J. Raul Teixeira
Embora encontremos no Movimento
Espírita o pensamento do senso comum estabelecendo que cada fulano vem à Terra
para encontrar uma certa “beltrana”, ambos devidamente definidos um para o
outro, desde o além, as coisas não se passam exatamente assim. Somente aos
espíritos dotados de expressivos valores morais, é permitido a escolha, a
seleção, o condicionamento do núcleo familiar com quem irá casar-se ou viver
afetivamente na Terra. A livre escolha é quando o indivíduo deseja realizar
certos ministérios que lhe exigem entrega total. Geralmente são afetos do
passado. Neste caso chamamos de prova.
Faltando esses valores nos
espíritos de pouca evolução (a maioria), a escolha é estabelecida pelos
Espíritos Mentores que sabem o que será melhor para o progresso e a libertação
gradual dos seus tutelados. Trata-se de expiação.
Muitas vezes, quando encarnados, desviam-se da pessoa ou do tipo de pessoa que
lhe foram planejadas. Exemplo: casam-se com outras pessoas, abortam, diminuem o
número de filhos que se comprometeram ter etc..
Quando os desencarnados, na
erraticidade, estão pensando no próximo retorno aos campos terrenos
(reencarnação), os Mentores Espirituais costumam se reunir para tratar da
questão. Essas reuniões, diálogos e entendimentos só acontecem quando se trata
de Espíritos com maturidade suficiente para compreender o que seja melhor para
si, na caminhada evolutiva. Os mentores colocam os prós e contras, ou seja, as
conquistas, débitos, ações complicadoras, e virtudes trazidos das encarnações
anteriores.
Avaliam os modos de vida que
lhes propiciarão liberação rápida ou lenta, verificam suas condições para
suportar uma ou outra vereda provacional-expiatória, e estabelecem, desde
então, com que “tipo” de indivíduo e não com que indivíduo deverão se encontrar.
É desses entendimentos e ajustes que cada ser, que se prepara para o grande
retorno ao cenário da matéria densa e que características deverão ter suas
relações conjugais, filiais, pater-maternais, ou seja, que caráter deverá ter a
esposa ou o esposo, o pai ou a mãe, os filhos, propiciando-lhe oportunidade de
expiar o que deve alcançar as virtudes das quais carece, ajustando-se ao
contexto das leis do Criador.
Exemplo: Há espíritos que
renascerão em corpos masculinos e necessitarão de esposas exigentes,
disciplinadoras, sem grandes demonstrações emotivas, em razão da equipagem que
trazem do pretérito. Outros deverão encontrar esposas afetuosas, emotivas,
românticas e liberais. Outros mais precisarão de companheiras nas quais se
misturem essas várias nuances do caráter; há os que reencarnarão com corpos
femininos e que, por sua vez, carecerão de esposos, de companheiros portadores
de tipos de caráter como os apontados acima. Uns serão esposos rígidos,
policiadores, dominadores, afetivamente frios, outros serão sensíveis, amigos,
parceiros, atenciosos ou que experimentem no modo de ser combinações dessas
características.
Dadas as necessidades, os
espíritos são preparados para renascer em novo corpo físico em determinada
família cujas características melhor atendam ao reencarnante, seja em termos
biológicos, sociais, econômicos ou morais.
A família terrena tem, então,
grande importância no processo da reencarnação de cada espírito. Nela este
encontrará o que lhe seja necessário para podar os males do caráter, quanto
para conquistar as virtudes que lhe faltam.
Caso não consiga perceber essa
função divina do grupo familiar, o reencarnado poderá complicar-se ou
complicar-se mais, fazendo-se devedor desse benefício que lhe foi concedida
pela vontade amorosa de Deus, da qual não fez bom uso.
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