Adelaide Augusta Câmara, melhor
conhecida como Aura Celeste, nasceu em 11 de janeiro de 1874, na cidade do Rio
de Janeiro e falecida em 24 de outubro de 1944, foi uma médium, poeta,
conferencista, contista e educadora espírita brasileira.
De religião protestante, veio
para a então capital federal em janeiro de 1896, graças ao auxilio de alguns
amigos, que a indicaram para lecionar no Colégio Ram Williams. Após algum
tempo, organizou, em sua própria residência, um curso primário, onde
alfabetizou diversos nomes de futuro destaque no meio político e social do
país.
Neste período, em 1898,
manifestaram-se as suas faculdades mediúnicas. Sob a orientação de Bezerra de
Menezes, iniciou os trabalhos como médium psicógrafa no Grupo Ismael, na
Federação Espírita Brasileira. Pouco depois, como médium auditiva, entregou-se
à divulgação da doutrina espírita, fazendo palestras e receitando, o que lhe
trouxe projeção nacional.
Após a morte de Bezerra de
Menezes (1900), a médium aproximou-se de Inácio Bittencourt, passando a
colaborar no Circulo Espírita Cáritas.
Casou em 1906, período em que se
afastou da divulgação ativa nos Centros. Em sua residência, entretanto,
continuou o trabalho de psicografia, trazendo à luz a obra “Do Além”, em 21
fascículos, e “Orvalho do Céu”, as quais assinou com o pseudônimo “Aura
Celeste”.
Em 1920, retornou às tribunas e
aos trabalhos mediúnicos, voltando a atender os tratamentos espirituais, sob a
influência do médico espiritual, Dr. Joaquim Murtinho. Os seus biógrafos
referem que, além das faculdades de incorporação, audição, vidência,
psicografia, cura e intuição, a médium ainda possuía a da bilocação, sendo
referidas curas em diversos pontos do país, como Juiz de Fora e Corumbá.
Em 1924, voltou-se para o campo
da assistência às crianças órfãs e à velhice desemparada. Após três anos de
esforços, o confrade João Carlos de Carvalho, que estava a angariar donativos e
meios para a fundação de uma instituição para os mesmos fins, entregou-lhe a
lista para que a médium obtivesse novas contribuições, Poucos dias depois,
Carvalho faleceu, deixando a médium na posse da lista e dos recursos
arrecadados. Meses mais tarde, o proprietário da Casa Lopes, que iniciara o
estudo da doutrina, mostrou-se interessado na organização de uma instituição de
amparo e assistência aos órfãos, sendo informado pela médium de que esta
possuía uma lista com alguns donativos para esse fim. Unindo esforços, alugaram
uma casa no bairro de Botafogo, aí instalando, em 13 de março de 1927, o Asylo
Espírita João Evangelista, sendo ela a sua primeira diretora, função que
exerceu até a data de sua morte.
Como autora, deixou diversas
obras de cunho lítero-doutrinário, em prosa e verso, geralmente assinadas com o
seu pseudônimo. Entre as quais se destacam “Vozes d’Alma” (versos);
“Sentimentais” (versos); “Aspectos da Alma” (contos); “Palavras Espíritas”
(palestras); “Rumo à Verdade”; “Luz do Alto”.
Publicou diversos artigos
doutrinários e poesias de sua lavra em jornais e revistas espíritas.
[1]
Grandes Espíritas do Brasil – Zêus Wantuil.
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