto, ela ainda continua ligada ao corpo pelo chamado cordão fluídico, conhecido pelos estudiosos da Doutrina Espírita e por vários outros espiritualistas. Esse laço se desata com o tempo, que varia de alma para alma.
A libertação do Espírito dos liames da carne depende da sua condição moral. Há casos, muito raros, em que, imediatamente após a morte do corpo, o Espírito se liberta sem perda da consciência, assim como, há outros, em que a alma só se livra dos laços, quando o próprio fardo já não existe mais. Ela vive na ilusão, envolvida pela ignorância.
O mais comum é a alma passar algum tempo em estado de perturbação espiritual, recuperando sua consciência no correr do tempo. Depois, se for o caso, quando já estiver madura para receber novas semeaduras da verdade, é conduzida a regiões de aprimoramento, de aprendizado espiritual, para novas investidas na carne, de onde saiu com alguns resultados.
A reencarnação é uma verdade em todos os mundos habitados. Ela é, pois, um processo criado por Deus, para o despertamento do Espírito em evolução. Quem já compreende a necessidade da reencarnação, dará um passo largo nos conhecimentos da lei de justiça e de amor.
Muitos Espíritos dormem, sonhando depois da desencarnação, por faltar-lhes conhecimentos suficientes, de modo a mover a consciência no conhecimento da verdade.
Outros ficam onde se processou seu desenlace, por tempo indeterminado e dali, por vezes, saem para outras etapas de vida, sem reconhecer onde estiveram. Porém, a força do tempo e o amor de Deus, pelas mãos do Cristo, farão o Espírito acordar na carne ou fora dela, para a luz do entendimento.
É essa uma das missões do Evangelho de Jesus: fazer ressurgir quem estava morto, vestir os nus espirituais e saciar a fome de amor dos que choram e sofrem as agressões da própria consciência. A humanidade quase toda passa por essa fase de perturbação espiritual, mesmo animando corpos saudáveis. No entanto, a ignorância das leis de Deus fê-los mortos de entendimento, sem se preocuparem para onde vão, nem de onde vieram. Aos espíritas, a quem falamos mais diretamente, por serem esses os que nos ouvem com mais atenção, que se preparem no percurso da vida na Terra, lembrando-se de que fora da caridade, não há salvação.
Estuda e ora, trabalha e medita, e procura o aprimoramento das tuas faculdades espirituais, a fim de que, no momento da chamada morte, não “morras”, passando para a vida espiritual em plena consciência, para que nós, que estaremos te esperando, sintamos alegria com o esforço do trabalhador que conseguiu vencer a morte e ganhar a vida na sua plenitude.




[1] Filosofia Espírita – Volume 4 – João Nunes Maia


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