Marcos Paterra[2]
Na parapsicologia fenômeno Poltergeist ou RSPK (Recurrent
Spontaneous Psychokinesis - Psicocinesia Espontânea Recorrente) é conhecido
como Macro-PK caracterizado
principalmente por barulhos, movimentos de objetos, efeitos elétricos e
mecânicos sem uma causa conhecida.
Para se entender melhor o Poltergeist podemos traduzi-lo do alemão
Polter = Ruído e
Geist = Espírito. Esta designação originou-se da
crença de que os fenômenos observados seriam provocados por espíritos de
desencarnados.
O fenômeno poltergeist foi estudado por
diversos cientistas de renome, tanto da área parapsicológica quanto da área
espírita, e suas observações diversas vezes se convergiam para nomes como
Hernani Guimarães Andrade, Carl Gustav Jung, Ernesto Bozzano, Charles Richet,
William MC Douall e outros.
Como agem esses espíritos sobre a matéria? A resposta esta no capitulo IV[3],
no item 77 de O Livro dos Médiuns:
Assim, quando um
objeto é posto em movimento, levantado ou atirado para o ar, não é que o
Espírito o tome, empurre e suspenda, como o faríamos com a mão. O Espírito o
satura, por assim dizer, do seu fluido, combinado com o do médium, e o objeto,
momentaneamente vivificado desta maneira, obra como o faria um ser vivo, com a
diferença apenas de que, não tendo vontade própria, segue o impulso que lhe dá
a vontade do Espírito.
Pois que o fluido
vital, que o Espírito, de certo modo, emite, dá vida factícia e momentânea aos
corpos inertes; pois que o perispírito não é mais do que esse mesmo fluido
vital, segue-se que, quando o Espírito está encarnado, é ele próprio quem dá
vida ao seu corpo, por meio do seu perispírito, conservando-se unido a esse
corpo, enquanto a organização deste o permite. Quando se retira, o corpo morre.
Agora, se, em vez de uma mesa, esculpirmos uma estátua de madeira e sobre ela
atuarmos, como sobre a mesa, teremos uma estátua que se moverá, que baterá, que
responderá com os seus movimentos e pancadas. Teremos, em suma, uma estátua
animada momentaneamente de uma vida artificial. Em lugar de mesas falantes,
ter-se-iam estátuas falantes.
Sobre essa ótica conclui-se que
os fenômenos “Macro-PK” são em sua maioria Medianímicos[4]; Ernesto
Bozzano defenderia mais tarde esta tese em “Animismo e Espiritismo”, assim como
em seu livro “Fenômenos de Bilocação”[5]
(Desdobramento). Os golpes vibrados, o
deslocamento de objetos sem contato (telestesia), os fenômenos de “poltergeist”
e outros fenômenos físicos de natureza semelhante são produzidos por um “corpo
astral”, confirmando a presença de espíritos no fenômeno; num sentido mais
amplo, Hernani G. Andrade em suas pesquisas revela:
Os poltergeists
revelam muitas coisas [...] Alguns deles fornecem evidências de que seres
incorpóreos e inteligentes podem, em certas circunstâncias, atuar fisicamente
na matéria. Há casos em que deixam marcas indeléveis da sua atuação,
produzindo, por exemplo, a combustão espontânea de objetos inflamáveis. Esses
agentes normalmente são invisíveis à maioria das pessoas, mas podem ser
percebidos por certos sensitivos. Seus efeitos revelam características típicas
de seres inteligentes e até maliciosos. Parecem habitar espaços paralelos ao
nosso e dão a impressão de que podem transitar do seu espaço próprio para o de
cá, e vice-versa.[6]
Na parapsicologia a ação dos
espíritos é denominada “Fenômenos Psi-Theta”[7], e
são esses seres que através de contato mental
com um ser humano conseguem manifesta-se através dos sons, e movimento de
objetos.
Entre esse e outros dados Carl
Gustav Jung desenvolveu o conceito de inconsciente, desdobrando-o em
inconsciente pessoal e inconsciente coletivo, a partir de suas experiências e
observações. Descobriu e estudou os arquétipos do inconsciente coletivo,
material que verificou ser comum aos seres humanos; e foi com esses estudos que
analisou fenômenos paranormais:
Já observei a
movimentação de objetos sem que fossem tocados diretamente e sob condições
cientificamente satisfatórias. Poderíamos dizer que se trata de levitação, se
considerarmos que as coisas se movimentam por si mesmas. Mas isto parece não
ser o caso, pois todos os corpos aparentemente automovidos moveram-se como se
tivessem sido levantados, sacudidos ou atirados por alguma mão.
Nessa série de
experimentos eu, com outros observadores mais, vimos uma mão e sentimos sua
pressão aparentemente, foi esta mão que causou todos os outros fenômenos desse
tipo. Esses fenômenos não têm nada a ver com “vontade”, pois só aconteciam
quando o médium estava em transe e não comandava sua vontade. Parecia que
estavam na categoria das manifestações poltergeist. As experiências que
mencionei aqui foram realizadas na clínica de Burghölzli e não na Eidgen.
