Túmulos de traficantes mexicanos têm sala de estar, ar condicionado e até vidro à prova de balas.
Miramez
‒ De onde vem o
desejo de se perpetuar a memória pelos monumentos fúnebres?
‒ Último ato de orgulho.
‒ Mas a suntuosidade
dos monumentos fúnebres, frequentemente, não é determinada pelos parentes que
desejam honrar a memória do falecido e não pelo próprio falecido?
‒ Orgulho dos parentes que querem se
glorificar a si mesmos. Oh! Sim, não é sempre pelo morto que se fazem todas
essas demonstrações: é por amor-próprio e pelo mundo, e para ostentar sua
riqueza. Crês que a lembrança de um ser querido seja menos durável no coração
do pobre porque ele não pode colocar senão uma flor sobre sua tumba? Crês que o
mármore salva do esquecimento aquele que foi inútil sobre a Terra?
Questão 823 ‒ Livro dos Espíritos
Os monumentos erigidos nas
sepulturas dos poderosos da Terra são impulsionados pelo orgulho e pela
vaidade, para mostrar à sociedade que a família do morto é poderosa no domínio
do ouro.
O homem, muitas vezes, ainda a
caminho da morte, já sente a desilusão dos bens materiais, não se interessando
por essa ostentação.
O pobre, neste sentido, é bem
mais ajustado, por não sofrer essa perturbação dos que ficaram.
Nós temos a dizer que somente levamos
para o mundo espiritual o que somos. Felizes daqueles que começaram na Terra a
sua reforma de sentimentos, que despertaram para Jesus, nos caminhos do amor e
da caridade, os valores do Espírito. Não é preciso ser rico para encher o
celeiro do coração; é ter somente boa vontade. O Mestre não tinha onde reclinar
a cabeça, entretanto, foi o mais rico de todos os homens, na condição de Filho
de Deus, igual a todos os homens.
Os grandes monumentos de pedra
erigidos nos "campos santos", poderiam ser transformados pelas
famílias ricas, antes da sua feitura, em casas para os que se encontram ao
relento. Feito em nome do morto, esse gesto seria um alívio para a sua
consciência, como também para os que ficaram. O custo de um túmulo corresponde
à alimentação que poderia ser oferecida a muitos famintos, assim como muitos
outros gastos inconvenientes que se fazem na Terra, por orgulho e vaidade, por
ignorância e prepotência. O orgulho dos parentes atinge o desejo de glorificar
a si mesmos, pouco pensando no bem-estar de quem já foi para o outro mundo.
O homem de bem não precisa
buscar a sua própria glória; ela vem, por lei, em busca dele.
Vejamos o que João anotou no
capítulo oito, versículo cinquenta: Eu
não procuro a minha própria glória; há quem a busque e julgue.
Os poderosos da Terra não
desconfiaram de que as glórias do mundo são incômodas e passageiras, que não
correspondem às necessidades do coração. O sábio nunca procura se mostrar,
mesmo fazendo o bem à sociedade, por saber que todos os feitos, bons e maus, serão
revelados pela própria natureza por ordem da lei, que nada deixa em segredo que
não venha a ser revelado. O orgulho e o egoísmo são tão fortes e poderosos que
acompanham quem os possui mesmo depois do túmulo, envolvendo o Espírito nas
suas sugestões inferiores e levando-o a sofrer todos os tipos de torturas que
eles possam imprimir em sua consciência.
É por isso que a reencarnação é
uma bênção de Deus, pois ela nos dá oportunidade de nos desfazermos destes dois
monstros que devoram as oportunidades dos seres humanos e prendem os Espíritos,
mesmo no mundo espiritual, em situações difíceis de se libertarem.
Sabemos que nem sempre é pelo
morto que os familiares fazem essas demonstrações para que a sociedade veja e,
sim, para alimentar o orgulho de família na posição em que se encontram.
Infelizes desses homens que ignoram seus destinos. Entretanto, o tempo os educará.
Eles morrerão e também ficarão conhecendo a verdade que os libertará dessa ignorância.
Os tempos estão chegando, para o
bem da humanidade. Que seja por meios violentos, porém a natureza fará as
criaturas despertarem para os valores da alma, tendo o Evangelho de Jesus como
fonte da vida, por ordem de Deus.
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