Cairbar Schutel
Por que unir sexo, amor e
reforma íntima? Porque o relacionamento sexual deve ser conhecido e vivenciado
no contexto do amor e, portanto, da reforma íntima.
Sexualidade serve de prova para
o encarnado. Pode conter alguns fatores que levam a períodos de expiação, mas
não deve navegar pelo sofrimento. Se, por conta do sexo, o ser humano sofrer, é
porque ainda não aprendeu a amar.
Controlar a sexualidade, assim
como manter o domínio sobre os demais desvios de conduta, é um dever do
encarnado.
Do mesmo modo que relacionamento
sexual traz alegria e prazer ao espírito e ao corpo, pode conduzir à tristeza e
à angústia. Sexo não deve ser o centro das atenções do ser, nem tampouco o
ponto de convergência dos interesses. É parte do amor, verdadeira meta a ser
alcançada na sua plenitude.
Pratica-se, idealmente, entre
homem e mulher. Tem um sentido de troca positiva de sensações e vibrações
carnais e fluídicas. Está no contexto da relação conjugal permanente e fiel. Ao
largo dessa premissa, torna-se um desvio de comportamento.
Não é preciso ser utilizado
somente para procriar, ainda que seja instrumento ideal para tanto. Sexo,
havendo amor, pode e deve ser desfrutado quando possível e desejável.
Por que não no cenário das relações
instáveis e como mero prazer carnal? Porque, nesse prisma, não difere dos
demais desvios que o encarnado adota para a satisfação artificial, portanto
material, de suas necessidades. Porque pode estar — o que ocorre na maioria dos
casos — no contexto do materialismo puro.
A falta de preparo e evolução
para a compreensão do verdadeiro significado do amor, como sentimento maior,
induz o encarnado a tratar o sexo como um instrumento ilusório — porque não
tocante ao imo da alma — de prazer.
Praticar o ato sexual fora do
contexto ideal é o mesmo que cultivar um desvio, que pode tornar-se um vício.
É certo que, como prova, o sexo
trará a muitos as mesmas agruras dos demais desvios de conduta. Como expiação
pode também transformar-se em linha de negativismo, caso não saiba o encarnado
lidar, resignado, com tal obstáculo.
O indicado é captar sua real
dimensão, não permitindo que seja um instrumento de desatino espiritual,
trazendo, assim, mais dívidas a quitar no futuro.
As pessoas na crosta terrestre
relacionam-se positivamente através do amor material — entendido como atração
física que causa prazer à carne — e do amor espiritual — relação superior, que
preenche a alma e regozija o ser, pois completa-lhe a essência. O sexo lida com
as duas formas.
Há amor material por excelência,
pelo contato físico que proporciona. Há também amor espiritual porque contenta
o íntimo do ser, neste caso quando exercido a nível ideal e cristão.
Pode não ser obrigatório no
casamento? Desde que o casal assim acorde, mútua e espontaneamente, por
conveniências íntimas e pessoais, prevalecendo na relação o amor espiritual.
Exercitá-lo ou não implica
sempre numa decisão responsável.
O amor espiritual envolve o
material que envolve o sexo. Portanto, sexo sem amor espiritual é corpo sem
cabeça.
Confunde o encarnado sentimento
com instinto ou sensação, manifestações mais rudes do espírito. Animais têm
instintos, assim como o homem os tem. Mas animais não têm sentimentos
desenvolvidos, o que o homem possui. Tratar o relacionamento sexual meramente
no campo instintivo — ou mesmo no da sensação, algo intermediário entre
instinto e sentimento, mas ainda rudimentar — é empobrecê-lo.
Praticar o ato sexual por
instinto ou por sensação de prazer, sem sentimento, é animalizá-lo. Compreensível
que muitos, ainda por parca evolução espiritual, o façam. Desejável,
entretanto, não é.
Afagar a mente, através da
leitura de um livro com belas mensagens, pode dar maior prazer ao espírito mais
evoluído do que uma noite de sensações libidinosas representa a outro, menos
desenvolvido.
Soluções existem. Passam pela
reforma íntima. Não prescindem da reformulação interior do ser.
Há uma falsa ideia que torna
bestial o resultado adotado pela humanidade, conforme a época e o lugar do
Globo, que é considerar o desvio sexual de qualquer ordem pior, ou melhor, que
outros desvios de conduta.
