O que diz a medicina espírita?
As complicações clínicas
advindas dos abortos provocados na esfera ginecológica são inúmeras e podem,
inclusive, determinar o êxito letal da mulher.
No campo psicológico, são comuns os processos
depressivos subsequentes que acometem as mulheres que se submeteram à
eliminação da gestação indesejada. A sensação de vazio interior, mesclada com
um sentimento de culpa consciente e inconsciente, frequentemente, determina uma
acentuada baixa de vibração na psicosfera feminina.
Paralelamente, a ação do magnetismo mental do
espírito expulso passará gradativamente a exacerbar a situação depressiva
materna.
Como já estudamos, em muitos casos, aquele que
reencarnaria como seu rebento estava sendo encaminhado para um processo de
reconciliação afetiva. O véu do esquecimento do passado é que possibilitaria a
reaproximação de ambos sob o mesmo teto. Com o aborto provocado, à medida que o
espírito recobra a consciência, passa, nesses casos, a emitir vibrações que,
pelo desagrado profundo, agirão de forma nociva na psicosfera materna. Em que
pese o esforço protetor exercido pelos mentores amigos, em muitas
circunstâncias se estabelece o vínculo simbiótico, mergulhando a mãe nos
tristes escaninhos da psicopatologia.
Ao desencarnar, de volta ao plano espiritual,
a mãe apresentará em diversos níveis, conforme o seu grau de responsabilidade,
distonias energéticas que se farão representar por massas fluídicas escuras que
comporão a estrutura de seu psicossoma (perispírito). Apesar de serem atendidas
com os recursos e as técnicas terapêuticas existentes no mundo astral, a chaga
energética, em muitos casos, se mantém, em função da gravidade e agravantes
existentes.
As lesões na textura íntima do psicossoma a
que nos referimos, muitas vezes, só podem ser eliminadas numa próxima
encarnação de características expiatórias.
Expiação, longe de ter uma conotação punitiva,
pois esse critério não existe na planificação superior, é um método de
eliminação das desarmonias mais profundas para a periferia do novo corpo
físico. A expiação sempre tem função regeneradora e construtiva e visa
restaurar o equilíbrio energético perdido por posturas desequilibradas do
passado.
As deficiências que surgirão no corpo físico
feminino, pelo mecanismo expiatório, visa, em última análise, suprimir o mal,
drená-lo para a periferia física. Segundo os textos evangélicos: “A cada um de
acordo com as próprias obras”.
Os desajustes ocorrem
inicialmente nas energias psicossomáticas do chacra genésico, implantando-se
nos tecidos da própria alma as sementes que germinarão no seu novo corpo
físico, em encarnação vindoura, como colheita de semeadura anterior.
RESPONSABILIDADE
PATERNA
Se é verdade que a mulher se constitui no
ninho onde se aconchegam os ovos, que, acalentados pelo amor, abrir-se-ão em
novos filhotes da vida humana, não há como se esquecer da função paterna.
A pretensa igualdade pregada por feministas,
que mais se mostram como extremistas, não permite que se enxergue pela
embaciada lente do orgulho, que a mulher jamais será igual ao homem. A mulher é
maravilhosamente especial para se igualar a nós homens.
Já nos referimos às complexas consequências
para o lado materno no caso da interrupção premeditada da gestação.
Faz-se necessário, não só por uma questão de
esclarecimento, mas até por justiça, estudarmos os efeitos sobre o elemento
paterno que, muitas vezes, é o mentor intelectual do crime.
Desertando do compromisso assumido, ou
pressionando pela força física ou mental, o homem, a quem frequentemente a
mulher se subordina para manter a sobrevivência, obriga a sua companheira a
abortar. Não estamos eximindo quem quer que seja da responsabilidade, pois cada
qual responde perante a lei da natureza proporcionalmente à sua participação
nos atos da vida. A mãe terá sua quota de responsabilidade, ou de valorização,
devidamente codificada nos computadores do seu próprio espírito.
O homem, frequentemente, obterá na existência
próxima a colheita espinhosa da semeadura irresponsável. Seu chacra coronário
ou cerebral, manipulador da indução ao ato delituoso, se desarmonizará gerando
ondas de baixa frequência e elevado comprimento ondulatório. Circuitos
energéticos anômalos se formarão nesse nível, atraindo por sintonia magnética
ondas de similar amplitude e frequência, abrindo caminho à obsessão espiritual.
