terça-feira, 8 de novembro de 2016

FENÔMENO MEDIÚNICO[1]



Hugo Lapa[2]
 
Diz-se de qualquer fenômeno produzido por um médium. Médium é todo aquele que serve como intermediário entre o mundo material e o mundo espiritual, entre os encarnados e os desencarnados. Logo, fenômeno mediúnico é qualquer ação do médium em comunicação ou contato com o plano espiritual.
Dentro de uma classificação mais ampla, existem três tipos de fenômenos: Fenômenos anímicos, fenômenos mediúnicos e fenômenos produzidos diretamente pelos espíritos.
Fenômenos anímicos são aqueles produzidos pelos encarnados quando se encontram em transe, ou num estado alterado de consciência. Em outras palavras, é um fenômeno realizado pelo próprio encarnado, sem a participação de nenhuma entidade espiritual. No caso dos fenômenos anímicos, o poder de execução da fenomenologia está toda na pessoa do encarnado.
Já os fenômenos mediúnicos, como dissemos, é um conjunto de manifestações psíquicas, que tomam a pessoa do médium como instrumento, mas que tem como fonte primeira uma ou mais entidades espirituais, como, por exemplo, a psicografia.
Os fenômenos produzidos diretamente pelos espíritos, como as batidas, as mesas girantes, ou a pneumatografia (escrita direta) não necessitam de nenhum instrumento mediúnico, e por isso dispensam a figura do médium. Este é o fenômeno realizado diretamente pelo espírito, sem a intermediação de nenhum encarnado.
No que diz respeito ao mediunismo, podemos separá-lo em duas classes principais de fenômenos:
1) Fenômenos objetivos: são aqueles que produzem efeitos materiais tangíveis e detectáveis pelos sentidos físicos. São bem mais fáceis de comprovar, posto que há várias testemunhas que relatam observar o fenômeno da mesma forma, sem distorções.
2) Fenômenos subjetivos: são aqueles que não produzem efeitos em nossos sentidos físicos, nem são detectados objetivamente, mas se dão na esfera do psiquismo do médium, dentro de sua subjetividade. Os fenômenos subjetivos são bem mais difíceis de provar, pois sempre passam pelas tendências do médium e podem ser contaminados por suas predisposições inconscientes. Por exemplo, uma psicografia pode trazer, juntamente com o conteúdo revelado pelo espírito, uma espécie de distorção, acréscimo ou decréscimo de ideias que são do médium, e não do espírito que ditou a mensagem.
Vejamos os exemplos de fenômenos ditos objetivos:
Tiptologia: pancadas ou batidas (“raps”) produzidas por espíritos. Podem ser ouvidas por qualquer pessoa. Diferentes dos sons ouvidos pela médium em sua mente. Estes são fenômenos mentais denominados de psicoaudiência. Neste tópico entra também a chamada Sematologia, que representa um movimento dos objetos carregado com emoções do próprio espírito em relação a um encarnado presente. Por exemplo: um espírito pode não gostar de uma das pessoas e faz com que um objeto se mova rapidamente em sua direção, a fim de assusta-la. Esse movimento rápido pode traduzir um sentimento do espírito perante outra pessoa. Neste caso, trata-se de um fenômeno de sematologia, ou linguagem de sinais.
Pneumatografia: também chamada de “escrita direta”. É o fenômeno em que o próprio espírito, sem a ajuda do médium, move um lápis ou caneta e escreve no papel.
Bilocação: também chamado de Bicorporeidade. É quando o encarnado se encontra em dois lugares ao mesmo tempo, seja físicamente, ou em seu perispírito, ou corpo astral, realizando um desdobramento ou experiência fora do corpo. Falamos com mais detalhes sobre a bilocação em outro artigo do site.
Transporte de objetos: ocorre quando um objeto qualquer é desmaterializado e retirado de um local, mesmo que esteja fechado, para aparecer em outro local, de forma explicável somente pela ação de espíritos. Em suma, trata-se de fazer algo desaparecer num lugar e aparecer em outro.
Voz Direta: é a voz de espírito que ressoa no ambiente e pode ser ouvida por todos os presentes.
Levitação: o fenômeno da levitação não ocorre apenas com objetos, mas também com as pessoas presentes. Na levitação é mais provável que o peso do objeto seja diminuído por algum processo espiritual desconhecido, e não que o objeto ou a pessoa seja suspensa no ar com seu peso normal.
Magnetismo pelas mãos: o passe magnético é aplicado pelo encarnado, mas este pode receber o auxílio de espíritos que o infundem com um fluxo de energias benéficas e estas são transferidas ao enfermo. Este fenômeno é também chamado de mediunidade de cura, mas não necessariamente a mediunidade de cura é realizada por meio de magnetismo; ela também pode ocorrer por intervenção direta do espírito, tomando o corpo físico do médium, e fazendo uma cirurgia espiritual com cortes, infusões e outros procedimentos. Esta fenomenologia está entre o objetivo e o subjetivo, a meio caminho de um e outro. Mas optamos em situa-la nos fenômenos objetivos, por ter o magnetismo humano meios de ser detectado por análises científicas, tais como as pesquisas do Dr. Grad e de Ricardo Monezzi da USP.
Transfiguração: ocorre quando os traços faciais do médium parecem sofrer uma alteração por conta da ação dos espíritos atuando sobre ele. Alguns podem associar esse fenômeno com a transfiguração de Jesus, no Evangelho de Matheus, capítulo 17, verso 2, quando Jesus “resplandecia como o Sol, e a suas vestes tornaram-se brancas como a luz”. Mas existe uma diferença entre a transfiguração de Jesus e a dos médiuns. Com Jesus houve uma expansão de sua aura, e os discípulos puderam entrever o brilho que se expandia de sua aura. Jesus, sendo um espírito superior, tem um brilho branco em sua aura, em seu campo de energias, pois o branco é a cor mais elevada de todas as outras. Com a mediunidade o fenômeno é outro: o médium tem, por alguns instantes, uma mudança em sua fisionomia; seu semblante parece sofrer uma alteração e ele toma a forma de outra pessoa. Neste caso, parece que os espíritos podem manipular as correntes fluídicas e envolve-las sobre o rosto do médium, modificando sua forma temporariamente.
Materialização: é o ato ou efeito de se infundir com matéria algo não dotado dela. A materialização de um objeto consiste no seu adensamento, passando do estado espiritual ou estado de matéria densa e tangível. Isso ocorre graças a uma substância chamada de ectoplasma, que é espargida pelo médium por seus orifícios, ou extraída pelos espíritos para a modelação da corporeidade física de um objeto ou de uma pessoa.




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