Assim, desmandos e atrocidades
são cometidos contra o encarnado que, desviando-se no contexto do instinto
sexual, comete algum ato não ideal ou menos cristão. São períodos negros da
história do ser humano. Sexo e sentimento devem ter noções inseparáveis. Ainda
que leve algum tempo para que a humanidade disso se aperceba, é esse o ideal
cristão a ser perseguido.
Eis por que o melhor contexto
para o desempenho dos atos consentâneos é na união familiar entre o homem e a
mulher.
Existem uniões passageiras entre
encarnados que levam ao seu exercício pela mera sensação de prazer. É fato e
contra fatos não há negativas. Com o passar do tempo, no entanto, haverá um
aprimoramento espiritual suficiente que conduzirá os seres à percepção da razão
verdadeira do amor e, consequentemente, dos fundamentos reais da sexualidade.
Nessa ocasião, sexo e amor estarão indissociavelmente unidos; amor e união
familiar, também. Logo, sexo e união familiar será um binómio natural e
pacificamente aceito por todos.
Não se retira do ato sexual, com
isso, o seu característico de prazer. É prazer e continuará sendo no mundo
material. Deve ser, inclusive para justificar e incentivar a sua prática. Não é
fonte exclusiva para a procriação, mas sobretudo para a troca de energias e
sentimentos entre os seres que se unem para um consórcio de vida, permutando
experiências e desenvolvendo projetos
No plano físico, elementos que
para o desencarnado tornam-se supérfluos, para os encarnados são fundamentais e
sustentam suas sensações de deleite e satisfação. Aí onde estão incluídas todas
as funções fisiológicas também está a sexualidade.
Sexualidade não deve ser um
tabu, mas também não significa libertinagem. Sua finalidade é proporcionar aos
encarnados sensações de prazer através do exercício do sentimento amor.
Servindo, ainda, de prova ou de
expiação, conduz o encarnado à senda dos acertos e, portanto, do progresso, ou
dos erros e, consequentemente, dos débitos.
Prática sexual pode ser vício,
quando se torna busca incessante de prazer imotivado e não sentimental.
Sexo pode ser símbolo de
materialismo. Utilizando-o para conquistas interesseiras, forma de sustento ou
mesmo instrumento de prazer desenfreado, o encarnado ingressa no cenário do materialismo,
afastando-se do ideal.
Quando exercido o ato respectivo
por mera obrigação, na relação conjugal, pode ser útil ou não. Melhor agir com
amor. Sempre. Não sendo possível, o casal pode praticá-lo como meio de
satisfação das necessidades físicas. Ainda que não seja o ideal, é melhor do
que ir buscá-lo extra maritalmente.
Como mencionado em item
precedente, não se nega a existência da sua prática fora da união familiar,
porque é um fato — e corriqueiro na atualidade. Mas, buscando a sua evolução,
voltado para o futuro, visando a atingir um estágio superior de depuração, deve
o encarnado saber que a sexualidade tem uma finalidade diversa daquela para a
qual se volta a maioria da sociedade no presente, por ignorância ou por falta
de preparo espiritual para aceitar a realidade. Para tanto, incide o
esclarecimento.
Sexo — e a repetição nesse
contexto não é demasia ‒ significa instrumento de realização de um sentimento
nobre, que é o amor. Aliás, uma das formas de exercitar o amor.
Há outras, até mais profundas e
satisfatórias que o sexo — depende da evolução do espírito para aperceber-se
disso.
Sendo instrumento de amor e
sendo este sentimento por excelência desfrutado no núcleo familiar, base
fundamental de evolução de todo ser humano, destina-se o seu exercício à intimidade
conjugal. Idealmente nem antes, nem fora dela
Como fazer para contê-lo no
tocante àqueles que ainda não conseguem assim aceita-lo? Como todo vício, o
melhor caminho é operacionalizar a reforma íntima. Através dela, o encarnado
começará, ainda que timidamente, a mudar os seus hábitos e, com o passar do
tempo, a compreender a desvantagem do papel do sexo fora da relação conjugal.
Fazendo-se um paralelo com um
vício qualquer, a melhor forma para extirpá-lo é a diminuição lenta, gradativa
e permanente dos atos erroneos que compõem o quadro vicioso.
