Raul de Mello Franco Júnior
A doutrina espírita, manancial
de luz e de saúde, adverte: somos responsáveis pelos cuidados com o nosso corpo
material e com o nosso corpo espiritual. A matéria apresenta-se em estados que
ainda nos são desconhecidos e que impressão alguma causam aos nossos sentidos[2].
Somos energia que vibra e oscila permanentemente: luz condensada num universo
de formas.
A nossa capacidade de conhecer,
dominar e interagir com esse campo energético faz toda a diferença entre a
liberdade da saúde e a escravidão da doença.
A nova biologia, rompendo as
fronteiras do determinismo genético e sem as amarras do dogmatismo religioso,
ganha paulatinamente a confiança de centenas de pesquisadores e cientistas. Ela
já não tem dúvidas: a vida de uma célula (carregamos cerca de 50 trilhões
delas) “é controlada pelo ambiente físico e energético em que se encontra e não
pelos genes. Os genes são meros modelos moleculares utilizados na construção
das células, dos tecidos e órgãos”[3]. É
o que a nova ciência denomina “epigenética”.
Para o espírita, isso sequer
constitui novidade. Há décadas, André Luiz vem nos ensinando que “cada
criatura, com os sentimentos que lhe caracterizam a vida íntima, emite raios
específicos e vive na onda espiritual com que se identifica. Cada alma se
envolve no círculo de forças vivas que lhe transpiram do ‘hálito’ mental”, pura
corrente energética[4].
Em “Evolução em dois mundos” (1959), foi taxativo: “tirando a imprevidência, a
imprudência e a falta de higiene, todas as patologias derivam da relação
profunda do Espírito e seus campos energéticos mais profundos, que vão aos
poucos se manifestando no corpo”.
A aceitação desses pressupostos
deve repercutir na dinâmica de vida de cada um. Saúde e doença são trilhas
escolhidas desde os primeiros anos da encarnação. As opções pelo meridiano do
equilíbrio interior (vigilância dos pensamentos, sentimentos, emoções e
preocupações; prece, meditação, leitura edificante etc.) e pela seleção alimentar
criteriosa (a fuga do curral alimentar imposto pela sociedade de consumo e pela
gastronomia familiar) são os primeiros passos na direção de um corpo saudável.
A eles se conectam, entre outros vetores, os hábitos de vida (combate aos
vícios e ao sedentarismo; relativização da importância do suporte material
etc.) e a habilidade no enfrentamento das doenças (renúncia à busca de soluções
químicas ou farmacológicas tão instantâneas quanto perigosas).
Percorre a senda do adoecimento
quem não aprende a lidar com as suas fobias. Enlaça o enfraquecimento das
forças aquele que deixa de aprimorar a capacidade do autoperdão ou da
compreensão da falibilidade alheia (indulgência e perdão). Mergulha nos vagões
das sombras do sofrimento quem não encontra tempo para festejar o brilho da
vida ao lado das pessoas que ama. Está a gestar o embrião da dor aquele que, no
aspecto qualitativo e/ou quantitativo, seleciona o que come e o que bebe
unicamente pelo colorido do paladar e do prazer. Pessoas que trocam os recursos
da farmácia de Deus, disposta de forma exuberante na estante da natureza, pelas
incursões habituais e impulsivas nas drogarias multiplicadas nos centros
urbanos (frutos do egoísmo e da ganância do homem) agem como o terrorista que,
meticulosamente, constrói a bomba-relógio que, “do dia para a noite”, vai
explodir no seu colo. “Não somos meras máquinas bioquímicas que podem recuperar
o equilíbrio físico e mental simplesmente tomando medicamentos” (Bruce Lipton).
É imprescindível manter um corpo
vigoroso. A alma é prisioneira da carne e dela depende para se movimentar e
manter a ilusão da liberdade[5].
Contudo, falha nesse dever o encarnado que não se informa adequadamente ou,
negligente, age como se a vida outra coisa não lhe exigisse, senão aguardar a
morte.
A partir desta edição,
viajaremos juntos pelos campos promissores da saúde preventiva e da medicina
holística. Pessoas de todas as crenças (e o espírita, de forma especial)
precisam tomar consciência e agir diante das tragédias que as cercam.
Populações inteiras são vítimas inconscientes ou inocentes úteis de grandes
conglomerados de produção alimentícia (um dos mais badalados nichos da
sociedade de consumo), da indústria química e da indústria farmacêutica. Não se
pode calar diante deste genocídio silencioso e inconsequente que, de forma
impiedosa, abate milhões de pessoas todos os dias! Conhecer as trincheiras de
proteção nesta guerra será a missão da nossa coluna ao longo deste ano.
Fonte: O Consolador
[3] A Biologia da Crença – Bruce H. Lipton
[4] Nos domínios da Mediunidade – André Luiz/Francisco C.
Xavier - 1955
Nenhum comentário:
Postar um comentário