Ermance Dufaux
S. Mateus, 17:20
O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO – Cap. XIX, Item 1
A pensadora californiana Louise
L. Hay define que as crenças são ideias, pensamentos e experiências que se
tornam verdade para nós[2] .
As crenças que cultivamos são
muito importantes no processo de crescimento espiritual.
Ter a certeza de que vamos
alcançar nossas metas íntimas é tão importante quanto alcança-las.
A reforma íntima, assim como
qualquer outro projeto de vida, exige otimismo e fé para alcançar seus
objetivos. Só será concretizada através de uma reação de confiança conosco
mesmo. É a crença de que somos capazes de livrarmos dos males que nos
acompanham nas milenares experiências.
Muitos idealistas orientados
pelos roteiros de melhoria espiritual, mas tomados de escassa autoestima,
sucumbem sob o peso dos “monstros da culpa e da vergonha”, estabelecendo ideias
de inutilidade interiores. Supervalorizam suas imperfeições através de
excessivo rigor consigo mesmo, instalando um “circuito mental” de inaceitação e
desgosto, a um passo do desespero e do desânimo com os nobres ideais de
transformação e melhoramento, gerando um clima de derrotismo e menos valia de
si mesmos.
Valorizemos aquilo que
gostaríamos de ser, contudo, valorizemos também o que já conseguimos deixar de
ser, aquilo que não nos convinha. Valorizemos a luz que há em nós, é com ela
que resgataremos a condição de criaturas em comunhão com as Sábias Leis do Pai.
Costuma-se observar na
atualidade uma “neurotização” da proposta de renovação interior. Muita
impaciência e severidade tem acompanhado esse desafio, levando ao
perfeccionismo por falta de entendimento do que seja realmente a reforma
íntima. Quando digo a mim mesmo: “não posso mais falhar” será mais difícil o
domínio interior. Precisamos aprender a ser “gente”, a ser humano, a exercer o
autoperdão, a admitir falhas, ciente de que podemos recomeçar sempre e sempre,
quantas vezes forem necessárias, sem que isso signifique, necessariamente, hipocrisia,
fraqueza ou conivência com o mal. A proposta espírita é de aperfeiçoamento e
não de perfeição imediata... O objetivo é sermos melhor e não “os melhores”...
Essa “neurotização da virtude”
gera um sistema de vida cheio de hábitos e condutas radicais e superficiais que
são fronteiriços com o fanatismo; isso nos desaproxima ainda mais da autêntica
mudança e nos faz preocupar mais com o que não devemos fazer, esquecendo de
investir esforços e descobrir os caminhos para aquilo que devíamos estar
fazendo, aquilo que queremos alcançar e ser.
Por isso a memorização e
valorização das pequenas vitórias de cada dia haverão de nos trazer incentivo e
discernimento na dilatação da crença da per feição, a qual todos nos
destinamos. Semelhante tarefa exigirá que utilizemos, ilimitadamente, o
autoperdão na construção mental da autoaprovação, porque, se não nos aprovamos
nas faltas cometidas, caminhamos para o desamor a nós próprios atraindo o
fracasso.
Não devemos fazer de nossos
erros a nossa queda. Recomeço sempre.
“Quando realmente amamos,
aceitamos e aprovamos a nós mesmos exatamente como somos, tudo na vida
funcionará”, assevera Louise L. Hay[3] .
Fé pequena, asseverou o Sábio Nazareno,
do tamanho de um grãozinho de mostarda, isso bastará para sofisticar nossa
confiança no projeto de transformação que, inexoravelmente, vamos conquistar
sob a égide dos pequenos êxitos de cada etapa.
Em uma guerra perde-se muitas
batalhas, como é natural ocorrer. O que não se pode é desistir de vencê-la, esquivemos,
portanto, da vaidade de querer vencer todas as batalhas e assumamos a posição
íntima do bom combatente, aquele que sabe respeitar seus limites e jamais
desistir de lutar.
Vitória sobre si, esse é o nosso
bom combate, conforme destaca o inolvidável Apóstolo de Tarso[4] .
Nunca esqueça que mais importante que a severidade da disciplina com nossas
imperfeições é a alegria que devemos cultivar com nossos pequenos triunfos e
nossas tenras qualidades. Alegria é fonte de motivação e bem-estar para todos
os dias.
Nos momentos de decepção contigo
busque o trabalho, a oração e prossiga confiante na tua luta pessoal,
acreditando nas tuas pequenas vitórias. Logo mais perceberás, espontaneamente,
o valor que elas possuem para tua felicidade e o quanto significam para os que
te rodeiam.
[1] Reforma Íntima
sem Martírio – Wanderley S. de
Oliveira
[2] Você pode Curar
sua Vida - Louise L. Hay – Pág. 44 (4ª edição), Editora Best Seller.
[3] Idem – pág. 26.
[4] I TIMÓTEO, 4:7.
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