Portanto, quem não consegue
conter a sua sexualidade de forma natural, nesse contexto, deve encarar o seu
problema como um desvio de conduta e, conforme o caso, como um vício. A partir
daí, combater o mal torna-se uma peregrinação difícil, mas possível de ser
realizada, utilizando como instrumento o processo decrescente e permanente
fiscalização de suas próprias atitudes. Haverá dia em que o triunfo será alcançado.
Homossexualidade
Significa atração sexual por
pessoa do mesmo sexo.
Pode advir de uma inadaptação do
Espírito ao corpo que lhe foi destinado; vale dizer: desejava nascer homem e
nasceu mulher ou vice-versa. Porta para a irresignação contra Deus, portanto,
desvio de conduta, uma vez que não consegue suportar sua prova.
Pode resultar de influenciações
provenientes do meio social ou fruto da descuidada educação familiar. Neste
caso, mais fácil se torna reverter o desvio. No outro, bem mais complexo e
difícil.
Quando irresignado com a prova
que lhe foi destinada, o encarnado, em maior ou menor escala (eis porque as
várias gradações que passam pelo transexual, pelo bissexual e pelo homossexual
propriamente dito), cultiva, no espírito, o desejo de pertencer ao sexo oposto
ao seu.
A prática sexual é uma das
formas mais visíveis e satisfatórias de encontro do trinômio
"mente-sensualidade-prazer", assim, na forma material que encontra
satisfação para o seu lado sensual, buscando o prazer sexual racionalmente (o
sentimental, que envolve o coração, fica fora desse contexto), o encarnado
procura o contato homossexual para amenizar o seu inconformismo latente, às
vezes silencioso, mas presente no mais profundo do seu âmago.
Como se disse, reverter essa
tendência é difícil. Quando se trata da irresignação espiritual, o processo é
lento e necessita, de forma absoluta, do processo de reforma íntima. Quando se
trata do homossexualismo resultante de influenciações sociais ou má educação
familiar, mais fácil reverter o quadro, ainda que precise, de maneira mais
branda, da reforma íntima.
A influência do meio e a
educação dada pela família, por serem geralmente estranhas ao âmago do ser,
podem ter o condão de adulterar o comportamento do encarnado, mas não conseguem
transformá-lo na sua essência. Logo, mais fácil, vindo a conscientização, o
próprio ser humano toma rumo diverso, abandonando a anterior ínfluenciação e
afastando-se dos maus princípios educativos que o conduziram até então.
Tratando-se da irresignação do
espírito, pode levar toda uma jornada para que o encarnado compreenda a sua
atitude equivocada. Pode necessitar para isso de mais de um estágio na Crosta.
Enfim, somente com uma eficaz reforma íntima é reversível tal tendência.
Sem admitir, no entanto, o erro,
jamais conseguirá empreendê-la (a reforma íntima nesse campo). Portanto,
manter-se em atividade homossexual , crendo ser algo natural e finalístico,
impossível e desnecessário de ser evitado, é encobrir o próprio desvio ou vício
e, com isso, impedir o processamento da reforma íntima, única saída para sanar
a irresignação indevida.
Como todos os demais desvios de
comportamento, que precisam ser combatidos pelos encarnados, o homossexualismo
é mais um deles.
Pode parecer inócuo repetir o
óbvio, mas não é. Essa repetição tem por fim demonstrar que não podem as
pessoas, jamais, discriminar o homossexual de forma alguma. Conferir-lhe
tratamento diferenciado e mais rígido do que o encarnado faz com outros desvios
de conduta é parte da ignorância, do mero e abjeto preconceito e, sobretudo, de
conduta também fruto do desvio.
O homossexualismo é um desvio de
conduta. Deve ser combatido. O instrumento para tanto é a reforma íntima. Leve
pouco ou muito tempo, não é impossível tal embate, nem tampouco as chances de
sucesso.
Apesar disso, não deve ser
julgado, nem tampouco condenado por quem desse desvio não padece. Afinal, quem
está isento de um desvio de conduta, possui outros. Não possuísse seria
perfeito. Sendo-o, não estaria em um planeta de expiação e provas.
[1] Fundamentos da
Reforma Íntima - Abel Glaser/ Cairbar
Schutel (Espírito)
Nenhum comentário:
Postar um comentário