segunda-feira, 31 de outubro de 2016

CONDÃO DO PASSE[1]



Miramez[2]


O passe é uma transfusão fácil de fluidos de uma pessoa para outra. No entanto, requer do doador, no caso de tratamento, o dom de curar e a disciplina das emoções, a educação da mente e o amor mais acentuado às criaturas. Os pensamentos desordenados desajustam o psiquismo e adelgaçam todo o mundo orgânico, com propensão a variados tipos de enfermidades. O operador magnético poderá restabelecer o doente impondo-lhe as mãos, auxiliando-o com os olhos, sob o controle da mente educada e da palavra serena.
Viajando nos caminhos evangélicos, encontramos cenas inumeráveis, tanto do Cristo como dos Seus discípulos, impondo as mãos sobre os enfermos e curando-os, falando com paralíticos e restabelecendo seus movimentos, olhando para pessoas desorientadas e desenvolvendo lhes a paz e a esperança. Jesus foi o Mestre, por excelência, nessa arte, e deixou para a humanidade esse recurso, como herança divina, e a Boa Nova como disciplinadora dessas forças benfeitoras.
A doença é excremento, de certo modo, da vitalidade. O passe multiplica a energia e faz circular o campo de força, preso por deficiência psicomental e cármica. E para que o alívio se estabeleça ou a cura se faça, é indispensável que se associe, com o passe, a instrução espiritual, e que o paciente queira assimilar, pela fé e pelo raciocínio, os dois polos que se completam.
O baço é uma glândula de secreção interna da mais alta importância. O seu duplo armazena energias consideráveis, vindas diretamente do sol, filtradas por centros de força e acumuladas nessa bateria, que as redistribui a todo o organismo. Essa glândula tem função de reator. Transforma e multiplica o magnetismo injetado nela por hábeis passistas, como também sobrecarrega a ação do passe, quando o operador não tem consciência do trabalho ou é envolvido por fluidos inferiores.
A conjuntura do medianeiro, na inoculação magnética no enfermo, é momento sagrado, que não dispensa o respeito, a oração, a fé e a tranquilidade. Os pensamentos devem obedecer à harmonia do coração, ajudando o doente a restabelecer-se. O Cristo tocava os enfermos com o mesmo amor. No entanto, para cada doente, tinha uma energia diferente. Para atingir essa medicina espiritual, é preciso que o curador seja sábio e santo.
Mas, até chegarmos lá, devemos começar a modificar nossos pensamentos, doutrinar nossas emoções, observar a nossa palavra, procurando filtrá-las e, quando a oportunidade nos convidar para a escola da cura, tentemos com fé, pois esta transporta montanhas. Mas nunca nos esqueçamos de que a fé é mais rica quando está, positivamente, ordenada pela conduta conceituada por Jesus.
O passe é uma benção de Deus para os homens. É um recurso que todos possuímos, até certo ponto, como luz doadora de alegria. Se existem fluidos de composições variadíssimas, que atendem ao mesmo tanto de desequilíbrios, a bondade de Deus coloca em nossas mãos um tipo universal, que alivia todos os que dele fazem uso, dando-nos acesso, por injustiça, ao aprendizado maior, para que, no futuro, possamos conhecer a ciência e nos aprofundar no amor, fazendo qual o Cristo com os sofredores: “Levanta-te e anda”. Usa o condão do passe. Tu és o médico, o passe é o remédio. Deus e Cristo, a ordem é curar.




[2] Extraído do Livro “Horizontes da Mente” por Miramez, psicografia de João Nunes Maia, Editora Fonte Viva.

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