quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

O SOFRIMENTO DOS ESPÍRITOS[1]



Miramez[2]


O sofrimento dos Espíritos inferiores consiste nas consequências do desrespeito às leis naturais, aquelas que marcam a harmonia da criação. Assim, elas são variáveis.
Somente depois da vivência, pelos canais da dor, é que as almas despertam no rigor dos padecimentos, reconhecendo que a obediência ser-lhes-á o melhor caminho na conquista da sua paz de consciência. Deus, sendo onisciente, fez todos os Espíritos assim, sabendo que iríamos passar por esses caminhos, para o devido aprendizado.
O Espírito puro não sofre; somente têm alegrias das mais apuradas, nascidas da vivência nas diretrizes que o Criador traçou para a felicidade de todas as criaturas.
A vinda de Jesus Cristo foi um ato de misericórdia de Deus para a humanidade. Ele trouxe e entregou a todos os povos o seu Evangelho, força educadora em todos os rumos, e o mundo já conhece de sobra a sua eficácia.
Os Espíritos Superiores são reconhecidos como tais, pelo seu procedimento ante a vida. Eles têm maturidade, e para chegar onde se encontram, somente o fazem pelas vias do tempo, qual a massa para fazer o pão: é necessário tempo para a fermentação indispensável.
Que fazer com os Espíritos inferiores nos seus sofrimentos? Trabalhar com esses irmãos com paciência, orando por eles e dando-lhes exemplos de fé, de confiança, de solidariedade e amor.
Por que tolerar?
Porque os benfeitores espirituais que os assistem passaram pelos mesmos caminhos.
A inferioridade induz os Espíritos inferiores às paixões desregradas, ao ciúme, ao egoísmo, ao orgulho, à violência, enfim, a ignorância é filha da infância espiritual, capaz de levar a alma aos maiores sofrimentos.
As almas são torturadas pelo que ainda não adquiriram, do modo que os Espíritos Superiores conquistaram, no entanto, isso tudo passa, e o amanhã nos mostrará que, sendo todos filhos de Deus, Ele não nos deixa órfãos. Somos todos herdeiros da divina felicidade.
A consciência, com o tempo, torna-se um celeiro de paz que nunca se perturba.
Deus fez as consciências para servirem de Sua morada, e Cristo não deixa de aparecer por lá, como sol, na obediência ao Criador.
E ninguém quer vinho novo depois de beber vinho velho, pois diz: O vinho velho é melhor. (Lucas, 5:39)
O Espírito amadurecido pelo tempo tem em seu celeiro de conhecimentos o vinho divino. As suas experiências são as verdadeiras, e quem as escuta não dá ouvidos aos Espíritos equivocados.
Todos nós buscamos a palavra de Jesus, porque o Seu Evangelho é fonte de luz, é vinho de Deus na excelência do seu paladar. Quantos falsos Cristos já surgiram, e quantos deverão surgir? No entanto, isso é para conferir o verdadeiro, pelo paladar do seu vinho inigualável; quem já sorveu dele, nunca mais buscará outro.
O sofrimento dos Espíritos inferiores é falta de despertamento espiritual. Eles não sabem o que fazem; quando souberem, cessará a dor por falta da ignorância que a gera.
Os Espíritos desencarnados, qual nós, estamos ligados à humanidade por laços profundos, à qual somos devedores. Desejamos lutar junto com todas as criaturas que se encontram na Terra, até vermos e sentirmos o nascimento de nova Terra e novo Céu, na certeza de que os corações deverão conhecer e viver o amor para sempre.
É feliz somente aquele que conheceu e vive a verdade.




[2] Filosofia Espírita, Volume XX - Psicografia de João Nunes Maia.

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