Friedrich Jurgenson
Manoel Fernandes Neto
Essa consciência, segundo Sonia,
classificada de vários nomes, mantém sua individualidade, história, aquisições
morais e intelectuais, além de ter capacidade de comunicação com o mundo da
matéria. Atualmente, como uma das coordenadoras do Instituto de Pesquisas
Avançadas em Transcomunicação Instrumental, Sonia passa seus dias conectando
aparelhos de gravação de áudio e vídeo, buscando contato com o que
convencionamos chamar de “o outro lado da vida”.
Para a pesquisadora, o fato
deste tipo de abordagem adentrar o mundo acadêmico é uma conquista que só será
percebida no futuro, mas que trará benefícios para toda a Humanidade: “É
chegada a hora de sair da infância e encarar a realidade da nossa evolução
contínua.”, diz Sonia.
Acompanhe a entrevista exclusiva
concedida por Sonia Rinaldi ao editor da NovaE.
Após 20 anos de
pesquisa, como a ciência clássica, baseada em conceitos da matéria, vem encarando
o seu trabalho?
A Ciência, de forma ampla, está
longe de se interessar. Uns tantos cientistas mundo a fora vêm trabalhando no
sentido de documentar a realidade da sobrevivência após a morte. Porém, quer
nos parecer que nenhum fenômeno é mais concreto - e, portanto, suscetível de
toda sorte de análises e investigação, como requer a Ciência do que a
Transcomunicação Instrumental – ou seja, a comunicação com o Outro Lado da Vida
através de gravações em computador e vídeo. Este ano de 2009 traz uma nova rota
para nossa pesquisa, pois inicio Mestrado na PUC – Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo, justamente para levar a Transcomunicação ao meio
acadêmico, coisa que jamais ocorreu na História. Veremos, daqui a uns anos, o
que teremos conseguido.
Como foi o processo de
aprovação de sua tese de mestrado, sobre este assunto tão avesso ao mundo
acadêmico?
Chegaram a me chamar na PUC para
eu mudar minha tese, mas não aceitei. Tenho premência em conduzir a pesquisa
conforme a proposta, pois minha tese não será simples – propus uma metátese
multidisciplinar, pois já considerei o fato de que eu, sozinha, seria inapta
para comprovar qualquer coisa. Propus a participação de engenheiros, físicos e
matemáticos – todos com doutorado, para que sejam eles que avaliem, dentro dos
parâmetros requeridos pela Ciência, que o fenômeno é real. A minha parte é
levantar a ocorrência do fenômeno – a deles será endossar a autenticidade e –
dentro das possibilidades –, tentar explicá-lo.
Quem serão os maiores
beneficiados com a comprovação científica da sobrevivência após a morte?
A meu ver, a própria Humanidade,
que deixará de se enganar. É como se fosse chegada a hora de sair da infância e
encarar a realidade da nossa evolução contínua.
Você pode explicar aos
nossos leitores, em sua maioria, leiga neste assunto, o que seria a hipótese
"sobrevivencialista" em contraposição à hipótese "psi"?
Quem é a favor da sobrevivência
após a morte vê a coisa como sendo o ser humano composto de um corpo e uma
alma, ou espírito. Na morte do corpo físico, esse espírito ou consciência,
prosseguiria na jornada. Esse é o ponto de vista dos espiritualistas. Já uns
tantos parapsicólogos acham que os fenômenos paranormais não são resultado de
uma intervenção espiritual, mas sim, produto da própria mente de quem produz o
fenômeno. No caso da Transcomunicação, exaustivamente essa segunda hipótese
fica descartada, por uma série de fatores que não arrolaremos para não nos
estendermos. Mas sumarizamos dizendo que as Vozes que gravamos falam de coisas
que ninguém sabia, dão nomes de pessoas, cidades de origem etc., que o
transcomunicador nunca ouviu falar. Filhos falecidos mencionam peculiaridades
que só a família sabe etc. Não há a menor possibilidade de ser produto da mente
de alguém. Necessariamente, os contatos mostram que estamos em contato com
seres que já partiram.
Como são realizadas
suas experiências de gravação? Qual é sua rotina de pesquisadora?
Agora, com o Mestrado, tudo
girará em função disso, e as gravações serão feitas para que os cientistas que participarão
da tese possam ter mais e mais elementos de estudo. Fora disso, vou continuar
dando uma aula por mês de como gravar para as pessoas interessadas.
Nos workshops
realizados por você, como as pessoas têm reagido ao contato com entes que se
foram? Na mesma linha desta questão, a saudade e a necessidade de um contato
não podem prejudicar uma análise racional?
Em todos os cursos (workshops)
que damos, todos obtêm resultados de seus falecidos e aprendem a gravar. Não há
como comprometer a interpretação, porque, ou a resposta está lá ou não está.
Nossas gravações há anos são bem claras... não deixam margem de dúvida ou
permita dúbia interpretação. Se a gravação/resposta não for clara, será
descartada.
Quando se fala em vida
após a morte, as pessoas fazem logo uma conexão com religião, que, no sentido
clássico, vai na contramão da pesquisa científica. Como você lida com isto?
Religião que se esconde atrás de
dogmas e não respeita a lógica deve estar com os dias contados. A globalização
e o avanço tecnológico despertaram a racionalidade, e a visão setorizada tende
a mudar. Ou algo é "verdade" ou não merece crédito. E tudo que é
"verdade" tem que ser passível de análise e investigação. Há de
chegar o tempo em que o ser humano dispensará supostas leis divinas, sejam lá
quais forem, que não passem pelo crivo da lógica racional.
Considerando a hipótese
sobrevivencialista, quais as diferenças deste contato em relação à psicografia,
já que as gravações captam pequenas frases, às vezes com uma estrutura
gramatical inversa, bem diferente dos livros mediúnicos, que são verdadeiros
tratados, romances, com estruturas complexas...
A diferença fica por conta de
que tudo que não pode ser matematicamente investigado, fica excluído do
interesse da Ciência. Até hoje, centenas de médiuns têm dado importante
contribuição no sentido filosófico e social; porém, fica fora da possibilidade
da comprovação da realidade disso. Já no caso da Transcomunicação, qualquer
"alô!" vem com um peso incontestável diante dos olhos de um cientista.
Por isso, penso que a Transcomunicação Instrumental é o veiculo mais poderoso
para comprovar que se vive depois da morte, além, claro, de levar consolo a
milhares de pessoas que sofrem com a perda de alguém querido.
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