Clécio Carlos Gomes
Existe uma série de ações que devemos ter, ao
longo da nossa encarnação, para realizarmos nossa reforma individual e
purificar os sentimentos, promovendo a mudança de hábitos, comportamentos e, consequentemente,
da nossa relação com o meio.
Não devemos mudar pela simples
imposição do meio, sem a menor sinceridade, porque será uma mudança forçada.
A reforma pessoal visa mudar o
“eu” na relação com o meio, promovendo evolução. Para que isso aconteça, temos
que desenvolver nosso conhecimento sobre aquilo que objetivamos mudar.
Seguir a Doutrina Espírita é
trabalhar com uma ciência bem delimitada e nos “religarmos” a Deus. Hoje,
encontramos em muitos autores espíritas – encarnados e desencarnados – fontes
vivas de luz e de novos caminhos, necessários ao crescimento dos povos.
Entre eles, poderíamos citar
Francisco Cândido Xavier e colaboradores, Ramatís, José Lacerda de Azevedo,
entre muitos outros. O conhecimento espírita é como um botão de rosa que vem se
abrindo ao mundo, revelando a cada despertar, novas verdades.
Por isso, não podemos considerar
que nossa ciência se restrinja às informações de Kardec, apesar de seu valor e
importância indiscutíveis. A humanidade e o pensamento vigente evoluem e
necessitam de novas técnicas e saberes.
Adquirindo novas informações, devemos
processá-las e começar a transformá-las em ações efetivas de mudança em nosso
dia-a-dia, principalmente no que concerne aos ensinamentos e ao amor cristão.
Mas isso não deve acontecer
apenas entre as paredes dos centros espíritas. O primeiro lugar de exercício
desse processo é o nosso lar.
Se, com nossos pais, irmãos,
maridos ou esposas, filhos e seres ligados diretamente, não semearmos o
respeito, a fraternidade e a caridade, não será com nossos desafetos e irmãos
mais distantes que teremos mais facilidade.
A grande família cósmica e a
grande regeneração planetária acontecerão a partir da transformação das partes
que a compõem, e a família é esse micronúcleo que eclode e dissemina o senso
comum na sociedade.
Harmonizando nosso lar e
direcionado nossas intenções à família, devemos olhar também para nossa
atividade profissional. Não existem profissões mais ou menos dignas: o que há,
em nossas vidas, são reencontros que visam resgatar e nos lançar mais próximos
da Luz.
Nosso ambiente de trabalho é o
local em que passamos a maior parte de nossa encarnação e onde mantemos os
reencontros mais constantes e repetitivos.
Não será nos queixando e
lamentando que alcançaremos com êxito nosso intento. Muitas vezes estamos
reunidos ali pelo mesmo padrão vibratório e pelas mesmas identificações. Trabalhar
e transformar são a essência da nossa encarnação.
Nossa libertação dos vícios
comportamentais é o próximo passo. Julgar, falar demais, criticar, mentir,
omitir, ser indiferente e alheio, entre outros, são comportamentos danosos a
nós e aos outros e devem ser trabalhados a fim de reduzi-los e até eliminá-los.
Geralmente, nossas atitudes são
muito mais perigosas ao espírito do que os vícios químicos. Não que estes não
sejam relevantes, muito pelo contrário são de intensidade proporcional,
entretanto, muitas vezes, são mais valorizados do que os outros tipos de
vícios.
Obviamente que a alimentação
compulsiva, o fumo, as bebidas alcoólicas e qualquer outro tipo de substâncias
psicoativa lesam tanto nosso corpo físico quanto os mais sutis, mas devemos nos
lembrar de que vício é vício e existem infinitas formas de danos.
Sermos resignados – sem
passividade e apatia – é outra forma de desenvolvimento individual. Aceitar
nossa condição, mas trabalhando por um mundo e uma evolução pessoal maior e
entendendo o que nos acontece, é o melhor para cada um e uma benção generosa de
Deus.
Esse, sem dúvida, é um caminho
de muita dificuldade para seres como nós. A melhor forma de conseguirmos
resultados é não nos esquecermos de que devemos sempre elevar nossos
pensamentos, nossos corações e buscar nosso desdobramento espiritual para junto
dos espíritos instrutores, que já estão em lugares um pouco mais elevados do
que estamos hoje.
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