Antônio Carlos Navarro
Em se tratando de obsessão e
liberdade sempre haverá o que reavaliar.
O livro “Roteiro”, ditado por
Emmanuel ao grande médium Francisco Cândido Xavier, traz lições altamente
esclarecedoras a respeito do intercâmbio mental entre as criaturas humanas,
estejam elas encarnadas ou desencarnadas.
No capítulo vinte e cinco da
referida obra, intitulado “Ante a vida Mental”, entre outras coisas,
encontramos:
A mente é manancial vivo de
energias criadoras.
O pensamento é substância,
coisa mensurável.
Encarnados e desencarnados
povoam o Planeta, na condição de habitantes dum imenso palácio de vários
andares, em posições diversas, produzindo pensamentos múltiplos que se
combinam, que se repelem ou que se neutralizam.
Correspondem-se as ideias,
segundo o tipo em que se expressam, projetando raios de força que alimentam ou
deprimem, sublimam ou arruínam, integram ou desintegram, arrojados sutilmente
do campo das causas para a região dos efeitos.
Quem mais pensa, dando
corpo ao que idealiza, mais apto se faz à recepção das correntes mentais
invisíveis, nas obras do bem ou do mal.
E, em razão dessa lei que
preside à vida cósmica, quantos se adaptarem, ao reto pensamento e à ação
enobrecedora, se fazem preciosos canais da energia divina, que, em efusão
constante, banha a Humanidade em todos os ângulos do Globo, buscando as almas
evoluídas e dedicadas ao serviço de santificação, convertendo-as em médiuns ou
instrumentos vivos de sua exteriorização, para benefício das criaturas e
erguimento da Terra ao concerto dos mundos de alegria celestial.
E no capítulo seguinte, o de
número vinte e seis, intitulado “Afinidade”, esclarece o Grande Benfeitor como
que a complementar o acima transcrito:
O homem permanece envolto
em largo oceano de pensamentos, nutrindo-se de substância mental, em grande
proporção.
Toda criatura absorve, sem
perceber, a influência alheia nos recursos imponderáveis que lhe equilibram a
existência. Em forma de impulsos e estímulos, a alma recolhe, nos pensamentos
que atrai, as forças de sustentação que lhe garantem as tarefas no lugar em que
se coloca.
De modo imperceptível, ingerimos pensamentos, a cada instante,
projetando, em torno de nossa individualidade, as forças que acalentamos em nós
mesmos.
Por isso, quem não se
habilite a conhecimentos mais altos, quem não exercite a vontade para
sobrepor-se às circunstâncias de ordem inferior, padecerá, invariavelmente, a
imposição do meio em que se localiza.
Se nos confiamos às
impressões alheias de enfermidade e amargura, apressadamente se nos altera o tônus mental, inclinando-nos à franca
receptividade de moléstias indefiníveis.
Se nos devotamos ao
convívio com pessoas operosas e dinâmicas, encontramos valioso sustentáculo aos
nossos propósitos de trabalho e realização.
Falamos sempre ou sempre
agimos pelo grupo de espíritos a que nos ligamos.
Somos obsidiados por amigos
desencarnados ou não e auxiliados por benfeitores, em qualquer plano da vida,
de conformidade com a nossa condição mental.
Daí o imperativo de nossa
constante renovação para o bem infinito.
Trabalhar incessantemente é
dever.
Servir é elevar-se.
Aprender é conquistar novos
horizontes.
Amar é engrandecer-se.
Trabalhando e servindo, aprendendo
e amando, a nossa vida íntima se ilumina e se aperfeiçoa, entrando
gradativamente em contato com os grandes gênios da imortalidade gloriosa.
Estas informações são
claríssimas, e seria de muito valor revisarmos os referidos capítulos
integralmente, quando não o livro todo, para que possamos entender,
definitivamente, que os processos obsessivos, ou a experiência da liberdade
espiritual, começam em nosso próprio mundo mental, e consequentemente nas ações
que perpetramos, porque estas sempre serão construções assentadas sobre o
alicerce chamado pensamento.
Pensemos nisso.
Fonte: Kardec Rio Preto
Nenhum comentário:
Postar um comentário