quarta-feira, 11 de abril de 2018

Tecnologia x Doenças Cardiovasculares[1]



Marlene Rossi Severino Nobre


Desde 1994, o médico Yohichi Haga e o engenheiro Masayoshi Esashi têm trabalhado 12 horas por dia, em um dos laboratórios da Universidade de Tohoku, em Sendai, a 350 km ao norte de Tóquio, no aperfeiçoamento de um novo cateter totalmente articulado e inteligente, comandado por joy stick, que navegará por dentro das veias e artérias do corpo humano.
Com esse cateter-robô, não será mais necessário de torcer o fio, quando se tem de fazer uma curva dentro da veia ou artéria, porque será guiado até o ponto desejado com o auxílio de um ou vários joy sticks. O novo processo dispensará o uso de raios-X, pois a ponta do instrumento terá um censor que emitirá sinais de dentro do corpo do paciente. O sinal será sobreposto, no computador, a uma imagem digitalizada do corpo do paciente, obtido previamente com a ajuda de ressonância magnética. A intenção é entrar no cérebro para retirar aneurismas cerebrais, uma vez que o cateter, construído à base de tecnologia digital e microrrobótica, terá apenas l mm de diâmetro.
Lina Badimón, médica pesquisadora do Hospital Mount Sinai, em Nova York, e também da Universidade de Harvard, atualmente, diretora da cadeira de Pesquisas Cardiovasculares da Universidade Autônoma de Barcelona, tem se dedicado a decifrar os mecanismos dos ataques cardíacos. Ela espera encontrar um meio de bloquear a formação de placas arteriais para que se possa evitar os infartos do miocárdio.
Pesquisadores do Rio de Janeiro anunciaram, no dia 29 de abril de 2002, o sucesso do emprego de células-tronco adultas no tratamento de doenças cardíacas terminais. Segundo o biólogo Radovan Borojevic, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o médico Hans Dohmann, ambos coordenadores da pesquisa, o resultado foi muito além do esperado. Os pacientes que, teoricamente, tinham seis meses de vida e mal podiam tomar banho, hoje em dia, caminham e fazem exercício físico. O coração deles voltou a funcionar com a mesma eficiência de uma pessoa sadia. As células-tronco, que dão origem aos mais diversos tecidos do corpo, podem ser encontradas nos embriões, em suas primeiras fases de desenvolvimento, e em algumas áreas do organismo adulto, como, por exemplo, na medula óssea.
Nessa pesquisa, foram utilizadas as da medula óssea do próprio paciente, de modo que não causaram nenhum tipo de rejeição. Os pesquisadores retiraram do osso do paciente o material de onde separaram as células-tronco, estas receberam tratamento adequado em laboratório e depois foram reinseridas no coração do paciente, com um cateter. O processo todo durou 48 horas, sem necessidade de internar o paciente numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Os resultados não dependem somente do sucesso do transplante de células, mas principalmente do estado em que se encontram o coração e a medula óssea da pessoa. Segundo pesquisa da revista Nature Biotechnology, um grupo de cientistas noruegueses conseguiu outro feito importante, transformou células comuns de pele humana em células imunológicas ou de defesa do organismo.
O grupo, da empresa de biotecnologia Nucleotech LLC, prepara-se para oferecer aos pacientes, transplantes dos próprios tecidos, podendo, em tese, tratar doenças como diabetes juvenil e deficiência imunológica. James Robl e seus colegas, na Nucleotech e na Universidade de Oslo, Noruega, abriram buracos em células maduras da pele, mergulhando-as, depois, numa solução feita de células-tronco imunológicas. Com isso, obtiveram células muito semelhantes às células-T, do sistema de defesa. O procedimento é simplificado para um dia: o paciente vem e faz uma biópsia de pele para o laboratório reprogramar e, no dia seguinte, receberá as células de volta.
Essa técnica, se confirmada, simplificará o processo de obtenção das células reparadoras do tecido lesado, com a reprogramação de células adultas, a partir de pouca quantidade de células-tronco.
Todos esses procedimentos entreabrem uma verdadeira revolução na Medicina dos nossos dias, tornando, em breve, obsoletos os transplantes e outros procedimentos que implicam amplas cirurgias, invasivas e expoliadoras.
Ainda assim, restaria uma lembrança dos mentores a ser considerada:
Sabemos equilibrar a circulação do sangue para garantir a segurança do ciclo cardíaco, mas ignoramos como libertar o coração do cárcere de sombras em que jaz, muitas vezes mergulhado na poça das lágrimas, quando não seja algemado aos monstros da delinquência[2].
Mais uma vez aqui se destaca a necessidade da educação preventiva que, reduzindo os desequilíbrios, permitirá à Medicina tratar, cada vez com mais eficácia, um menor número de pacientes, selecionados não pela capacidade de remuneração, mas pela diminuição das causas indutoras dos estados doentios. Esta, que é a filosofia do saneamento básico nas cidades e povoados, dever-se-á impor também na Medicina do futuro.
Etienne-Emile Baulieu, médico, cientista e pesquisador francês, Diretor da Unidade 33 do Inserm, em Paris, tornou-se famoso como pai da "pílula do dia seguinte", a RU 486, pílula abortiva, adotada há muitos anos na França e, desde o ano 2000, nos EUA.
Baulieu descobriu o neuroesteróide DHEA (deidroepiandrosterona) nos anos 60, mas só recentemente voltou-se para o seu estudo, constatando que a queda na sua produção está diretamente ligada ao envelhecimento humano. Descobriu também que ele é fabricado não apenas pelas glândulas suprarrenais, mas também pelo cérebro e, quando administrado, não produz efeito colateral indesejável.
Como fruto de seu trabalho, o DHEA passou a ser comercializado e vendido na França, desde junho de 2001, sendo mais conhecido como a "pílula da juventude". Segundo seu descobridor, o envelhecimento é irreversível, mas é possível, com o auxílio do hormônio, tratar da pele, dos cabelos brancos, reverter vários problemas cerebrais, como a dificuldade de aprender, melhorar o bem-estar, e viver, quem sabe, cerca de 150 anos.
Apesar disso, é preciso não esquecer, a respeito deste assunto, o que dizem os Instrutores Espirituais: A personalidade não é obra da usina interna das glândulas, mas produto da química mental[3].
Enfatizando ainda: A endocrinologia poderá fazer muito com uma injeção de hormônios (...) , mas não sanará lesões do pensamento3.
Viver até 150 anos, sem preparo nenhum do ponto de vista espiritual, é dilatar bastante a possibilidade de incidência da demência senil, uma vez que esta, na grande maioria das vezes, significa a fixação da mente nos impulsos inferiores[4]. E para a infantilidade espiritual não há hormônio nenhum que dê jeito. É imprescindível, para obter uma melhor qualidade de vida, que o ser humano aprenda a viver segundo os ensinamentos de Jesus, que nos recomenda a "amar ao próximo, como a nós mesmos".




[1] A alma da Matéria - Clonagem Humana, Fundamentos da Medicina Espírita e outros temas – Marlene Rossi Severino Nobre
[2] Evolução em Dois Mundos – André Luiz (espírito) / Francisco C. Xavier e Waldo Vieira.
[3] No Mundo Maior, cap.11 – André Luiz (espírito) / Francisco C. Xavier.
[4] No Mundo Maior, cap. 16 – André Luiz (espírito) / Francisco C. Xavier.

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