Léon Denis
O estudo das forças radiantes
nos permite melhor compreender o poder oculto que certos seres possuem, uns
sobre outros. Trata-se da atração, da fascinação, das influências boas ou más,
numa palavra, do domínio que certos homens exercem sobre os indivíduos e sobre
as multidões. Sabemos que tal orador ou tal artista impressiona o público,
antes mesmo de ter falado ou atuado.
Tudo se explica pela natureza
dos fluidos impregnados de qualidades ou de defeitos levados ao seu mais alto
grau de potência, e sustentados por uma sólida vontade. Quando as condições de
receptividade são favoráveis e a fusão se estabelece, há produção de efeitos
que vão até o entusiasmo ou até a fúria e que a História registra, sem
definir-lhe as causas.
Basta uma alma vibrante para
despertar as forças latentes que adormecem no fundo de outras almas e provocar
um desses grandes movimentos de opinião política ou religiosa, que marcam os
anais dos séculos.
É nesse sentido que se pode
medir toda a potência da alma sobre seus semelhantes, sobre a Natureza inteira
e entrever que foco radiante ela pode se tornar no curso da sua evolução pela
cultura da vontade e treinamento psíquico.
É também por este estudo das
vibrações que se revelam a concordância e a harmonia perfeitas, a combinação
dos sons, das cores e dos perfumes. Nós o vimos, cada nota corresponde a uma
cor e a um perfume.
É nesse equilíbrio das coisas
que se mostra a harmonia soberana que rege o mundo, tanto no campo moral,
quanto na ordem física.
Somente quando o homem puser o
seu pensamento, a sua consciência e seus atos de acordo com essa lei soberana,
é que a ordem e a paz reinarão sobre a Terra e a Humanidade conhecerá o reino
da justiça e do amor.
Todos aqueles que já conhecem as
leis da Física e da Química sabem que elas têm a afinidade como regra comum. A
lógica, sozinha, bastaria para demonstrar que o mesmo ocorre com as radiações
humanas, pois tudo se encadeia na ordem universal.
Essas radiações têm, elas
também, seus caracteres atrativos e repulsivos, conforme os casos, e é somente
na condição de harmonizá-las com as forças apresentadas pelos espíritos que se
pode criar um ambiente adequado à produção dos fenômenos.
Os resultados dependem, então,
em grande parte, da concordância estabelecida entre os eflúvios dos
experimentadores e os meios utilizados pelos invisíveis. Dissemos também que o
pensamento e a vontade desempenham um papel marcante sobre os fluidos, e como,
pela oração e pelas aspirações elevadas, podem-se imprimir, às irradiações, qualidades
próprias, virtudes particulares.
Não se trata, de modo algum, da
prece, tal como se concebe comumente, mas desses impulsos da alma que
transmitem aos eflúvios mais vigor e brilho.
Pode-se, portanto, estranhar o
desdém com o qual alguns psiquistas encaram os processos utilizados nos grupos
espíritas, processos esses recomendados pelos próprios espíritos guias, como
sendo os únicos eficientes. Negligenciando, desprezando esses procedimentos,
eles se condenam, frequentemente, à impotência, e nós dela temos as provas,
diariamente, na indigência dos resultados obtidos pelos pesquisadores, ditos
cientistas, habituados, desde muito tempo, aos métodos materialistas. Pois, se
o materialismo, após as descobertas recentes, cessou de viver como uma
doutrina, o espírito de rotina materialista subsiste sempre nos meios
científicos e aí está a causa verdadeira dos lentos progressos do Psiquismo na
França.
[1] O Espiritismo
e as Forças Radiantes / Léon Denis;
tradução de Cícero Pimentel – 2ª. edição – Rio de Janeiro: CELD. 2012
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