Nascido em Saint-Firmin, Alpes, França,
no dia 20 de maio de 1837, sendo oriundo de grande família provinciana que
possuiu o feudo d'Aiglum, perto do Digne, desde metade do século XV até o
advento da revolução francesa.
Incontáveis foram os cientistas
que, no século passado, perquiriram os fenômenos espíritas. Muitos deles
iniciaram as investigações animados do propósito de descobrir fraudes, pois sua
maioria era composta de cépticos que não admitiam, mesmo da forma mais remota,
que os fenômenos pudessem existir. Eles queriam ver para crer.
O Coronel Albert de Rochas foi
um desses valorosos pesquisadores.
Ele persistiu, viu, sentiu a
plenitude da verdade bafejando aquilo que ele até então julgava inverossímil.
Em face da realidade
insofismável dos fatos, ele não trepidou em render-se à evidência. Se enfrentou
alguns insucessos iniciais, isso não constituiu entraves ao seu Espírito dotado
de inquebrantável vontade de desvendar a verdade, por isso não esmoreceu
enquanto não se capacitou de que a produção dos fenômenos constituía patente
realidade.
Seu pai e avó foram magistrados,
por isso, após seus brilhantes estudos no Liceu de Grenoble, inclinou-se para
essa carreira, na qual, não se sentindo realizado, por julgar que tais estudos
não eram suficientes para dar vazão às suas atividades intelectuais, voltou ao
Liceu para estudar Ciências.
No ano de 1875, obteve o prêmio
de honra de Matemáticas espaciais, o que o animou a entrar, no ano seguinte, na
Escola Politécnica. No ano de 1861, já havia alcançado a terceira colocação na
lista de promoção à Escola de Aplicação, de Metz, o que o levou a ingressar no
Exército, no posto de tenente de Engenharia.
Promovido a capitão em 1864,
teve importante participação na guerra de 1870 a 1871. Em 1880 foi promovido a
comandante de batalhão, entretanto, no ano de 1889, a fim de atender à sua
natural inclinação para o estudo científico, abandonou as atividades militares,
passando para o Exército territorial no posto de Tenente-Coronel.
Alcançaram grande projeção os
trabalhos militares e científicos do Coronel de Rochas, porém, neste ligeiro
resumo biográfico, nos tingiremos apenas aos seus estudos no campo do Magnetismo
e do Espiritismo.
Experimentador consumado e
grande conhecedor de tudo o que se havia escrito sobre esses transcendentais
assuntos, colaborou assiduamente para fazer com que o Magnetismo fosse classificado
entre as ciências puramente físicas. Estudou a polaridade, contribuiu para a
classificação atual das fases do estudo sonambúlico, observou com verdadeiro
critério científico a produção de fenômenos espíritas, descobriu a
exteriorização da sensibilidade, até então apenas suspeitada, e revelou o mecanismo
do desdobramento astral.
O Magnetismo e o Espiritismo
muito devem a esse renomado sábio, pois ele publicou uma dezena de importantes
obras sobre matérias pertinentes a eles, procurando sempre destacar a sobrevivência
da alma.
Albert de Rochas foi membro de
numerosas sociedades científicas, oficial da Legião de Honra, oficial da
Instrução Pública, em França; agraciado da Ordem de S. Salvador, da Grécia; da Ordem
de S. Maurício e S. Lázaro, da Itália; comendador de Sant'Ana, da Rússia; do
Mérito Militar, de Espanha; do Medjidie, Turquia; do Nicham, de Turus; do
Dragão Verde, de Annam.
De sua bibliografia salientamos:
"Forças não Definidas", "A Levitação", "O Fluido dos
Magnetizadores", "Os Estados Superficiais da Hipnose", "A
Exteriorização da Motricidade", "As Fronteiras da Física" e
"Os Eflúvios Ódicos".
Incluo, também, nesta biografia
o livro “Vidas Sucessivas”, traduzido pelo Hermínio C. Miranda e editado pelo
Instituto Lachâtre.
[1] Personagens do
Espiritismo - Antônio de Souza Lucena
e Paulo Alves Godoy
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