Jorge Hessen ‒ jorgehessen@gmail.com
A gestação de um novo filho na
família é a possibilidade do reencontro de seres de vivências passadas no
contexto do lar. Reencontro que se inicia no programa pré-existencial
reencarnatório, planejado nos departamentos do além-túmulo. Nessa conjuntura há
uma união tão intensa entre pais e reencarnante que o nascituro sabe, antes
mesmo de renascer, se será acolhido ou rejeitado.
No caso de filhos gêmeos, são situações
especiais que sempre despertam a atenção, tanto de cientistas como de
espiritualistas. Várias teorias já foram sugeridas a fim de explicar os
mecanismos determinantes da gemelaridade. Fatores ambientais e genéticos foram
descritos como predisponentes a essa circunstância obstétrica. Todavia existem
causas mais transcendes.
Analisemos uma programação para
dois ou mais Espíritos reencarnarem na mesma família, considerando o risco de
impedimento de gestação no porvir, considerando a vinda de um de cada vez,
nesta hipótese, pode ser que a espiritualidade apresse a vinda de mais de um
espírito unidos simultaneamente.
Suponhamos uma reprodução
assistida mediante fertilização in vitro
convencional ou injeção intracitoplasmática de espermatozoides. Ninguém
consegue garantir que tais procedimentos possam ser reproduzidos com sucesso em
longos intervalos. Ora, se existe a probabilidade de imediata gestação de mais
de uma criança, deve-se valer da oportunidade, a fim de favorecer a
reencarnação simultânea dos espíritos. Nesses casos, cremos que os técnicos
reencarnacionistas do além-tumba agem de modo a antecipar o renascimento de
dois ou mais Espíritos, considerando a incerteza de uma segunda gravidez; daí
sobrevém os gêmeos implantados em laboratórios.
Na verdade, a gravidez de gêmeos
proporciona a chance de espíritos simpáticos reencarnarem juntos por identidade
de sentimentos, além de servir como oportunidade de reconciliação de seres
rivais. Frequentemente os gêmeos são espíritos que foram unidos em várias
reencarnações. São amigos e possuem muita afinidade; entretanto, há exceções,
nalguns casos em que os irmãos revelam a aversão mútua.
Os gêmeos podem ser espíritos
afins ligados não só por seus laços de sangue, mas por uma extensa história de
convivência espiritual como encarnados ou desencarnados, para uma convivência
compulsória. Obviamente a matriz da afinidade entre dois irmãos, sobretudo se
gêmeos, advém de Espíritos simpáticos que se aproximam por analogia de
sentimentos e se sentem felizes por estarem juntos.
Mas se os gêmeos podem ter
semelhança de caráter, podem também serem antipáticos, pois cada um é um mundo
à parte, cada qual com os seus pendores. Portanto, não é de regra que sejam
simpáticos os Espíritos dos gêmeos. Acontece que Espíritos adversários entendam
de lutar juntos no palco da vida.
Assim, podem ser Espíritos
inimigos que se reencontram na formação biológica, visando que se processe o
perdão com mais eficiência, fato que não correu com os gêmeos Esaú e Jacó,
netos de Abraão, que exibiam forte antagonismo recíproco, possivelmente também
fruto de graves conflitos em vidas passadas que não ficaram resolvidos enquanto
reencarnados.
Por essas razões devemos
aprimorar, sem esmorecimento, as relações diretas e indiretas com os pais,
irmãos, tios, primos e demais parentes nas lutas do mundo, a fim de que a vida
não venha a nos cobrar novas e mais enérgicas experiências em encarnações
próximas.
A estrutura familiar tem suas
matrizes na esfera espiritual. Em seus vínculos, juntam-se todos aqueles que se
comprometeram no além a desenvolver na Terra uma tarefa construtiva de
fraternidade real e definitiva.
A família é uma reunião
espiritual no tempo, e por isso mesmo o lar é um santuário. Muitas vezes,
mormente na Terra, vários de seus componentes se afastam da sintonia com os
mais altos objetivos da vida.
Preponderam na família os elos do
amor, fundidos nas experiências de outras eras. Todavia, como se observa hoje
em dia, no clã familiar acorrem igualmente os ódios e as perseguições do
pretérito obscuro, que devem ser transformados em solidariedade fraternal, com
vistas ao futuro. Até porque, quando a família é ameaçada pela desunião
doméstica, por qualquer razão, a sociedade perde a direção da harmonia e da
paz.
Fonte: A Luz na Mente
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