Hugo Lapa[2]
Diz-se de qualquer fenômeno
produzido por um médium. Médium é todo aquele que serve como intermediário
entre o mundo material e o mundo espiritual, entre os encarnados e os
desencarnados. Logo, fenômeno mediúnico é qualquer ação do médium em
comunicação ou contato com o plano espiritual.
Dentro de uma classificação mais
ampla, existem três tipos de fenômenos: Fenômenos anímicos, fenômenos
mediúnicos e fenômenos produzidos diretamente pelos espíritos.
Fenômenos anímicos são aqueles
produzidos pelos encarnados quando se encontram em transe, ou num estado
alterado de consciência. Em outras palavras, é um fenômeno realizado pelo
próprio encarnado, sem a participação de nenhuma entidade espiritual. No caso
dos fenômenos anímicos, o poder de execução da fenomenologia está toda na
pessoa do encarnado.
Já os fenômenos mediúnicos, como
dissemos, é um conjunto de manifestações psíquicas, que tomam a pessoa do
médium como instrumento, mas que tem como fonte primeira uma ou mais entidades
espirituais, como, por exemplo, a psicografia.
Os fenômenos produzidos
diretamente pelos espíritos, como as batidas, as mesas girantes, ou a
pneumatografia (escrita direta) não necessitam de nenhum instrumento mediúnico,
e por isso dispensam a figura do médium. Este é o fenômeno realizado
diretamente pelo espírito, sem a intermediação de nenhum encarnado.
No que diz respeito ao
mediunismo, podemos separá-lo em duas classes principais de fenômenos:
1) Fenômenos objetivos: são aqueles que produzem efeitos materiais
tangíveis e detectáveis pelos sentidos físicos. São bem mais fáceis de
comprovar, posto que há várias testemunhas que relatam observar o fenômeno da
mesma forma, sem distorções.
2) Fenômenos subjetivos: são aqueles que não produzem efeitos em nossos
sentidos físicos, nem são detectados objetivamente, mas se dão na esfera do
psiquismo do médium, dentro de sua subjetividade. Os fenômenos subjetivos são
bem mais difíceis de provar, pois sempre passam pelas tendências do médium e
podem ser contaminados por suas predisposições inconscientes. Por exemplo, uma
psicografia pode trazer, juntamente com o conteúdo revelado pelo espírito, uma
espécie de distorção, acréscimo ou decréscimo de ideias que são do médium, e
não do espírito que ditou a mensagem.
Vejamos os exemplos de fenômenos
ditos objetivos:
Tiptologia: pancadas ou batidas (“raps”) produzidas por espíritos.
Podem ser ouvidas por qualquer pessoa. Diferentes dos sons ouvidos pela médium
em sua mente. Estes são fenômenos mentais denominados de psicoaudiência. Neste
tópico entra também a chamada Sematologia,
que representa um movimento dos objetos carregado com emoções do próprio
espírito em relação a um encarnado presente. Por exemplo: um espírito pode não
gostar de uma das pessoas e faz com que um objeto se mova rapidamente em sua
direção, a fim de assusta-la. Esse movimento rápido pode traduzir um sentimento
do espírito perante outra pessoa. Neste caso, trata-se de um fenômeno de
sematologia, ou linguagem de sinais.
Pneumatografia: também chamada de “escrita direta”. É o fenômeno em
que o próprio espírito, sem a ajuda do médium, move um lápis ou caneta e
escreve no papel.
Bilocação: também chamado de Bicorporeidade. É quando o encarnado
se encontra em dois lugares ao mesmo tempo, seja físicamente, ou em seu
perispírito, ou corpo astral, realizando um desdobramento ou experiência fora
do corpo. Falamos com mais detalhes sobre a bilocação em outro artigo do site.
Transporte de objetos: ocorre quando um objeto qualquer é
desmaterializado e retirado de um local, mesmo que esteja fechado, para
aparecer em outro local, de forma explicável somente pela ação de espíritos. Em
suma, trata-se de fazer algo desaparecer num lugar e aparecer em outro.
Voz Direta: é a voz de espírito que ressoa no ambiente e pode ser
ouvida por todos os presentes.
Levitação: o fenômeno da levitação não ocorre apenas com objetos,
mas também com as pessoas presentes. Na levitação é mais provável que o peso do
objeto seja diminuído por algum processo espiritual desconhecido, e não que o
objeto ou a pessoa seja suspensa no ar com seu peso normal.
Magnetismo pelas mãos: o passe magnético é aplicado pelo encarnado,
mas este pode receber o auxílio de espíritos que o infundem com um fluxo de
energias benéficas e estas são transferidas ao enfermo. Este fenômeno é também
chamado de mediunidade de cura, mas não necessariamente a mediunidade de cura é
realizada por meio de magnetismo; ela também pode ocorrer por intervenção
direta do espírito, tomando o corpo físico do médium, e fazendo uma cirurgia espiritual
com cortes, infusões e outros procedimentos. Esta fenomenologia está entre o
objetivo e o subjetivo, a meio caminho de um e outro. Mas optamos em situa-la
nos fenômenos objetivos, por ter o magnetismo humano meios de ser detectado por
análises científicas, tais como as pesquisas do Dr. Grad e de Ricardo Monezzi
da USP.
Transfiguração: ocorre quando os traços faciais do médium parecem
sofrer uma alteração por conta da ação dos espíritos atuando sobre ele. Alguns
podem associar esse fenômeno com a transfiguração de Jesus, no Evangelho de
Matheus, capítulo 17, verso 2, quando Jesus “resplandecia como o Sol, e a suas
vestes tornaram-se brancas como a luz”. Mas existe uma diferença entre a
transfiguração de Jesus e a dos médiuns. Com Jesus houve uma expansão de sua
aura, e os discípulos puderam entrever o brilho que se expandia de sua aura.
Jesus, sendo um espírito superior, tem um brilho branco em sua aura, em seu
campo de energias, pois o branco é a cor mais elevada de todas as outras. Com a
mediunidade o fenômeno é outro: o médium tem, por alguns instantes, uma mudança
em sua fisionomia; seu semblante parece sofrer uma alteração e ele toma a forma
de outra pessoa. Neste caso, parece que os espíritos podem manipular as
correntes fluídicas e envolve-las sobre o rosto do médium, modificando sua
forma temporariamente.
Materialização: é o ato ou efeito de se infundir com matéria algo
não dotado dela. A materialização de um objeto consiste no seu adensamento,
passando do estado espiritual ou estado de matéria densa e tangível. Isso
ocorre graças a uma substância chamada de ectoplasma, que é espargida pelo
médium por seus orifícios, ou extraída pelos espíritos para a modelação da
corporeidade física de um objeto ou de uma pessoa.
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