Richard Simonetti
A desencarnação, a maneira como
o Espírito, com seu revestimento perispiritual, deixa o corpo, é inacessível à
Ciência da Terra, em seu estágio atual de desenvolvimento, porquanto ocorre na
dimensão espiritual, que nenhum instrumento científico, por mais sofisticado,
tem conseguido devassar.
Ficamos, portanto, circunscritos
às informações dos Espíritos, que esbarram nas dificuldades impostas por nossas
limitações (algo como explicar o funcionamento do sistema endócrino a uma
criança), e pela ausência de similitude (elementos de comparação entre os
fenômenos biológicos e os espirituais).
Sem entrar, portanto, em
detalhes técnicos, poder-se-ia dizer que o desencarne começa pelas extremidades
e vai se completando na medida em que são desligados os cordões fluídicos que
prendem o Espírito ao corpo.
Sabe-se que o moribundo
apresenta mãos e pés frios, um fenômeno circulatório, porquanto o coração
enfraquecido não consegue bombear adequadamente o sangue. Mas é também um
fenômeno de desligamento. Na medida em que este se desenvolve, as áreas
correspondentes deixam de receber a energia vital que emana do Espírito e
sustenta a organização física.
No desdobramento desse processo,
quando é desligado o cordão fluídico que prende o Espírito ao corpo, à altura
do coração, este perde a sustentação perispiritual e deixa de funcionar. Cessa,
então, a circulação sanguínea e a morte se consuma em poucos minutos.
A medicina dispõe hoje de amplos
recursos para reanimar o paciente quando o coração entra em colapso. A massagem
cardíaca, o choque elétrico, a aplicação intracardíaca de adrenalina, têm
salvado milhares de vidas, quando aplicados imediatamente, antes que se
degenerem as células cerebrais por falta de oxigenação.
Tais socorros são eficientes
quando se trata de mero problema funcional, como o enfarte, um estrangulamento
da irrigação sanguínea em determinada área do coração, em virtude de trombo ou
de estreitamento da artéria. O enfarte pode implicar em desencarne, mas nem
sempre significa que chegou a hora da Morte, tanto que são frequentes os casos em
que a assistência médica recupera o paciente.
Se, entretanto, a parada
cardíaca for determinada pelo desligamento do cordão fluídico, nenhum médico,
por mais hábil, nenhum recurso da Medicina, por mais eficiente, operará o
prodígio de reanimá-lo. O processo se torna irreversível.
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