Marlene Rossi Severino Nobre
Desde 1994, o médico Yohichi
Haga e o engenheiro Masayoshi Esashi têm trabalhado 12 horas por dia, em um dos
laboratórios da Universidade de Tohoku, em Sendai, a 350 km ao norte de Tóquio,
no aperfeiçoamento de um novo cateter totalmente articulado e inteligente,
comandado por joy stick, que navegará por dentro das veias e artérias do corpo
humano.
Com esse cateter-robô, não será
mais necessário de torcer o fio, quando se tem de fazer uma curva dentro da
veia ou artéria, porque será guiado até o ponto desejado com o auxílio de um ou
vários joy sticks. O novo processo dispensará o uso de raios-X, pois a ponta do
instrumento terá um censor que emitirá sinais de dentro do corpo do paciente. O
sinal será sobreposto, no computador, a uma imagem digitalizada do corpo do
paciente, obtido previamente com a ajuda de ressonância magnética. A intenção é
entrar no cérebro para retirar aneurismas cerebrais, uma vez que o cateter,
construído à base de tecnologia digital e microrrobótica, terá apenas l mm de diâmetro.
Lina Badimón, médica
pesquisadora do Hospital Mount Sinai, em Nova York, e também da Universidade de
Harvard, atualmente, diretora da cadeira de Pesquisas Cardiovasculares da
Universidade Autônoma de Barcelona, tem se dedicado a decifrar os mecanismos
dos ataques cardíacos. Ela espera encontrar um meio de bloquear a formação de
placas arteriais para que se possa evitar os infartos do miocárdio.
Pesquisadores do Rio de Janeiro
anunciaram, no dia 29 de abril de 2002, o sucesso do emprego de células-tronco
adultas no tratamento de doenças cardíacas terminais. Segundo o biólogo Radovan
Borojevic, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o médico Hans
Dohmann, ambos coordenadores da pesquisa, o resultado foi muito além do
esperado. Os pacientes que, teoricamente, tinham seis meses de vida e mal
podiam tomar banho, hoje em dia, caminham e fazem exercício físico. O coração
deles voltou a funcionar com a mesma eficiência de uma pessoa sadia. As
células-tronco, que dão origem aos mais diversos tecidos do corpo, podem ser
encontradas nos embriões, em suas primeiras fases de desenvolvimento, e em
algumas áreas do organismo adulto, como, por exemplo, na medula óssea.
Nessa pesquisa, foram utilizadas
as da medula óssea do próprio paciente, de modo que não causaram nenhum tipo de
rejeição. Os pesquisadores retiraram do osso do paciente o material de onde
separaram as células-tronco, estas receberam tratamento adequado em laboratório
e depois foram reinseridas no coração do paciente, com um cateter. O processo
todo durou 48 horas, sem necessidade de internar o paciente numa Unidade de
Terapia Intensiva (UTI).
Os resultados não dependem somente
do sucesso do transplante de células, mas principalmente do estado em que se
encontram o coração e a medula óssea da pessoa. Segundo pesquisa da revista
Nature Biotechnology, um grupo de cientistas noruegueses conseguiu outro feito
importante, transformou células comuns de pele humana em células imunológicas ou
de defesa do organismo.
O grupo, da empresa de
biotecnologia Nucleotech LLC, prepara-se para oferecer aos pacientes,
transplantes dos próprios tecidos, podendo, em tese, tratar doenças como diabetes
juvenil e deficiência imunológica. James Robl e seus colegas, na Nucleotech e
na Universidade de Oslo, Noruega, abriram buracos em células maduras da pele,
mergulhando-as, depois, numa solução feita de células-tronco imunológicas. Com
isso, obtiveram células muito semelhantes às células-T, do sistema de defesa. O
procedimento é simplificado para um dia: o paciente vem e faz uma biópsia de
pele para o laboratório reprogramar e, no dia seguinte, receberá as células de
volta.
Essa técnica, se confirmada,
simplificará o processo de obtenção das células reparadoras do tecido lesado,
com a reprogramação de células adultas, a partir de pouca quantidade de
células-tronco.
Todos esses procedimentos
entreabrem uma verdadeira revolução na Medicina dos nossos dias, tornando, em
breve, obsoletos os transplantes e outros procedimentos que implicam amplas
cirurgias, invasivas e expoliadoras.
Ainda assim, restaria uma
lembrança dos mentores a ser considerada:
Sabemos equilibrar a
circulação do sangue para garantir a segurança do ciclo cardíaco, mas ignoramos
como libertar o coração do cárcere de sombras em que jaz, muitas vezes
mergulhado na poça das lágrimas, quando não seja algemado aos monstros da delinquência[2].
Mais uma vez aqui se destaca a
necessidade da educação preventiva que, reduzindo os desequilíbrios, permitirá
à Medicina tratar, cada vez com mais eficácia, um menor número de pacientes,
selecionados não pela capacidade de remuneração, mas pela diminuição das causas
indutoras dos estados doentios. Esta, que é a filosofia do saneamento básico nas
cidades e povoados, dever-se-á impor também na Medicina do futuro.
Etienne-Emile Baulieu, médico,
cientista e pesquisador francês, Diretor da Unidade 33 do Inserm, em Paris,
tornou-se famoso como pai da "pílula do dia seguinte", a RU 486,
pílula abortiva, adotada há muitos anos na França e, desde o ano 2000, nos EUA.
Baulieu descobriu o
neuroesteróide DHEA (deidroepiandrosterona) nos anos 60, mas só recentemente
voltou-se para o seu estudo, constatando que a queda na sua produção está
diretamente ligada ao envelhecimento humano. Descobriu também que ele é
fabricado não apenas pelas glândulas suprarrenais, mas também pelo cérebro e,
quando administrado, não produz efeito colateral indesejável.
Como fruto de seu trabalho, o
DHEA passou a ser comercializado e vendido na França, desde junho de 2001,
sendo mais conhecido como a "pílula da juventude". Segundo seu
descobridor, o envelhecimento é irreversível, mas é possível, com o auxílio do
hormônio, tratar da pele, dos cabelos brancos, reverter vários problemas
cerebrais, como a dificuldade de aprender, melhorar o bem-estar, e viver, quem
sabe, cerca de 150 anos.
Apesar disso, é preciso não
esquecer, a respeito deste assunto, o que dizem os Instrutores Espirituais: A personalidade não é obra da usina interna
das glândulas, mas produto da química mental[3].
Enfatizando ainda: A endocrinologia poderá fazer muito com uma
injeção de hormônios (...) , mas não sanará lesões do pensamento3.
Viver até 150 anos, sem preparo
nenhum do ponto de vista espiritual, é dilatar bastante a possibilidade de
incidência da demência senil, uma vez que esta, na grande maioria das vezes,
significa a fixação da mente nos impulsos inferiores[4]. E
para a infantilidade espiritual não há hormônio nenhum que dê jeito. É
imprescindível, para obter uma melhor qualidade de vida, que o ser humano
aprenda a viver segundo os ensinamentos de Jesus, que nos recomenda a "amar
ao próximo, como a nós mesmos".
[1] A alma da
Matéria - Clonagem Humana, Fundamentos
da Medicina Espírita e outros temas – Marlene Rossi Severino Nobre
[2] Evolução em
Dois Mundos – André Luiz (espírito) /
Francisco C. Xavier e Waldo Vieira.
[3] No Mundo Maior, cap.11 – André Luiz (espírito) / Francisco C. Xavier.
[4] No Mundo Maior, cap. 16 – André Luiz (espírito) / Francisco C. Xavier.
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