As emanações vibratórias doentias do seu
passado, que jaziam adormecidas, pulsarão estimuladas pela postura equivocada
atual e abrirão um canal anímico de acesso aos obsessores.
O chacra genésico também recebe o influxo
patológico de suas atitudes, toma-se distônico e, na seguinte encarnação
programa automaticamente pelos computadores perispirituais a fragilidade do
aparelho reprodutor. Objetivamente, veremos moléstias testiculares e distúrbios
hormonais como reflexos do seu pretérito.
Lembramos sempre que não se pode generalizar
raciocínios nem padronizar efeitos, pois cada espírito tem um miliar de
responsabilidades e, a cada momento, atos de amor e de crescimento interior
diluem o carma construído no passado.
CONSEQÜÊNCIAS PARA O
ABORTADO
A especificidade de cada caso determina
situações absolutamente individuais no que se refere às repercussões sofridas
pelo espírito eliminado de seu corpo em vias de estruturação.
Se existe na ciência do espírito uma regra
fundamental que rege a lei de causa e efeito, poderíamos enunciá-la assim: A reação da natureza sempre se fará
proporcional à intencionalidade da ação. Isto é, jamais poderemos afirmar que
um determinado ato levará inexoravelmente a uma exata consequência.
Quando a responsabilidade maior da decisão
coube aos encarnados, pai e ou mãe, eximindo o espírito de participação
voluntária no aborto, teremos um tipo de situação a ser analisada.
O espírito, quando de nível evolutivo mais
expressivo, tem reações mais moderadas e tolerantes. Muitas vezes seria ele
alguém destinado a aproximar o casal, restabelecer a união ou, mesmo no futuro,
servir de amparo social ou efetivo aos membros da família. Lamentará a perda de
oportunidade de auxílio para aqueles que ama. Não se deixará envolver pelo ódio
ou ressentimento, mesmo que o ato do aborto o tenha feito sofrer física e
psiquicamente. Em muitos casos, manterá, mesmo desencarnado, tanto quanto
possível, o seu trabalho de indução mental positiva sobre a mãe ou os cônjuges.
Nas situações em que o espírito se encontrava
em degraus mais baixos da escada evolutiva, as reações se farão de forma mais
descontrolada e, sobretudo, mais agressiva.
Espíritos destinados ao reencontro com aqueles
a quem no passado foram ligados por liames desarmônicos, ao se sentirem
rejeitados, devolvem na idêntica moeda o amargo fel do ressentimento.
Ao invés de se sentirem recebidos com amor,
sofrem o choque emocional da indiferença ou a dor da repulsa. Ainda infantis na
cronologia do desenvolvimento espiritual, passam a revidar com a perseguição
aos cônjuges ou outros envolvidos na consecução do ato abortivo.
Em determinadas circunstâncias, permanecem
ligados ao chacra genésico materno, induzindo consciente ou inconscientemente a
profundos distúrbios ginecológicos aquela que fora destinada a ser sua mãe.
Outros, pela vampirização energética,
tornam-se verdadeiros endoparasitas do organismo perispiritual, aderindo ao
chacra esplênico, sugando o fluido vital materno.
As emanações maternas e paternas de remorso,
de culpa ou outras que determinam o estado psicológico depressivo, abrem
caminho no chacra coronário dos pais para a imantação magnética da obsessão de
natureza intelectual.
A terapêutica espiritual, além da médica,
reconduzirá todos os envolvidos ao equilíbrio, embora frequentemente venha a
ser longa e trabalhosa.
Há também espíritos que, pela recusa
sistematicamente determinada em reencarnar, para fugir de determinadas
situações, romperam os liames que os unia ao embrião. Estes terão seus débitos
cármicos agravados e muitas vezes encontrarão posteriores dificuldades em
reencarnar, sendo atraídos a gestações inviáveis e a pais necessitados de
vivenciar a valorização da vida.
No entanto, o grande remédio do tempo sempre
proporcionará o amadurecimento e a revisão de posturas que serão gradativamente
mais harmoniosas e, sobretudo, mais construtivas.
Todos terão oportunidade de amar.
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