terça-feira, 6 de setembro de 2016

FORÇAS RADIANTES[1]


Léon Denis


O estudo das forças radiantes nos permite melhor compreender o poder oculto que certos seres possuem, uns sobre outros. Trata-se da atração, da fascinação, das influências boas ou más, numa palavra, do domínio que certos homens exercem sobre os indivíduos e sobre as multidões. Sabemos que tal orador ou tal artista impressiona o público, antes mesmo de ter falado ou atuado.
Tudo se explica pela natureza dos fluidos impregnados de qualidades ou de defeitos levados ao seu mais alto grau de potência, e sustentados por uma sólida vontade. Quando as condições de receptividade são favoráveis e a fusão se estabelece, há produção de efeitos que vão até o entusiasmo ou até a fúria e que a História registra, sem definir-lhe as causas.
Basta uma alma vibrante para despertar as forças latentes que adormecem no fundo de outras almas e provocar um desses grandes movimentos de opinião política ou religiosa, que marcam os anais dos séculos.
É nesse sentido que se pode medir toda a potência da alma sobre seus semelhantes, sobre a Natureza inteira e entrever que foco radiante ela pode se tornar no curso da sua evolução pela cultura da vontade e treinamento psíquico.
É também por este estudo das vibrações que se revelam a concordância e a harmonia perfeitas, a combinação dos sons, das cores e dos perfumes. Nós o vimos, cada nota corresponde a uma cor e a um perfume.
É nesse equilíbrio das coisas que se mostra a harmonia soberana que rege o mundo, tanto no campo moral, quanto na ordem física.
Somente quando o homem puser o seu pensamento, a sua consciência e seus atos de acordo com essa lei soberana, é que a ordem e a paz reinarão sobre a Terra e a Humanidade conhecerá o reino da justiça e do amor.
Todos aqueles que já conhecem as leis da Física e da Química sabem que elas têm a afinidade como regra comum. A lógica, sozinha, bastaria para demonstrar que o mesmo ocorre com as radiações humanas, pois tudo se encadeia na ordem universal.
Essas radiações têm, elas também, seus caracteres atrativos e repulsivos, conforme os casos, e é somente na condição de harmonizá-las com as forças apresentadas pelos espíritos que se pode criar um ambiente adequado à produção dos fenômenos.
Os resultados dependem, então, em grande parte, da concordância estabelecida entre os eflúvios dos experimentadores e os meios utilizados pelos invisíveis. Dissemos também que o pensamento e a vontade desempenham um papel marcante sobre os fluidos, e como, pela oração e pelas aspirações elevadas, podem-se imprimir, às irradiações, qualidades próprias, virtudes particulares.
Não se trata, de modo algum, da prece, tal como se concebe comumente, mas desses impulsos da alma que transmitem aos eflúvios mais vigor e brilho.
Pode-se, portanto, estranhar o desdém com o qual alguns psiquistas encaram os processos utilizados nos grupos espíritas, processos esses recomendados pelos próprios espíritos guias, como sendo os únicos eficientes. Negligenciando, desprezando esses procedimentos, eles se condenam, frequentemente, à impotência, e nós dela temos as provas, diariamente, na indigência dos resultados obtidos pelos pesquisadores, ditos cientistas, habituados, desde muito tempo, aos métodos materialistas. Pois, se o materialismo, após as descobertas recentes, cessou de viver como uma doutrina, o espírito de rotina materialista subsiste sempre nos meios científicos e aí está a causa verdadeira dos lentos progressos do Psiquismo na França.



[1] O Espiritismo e as Forças Radiantes / Léon Denis; tradução de Cícero Pimentel – 2ª. edição – Rio de Janeiro: CELD. 2012

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