terça-feira, 9 de agosto de 2016

Lembrança de Vidas passadas confirmadas por comunicações[1]



Visões mentais e sensações persistentes de uma existência anterior: eis um problema que pode ser reduzido a termos puramente psicológicos. Mas, quando essas visões e essas sensações não encontram explicação nem solução nos quadros da Psicologia, e quando as revelações mediúnicas as confirmam, o problema se desloca para outro campo de estudos. Só o Espiritismo dispõe de elementos para solucioná-lo. Porque é esta uma das modalidades das provas espirituais da reencarnação. A prova se dá pela concordância do que o indivíduo sente, com aquilo que médiuns diversos, espontaneamente, em situações diversas, e sem se conhecerem entre si, lhe revelam, a respeito de sua existência anterior.

Gustave Geley refere a sensação persistente e poderosa que possuía, acompanhada de visão mental, do momento de sua encarnação na França. O poeta americano Paul Hamilton Hayne escreveu: “Vagando entre a multidão, vi um rosto que conheço, embora julgue nunca haver estado perante este mar humano. Perdido em meio do povo buliçoso e alegre, uma terna canção me estremece, com sua vibração sonora, que talvez escutei em outras estrelas”. Gerardo de Nerval, poeta francês, cantava sua lembrança do tempo de Luís XIII, ouvindo uma canção que: “rejuvenesce minha alma em duzentos anos”, segundo escreveu. São muitos os casos de lembranças desta natureza, mas poucos os que foram confirmados mediunicamente, pela maneira estabelecida acima.

Léon Denis nos oferece, no seu livro O Além e a sobrevivência do Ser, o seu próprio caso, afirmando que conseguira provas de duas vidas anteriores, das quais tinha vagas lembranças: “Consistem essas provas nas revelações que me foram feitas – escreve ele -, em lugares diferentes, por médiuns que não se conheciam entre si. Essas revelações são concordes e idênticas”. Como se vê, trata-se de um caso típico da modalidade de provas espirituais, que incluímos no nosso esquema. Encontrando-se com médiuns diversos, em lugares diversos, Denis obteve a confirmação espontânea, inesperada, das suas lembranças e sensações de vidas anteriores.

Mas há também uma curiosa forma de recordação, que surge de súbito e se confirma pela reintegração do indivíduo na sua identidade anterior. É o caso, por exemplo, do pastor protestante Ansel Bourne, relatado por William James em seu livro Psychology. O pastor saiu de casa um dia para ir ao banco e não mais voltou. Foram inúteis as pesquisas para localizá-lo. Mas certo dia, em Norristown, na Pensilvânia, um tal senhor Brown, dono de uma confeitaria recentemente instalada, acordou assustado com a sua situação. Era o pastor Bourne que voltava à sua identidade atual, depois de uma breve incursão pela sua vida anterior, com o seu antigo nome e sua antiga profissão.

Sidis et Goodhart, em Multiple Personality, citam o caso de um funileiro de Filadélfia que também desapareceu subitamente. Um dia, em Chicago, o funileiro acordou aturdido, reintegrado em sua personalidade atual.

Nesses casos, as lembranças se impõem de maneira arrasadora, constituindo uma modalidade espontânea de regressão da memória. Colhemo-nos dos estudos de famosos psicólogos, como se vê pelas obras citadas. A reencarnação se confirma através deles, no mundo inteiro.




[1] O Homem Novo – J. Herculano Pires. 5ª. Edição – São Bernardo do Campo: Correio Fraterno, 2008

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