Techn. Hochschule (ETH)[8].
Conforme o Dr. Pedro Antonio Grisa[9],
criador do “Sistema Grisa”[10], tudo é ocasionado pela Mente Humana, quando o indivíduo vivencia grave ameaça à
sua Sobrevivência, desencadeia poderosa Energia. Exemplos: Fenômenos de
“Poltergeist” ou das casas consideradas Mal-Assombradas, pessoas que parecem
estar com espíritos; analisando essas informações sobre a ótica espírita
encontramos no livro “Libertação” (p. 223), referencias a casos de
auto-obsessão.
Contando o caso de um escritor atormentado pelas próprias criações
mentais negativas e destrutivas que criou em seus livros. Os personagens
voltam, sob a forma de ideoplastias[11] ou
formas-pensamento, para atormentá-lo. Esse processo pode se dar no mundo
espiritual ou durante a encarnação, especialmente, na fase da senectude, quando
a alma se torna mais vulnerável.
Abrindo assim também espaço para
as respostas das casas Mal-Assombradas, e também levantando outra questão que
tem ação nos fenômenos poltergeist é a do uso de “Formas Pensamentos”[12], assunto que é amplamente abordado por Ernesto Bozzano em
seu livro “Pensamento e Vontade” :
O que denomino
espírito do magnetismo não são espíritos que nos venham do céu e muito menos do
inferno, mas provenientes de um princípio inerente à criatura humana, tal como
a faísca que da pedra se desprende. Graças à vontade, o organismo também pode
desprender uma pequena parcela de espírito, que reveste forma determinada,
transformando-se em “ser ideal”. A partir desse momento, esse espírito vital se
torna em coisa como que intermediária do ser corpóreo e dos seres incorpóreos.
Assim é que pode locomover-se à vontade, não mais submisso às limitações de
tempo e espaço[13].
A Doutrina Espírita nos esclarece sobre a alma
e seus atributos, mostrando sua natureza e suas possibilidades de ascender a
planos mais elevados de esclarecimento, e prova-nos que para afastar esses
fenômenos é necessário conhecimento sobre suas causas, em muitos
casos o arrependimento é quase sempre mudança de comportamento, tanto do
espírito desencarnado quanto do encarnado.
Aprendemos com os
benfeitores espirituais que a maldade deliberada é moléstia da alma e a
modificação no plano mental das criaturas jamais pode ser imposta; é, antes,
fruto de tempo, de esforço e de evolução[14].
[1] Artigo Publicado na RIE de Janeiro de 2013.
[2] Marcos Paterra (João Pessoa/PB) é membro da Rede Amigo
Espírita, é articulista e membro do movimento espírita paraibano, colaborador
de diversos sites e jornais espíritas. marcos.paterra@gmail.com
[3] Cap. IV ‒ Da Teoria das Manifestações Físicas/ Tópico
XXV.
[4] Força do espírito do médium combinada com a do espírito
desencarnado.
[5]Termo usado pelos teólogos e que sintetiza as
manifestações multiformes ditas de “desdobramento fluídico”, correspondente às
outras expressões de “corpo etéreo”,
“corpo astral”, “perispírito”.
[6] ANDRADE, Hernani G. Poltergeist. Algumas de suas
Ocorrências no Brasil. São Paulo: Pensamento. 1989.
[7] Fatos Relacionados com a Morte - são aqueles fatos em
que os mortos parecem se manifestar para os vivos. Na Doutrina Espírita, muitos
desses fenômenos seriam efetivamente manifestações de seres humanos
desencarnados.
[8] JUNG, Carl Gustav. Cartas de C. G. Jung, Volume III p.
319 – 1956-1961 – Editora Vozes. 2003.
[9] Mestre da Parapsicologia independente.
[10] O SISTEMA GRISA compreende as dificuldades vivenciadas
pelo ser humano como advindas de sua história de vida, cujos registros ficam
gravados em seu subconsciente.
[11] Fenômeno psicológico transformar-se em fisiológico; o
pensamento pode fotografar-se e concretizar-se em materialização plástica,
tanto quanto criar um organismo vivo.
[12] BOZZANO, Ernesto. Pensamento e Vontade Cap. As forças
ideoplásticas p3. FEB.
[13] Formas-Pensamentos: "elementos artificiais ou
formas de pensamentos, assim chamadas porque são formas dadas a uma porção de
essência dementai pelos pensamentos da Humanidade e podem operar sobre o homem
de maneira benéfica ou maléfica, segundo a natureza de tais formas mentais
".(Glossário Teosófico)
[14] XAVIER, Francisco Cândido. No Mundo Maior, pp. 16 ,17
e 44, FEB-RJ.
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