Armando Correa de Siqueira Neto- armandocsn@ig.com.br
A Lei de Atração entre os seres
humanos demonstra ser a evidência acerca da qualidade do estado em que nos
encontramos no gráfico evolutivo, pois, ao que tudo indica, somos todos seres
inferiores. Se os holofotes dos fatos incidem sobre o considerável volume de
transgressões existente na atualidade — da mentira prejudicial à violência que
traumatiza ou extingue —, por mais que tantos padeçam pelo conflitante medo e
inquietante mal-estar da convivência tão marcada por extremos de mentalidades,
ainda assim nos encontramos na mesmíssima escola, e o que varia, observa-se, é
o grau de avanço no qual se situa cada aluno.
Embora existam fileiras iniciais
na classe, é na equivalente coexistência que o pessoal do fundão busca, mesmo
sem o perceber, dar novos passos em direção aos confins da espiritualidade à
luz da consciência; esta, caríssima de se obter por sua natureza
transformadora, cuja exigência impõe colossal esforço, além de dedicação por
incontável tempo.
Os espíritos, sempre estudantes
na escola da vida, mantêm-se inquietos e provocadores uns aos outros, sobretudo
àqueles em que os graus de desenvolvimento são distantes e adversos,
aproximando-se, no movimento inverso, quando a sutil atração faz encontrar seus
pares naturais mediante a similaridade pertinente. Exemplo interessante, o
Brasil e seu descontrole relacionado aos crimes de toda ordem, manifesta forte
atração pelo ingresso reencarnatório de espíritos significativamente atrasados,
cuja moral lhes escapa com facilidade desde a infância, dificultando a
luminosidade ética adulta de se instalar com a devida lucidez, restando, pois,
a obscura ignorância como obstinada companhia e a deficiente educação a corroer
as oportunidades. Ainda que outros países denominados de primeiro-mundistas
possam revelar o seu quinhão no submundo do atraso ao baixar as guardas da vigilância,
a sua maioria populacional contida, e ajustada aos moldes civilizatórios,
impede o volumoso fluxo de renascimentos de tais entidades que abundam em
oportunidades espirituais e geográficas qual o mapa brasileiro.
Todavia, a visão global pode nos
contemplar com importantes aspectos neste panorama de apreensões, os avanços
tecnológicos, quais os remédios cujas substâncias químicas tomaram o lugar da
fé de outrora (não houve soma, só subtração), debilitando o uso de “poderes”
naturais interiores, enfraquecendo, assim, os “milagres” de cura e de apoio
mútuo às necessidades que também aproximam (e influenciam o desenvolvimento)
uns aos outros. E, ainda, os avanços materiais relacionados ao conforto e as
facilidades, mas, de irremediável priorização quanto ao status, à absurda
competição além da conta, e da ilusória e desmedida ganância para atingi-los em
nome do ego que tanto busca o troféu da importância própria diante do vazio que
as relações humanas, grosso modo, atingiram em tempos de inebriante superficialidade
e falta de profundo propósito.
Ainda, a explosão demográfica
que concentrou gente demais em grandes centros e regiões e ofereceu recursos
naturais de menos (e sua disputa mundial), a não ser através das gigantescas
corporações comerciais que se aglutinam e se tornam cada vez mais tão poderosas
quão assustadoras, no controle da qualidade de seus produtos, notadamente os
alimentícios, e na quantidade que teima em não chegar aos subnutridos, uma
massa humana que assusta ao vociferar seus gementes números: mais de um bilhão
ao redor do triste planeta, segundo dados da ONU – a Organização das Nações
Unidas. Salve-se quem puder…
São medonhas notícias, mas elas
talvez carreguem uma inevitabilidade em seu bojo? Por ventura não é em meio à
tamanha agitação social e caótico vendaval psicológico que os espíritos
encontram terreno fértil para evoluir mais do que o comum? Quanto pior, maior a
possibilidade de evoluir? Provas difíceis atestam maior honraria aos estudantes
zelosos, e os promovem aos vizinhos e prósperos passos? Quem quer aproveitar a
ocasião? E, ao desfrutá-la, quem estenderá a mão ao próximo, para que ele
também se adiante e enriqueça a teia comum que nos une, fazendo ganhar ainda
mais mutuamente? Contudo, e se estiver muito difícil para renovar o fôlego,
imprescindível semente que faz florescer o jardim da perseverança?
Na intolerância de tal convívio
(não nos esqueçamos do débito cármico ao qual estamos cativos e somos
direcionados naturalmente), a saída estratégica, pergunta-se, não é se distanciar
no que for possível, e sacudir as nossas sandálias que eventualmente carreguem
o pecaminoso pó de qualquer resquício culpável? Vale o provérbio “os
incomodados que se retirem”, em certos casos, defensivamente — quem não há de
tirar o espinho que por ventura tenha entrado no dedo? A afronta, sob o manto
do desejo de encarcerar ou de exterminar o lado que se opõe, a despeito de ser
uma resposta defensiva ao temor, é fruto de rebelde cegueira daquele que “se
esquece” que já esteve em tal posição um dia, e que, com toda justiça que nos
cerca, merece as chances de tentar progredir, cuja centelha espiritual, sempre
disponível em potência, permite alcançar o sagrado momento do ato, em repetidas
inspirações de descoberta pessoal evolutiva.
Compartilhar do mesmo
educandário, ainda que ligados a divergentes consciências e riscos, portanto, é
um direito assegurado pela amorosa e paciente lei evolutiva, dado que sempre
estaremos, com as nossas patinadas estudantis, um nível abaixo de um próximo já
ocupado na escalada de tantos espíritos que, por seu mérito (não obstante terem
de conviver com outros de peculiaridade inferior), também servem de exemplo e
podem influenciar e atrair ao crescimento através de tais relações essenciais.
Fonte: Jornal Ciência Espirita
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