Jorge Hessen - jorgehessen@gmail.com
O temor de “fantasmas” é uma
atitude ingênua causada pela ausência de conhecimento a respeito da natureza
etérea dos “mortos”. Sobre as suas aparições são mais frequentes do que se
pensa e muitos creem que a preferência dos Espíritos ‒ “fantasmas”‒ é pelos ambientes
escuros, mas isso é um mito e um engano. Ocorre, simplesmente, que a substância
vaporosa dos períspiritos dos “fantasmas” é mais perceptível no escuro, tal
como ocorre com as estrelas que só podem ser visualizadas à noite. A claridade
do dia, por exemplo, ofusca a essência sutil que constituem os corpos dos
“mortos”. Isto porque os tecidos perispirituais são compostos de energia
semelhante à luz, portanto, o perispírito dos “fantasmas” não é, digamos,
fosco, ao contrário, é dotado de grande diafaneidade para ser perceptível a
olho nu, durante o dia.
O perispírito, no seu estado
normal, é invisível; mas, como é formado de substância etérea, o Espírito, em
certos casos, pode, vontade própria, fazê-lo passar por uma modificação
molecular que o torna momentaneamente visível. É assim que se produzem as
aparições, que não se dão, do mesmo modo que outros fenômenos, fora das leis da
Natureza. Conforme o grau de condensação do fluido perispiritual, a aparição é
às vezes vaga e vaporosa; de outra, mais nitidamente definida; em outras,
enfim, com todas as aparências da matéria tangível. Pode mesmo chegar à
tangibilidade real, ao ponto do observador se enganar com relação à natureza do
ser que tem diante de si[2].
A pesquisadora Elizabeth Tucker,
da Universidade Estadual de Binghamton, em Nova York, apresenta diversos
relatos de aparições ‒ Espíritos ‒ em campus universitário. Conta-se que os
fantasmas revelam o lado sombrio da ética. Suas aparições são muitas vezes um
lembrete de que a ética e a moral transcendem nossas vidas e que deslizes podem
resultar em um pesado fardo espiritual. No entanto, as histórias de fantasmas
também trazem esperança. Ao sugerir a existência de uma vida após a morte, elas
oferecem uma chance de estar em contato com aqueles que já morreram e,
portanto, uma oportunidade de redenção ‒ uma forma de reparar erros do passado[3].
A crença nos “fantasmas” é
comum, pois baseia-se na percepção que temos na existência e sobrevivência dos
Espíritos e na possibilidade de comunicar-se com eles. Deste modo, todo Ser
espiritual que manifesta a sua presença sob várias circunstâncias é um Espírito
que no senso comum é chamado de “fantasma”. Comumente, pelo conhecimento
vulgar, são imaginados sob uma aparência fúnebre, vindo de preferência à noite,
e sobretudo nas noites mais sombrias, em horas fatais, em lugares sinistros,
cobertos de lençóis ou bizarramente cobertos. Todavia, os tais “fantasmas”
assustadores , longe de serem atemorizantes, são, comumente, parentes ou amigos
que se apresentam por simpatia, entretanto podem ser Espíritos infelizes que
eventualmente são assistidos; “algumas vezes, são farsantes do mundo Espírita
que se divertem às nossas custas e se riem do medo que causam; mas supondo-se
mesmo que seja um mau Espírito, que mal poderia ele fazer, e não se teria cem
vezes mais a temer de um bandido vivo que de um bandido morto e tornado
Espírito! [4]”.
Todos que veem um “fantasma”
podemos conversar com ele, e é o que se deve fazer nesse caso, podendo
perguntar-lhe quem é, o que deseja e o que se pode fazer por ele. Se o Espírito
for infeliz e sofredor, o testemunho de comiseração o aliviará. Se for um
Espírito bondoso, pode acontecer que traga a intenção de dar bons conselhos.
Tais Espíritos ‒ “fantasmas” ‒ poderão responder, muitas vezes verbalizando
mesmo, porém na maioria das vezes o fazem por transmissão de pensamentos [5]”.
Os “fantasmas” afáveis, quando
surgem, têm intenções elevadas ou, no mínimo, para confortarem pessoas queridas
que padecem com a desencarnação de entes queridos e ou com a dúvida sobre a
continuação da vida post-mortem;
oferecerem sugestões ou, ainda, solicitarem auxílio para si mesmos, “o que pode
ser feito através de orações e boas ações, no sentido de corrigir ou compensar
as transgressões do morto. Mas os espíritos perversos também aparecem e estes,
sim, têm o intuito de "assombrar" os encarnados movidos por
sentimentos negativos [6]”.
Os “fantasmas” , aliás, estão
por toda parte e não temos a necessidade de vê-los para saber que podem estar
ao nosso lado. “O Espírito ‒ “fantasma” ‒ que queira causar perturbação pode
fazê-lo, e até com mais penhor, sem ser visto. Ele não é perigoso por ser
Espírito ‒ “fantasma”‒, mas pela influência que pode exercer em nosso
pensamento, desviando-nos do bem e impelindo-nos ao mal [7]”.
Em resumo, não é lógico
assustar-nos mesmo diante da “assombração de um morto”. Se raciocinarmos com
calma compreenderemos que um “fantasma”, qualquer que seja, é menos perigoso do
que certos espíritos encarnados que existem à sombra das leis humanas (marginais).
Artigos Espiritas - Jorge Hessen
[2] KARDEC , Allan. O
Livro dos Médiuns, II parte “das manifestações espíritas” capitulo VI
“manifestações visuais”, RJ: Ed FEB 2000
[3] Disponível em https://www.bbc.com/portuguese/vert-fut-46515221
, acessado em 25/12/2018.
[4] KARDEC, Allan . Revista Espírita, julho de 1860, DF:
Ed Edicel, 2002.
[5] KARDEC , Allan. O Livro dos Médiuns , II parte “das
manifestações espíritas” capitulo VI “manifestações visuais”, RJ: Ed FEB 2000.
[6] KARDEC, Allan . Revista Espírita, julho de 1860, DF:
Ed Edicel, 2002.
[7] KARDEC , Allan. O Livro dos Médiuns , II parte “das
manifestações espíritas” capitulo VI “manifestações visuais”, RJ: Ed FEB 2000.
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