JOSÉ LUCAS
Óbidos,
Portugal
Allan Kardec, o sábio francês que compilou os
ensinamentos dos Espíritos, em cinco livros, aparecendo assim a Doutrina dos
Espíritos, Doutrina Espírita ou Espiritismo, faz referência num desses livros,
em “A Gênese”, às crianças da Nova Era que viriam para a Terra, na mudança por
que estamos a passar. Como lidar com estas crianças?
As escolas não sabem como lidar com as crianças, os
professores desesperam, os pais atingem o limite mental, os consultórios de
psicologia e psiquiatria enchem-se.
A queixa é comum e rotineira: “Já não sei como lidar
com a minha filha, o meu filho Os professores queixam-se do mesmo e “fazem das
tripas coração” para conseguir a atenção das crianças e jovens de hoje”.
Em última análise, medicam-se as crianças com ritalina
ou outros medicamentos que, “drogando” as crianças, acabam por ser um sossego
para pais, educadores e professores. Este erro crasso pode ser fatal para estas
crianças.
Todo o desassossego vigente tem a ver com a fase de
transição por que estamos a passar na Terra, onde, neste 3º milênio, o planeta
Terra passará de planeta de expiação e provas (ver O Evangelho segundo o
Espiritismo e O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec) para um planeta de
regeneração, mudança esta que se fará com a reencarnação de Espíritos mais evoluídos
e comprometidos com a paz, enquanto aqueles que agora fomentam guerras e ódios
serão transferidos para outros planetas mais condizentes com o seu estado
mental.
Nesta fase de transição, o antigo modelo de educação
não funciona, pois estas almas, mais exigentes, precisam de novos paradigmas
educativos.
O antigo sistema de educação no lar não funciona,
exigindo mais e melhor, por parte dos pais.
Como ajudar estas crianças, muitas delas portadoras de
um sexto sentido (mediunidade), quando os pais, médicos e professores não
conhecem a doutrina espírita, não entendem o que se passa?
Falando com Raquel Henriques, professora reformada,
hoje monitora de um grupo de jovens no Centro de Cultura Espírita, nas Caldas
da Rainha, ela se refere assim: “estes grupos de crianças e de jovens, nos
centros espíritas, servem para dar uma visão holística à criança e ao jovem,
dar bases seguras e firmes para o dia de amanhã, pouco importando que amanhã
ela venha a ser espírita ou não”. Raquel Henriques diz mais: que “as crianças
de hoje têm sede de noções de espiritualidade, precisam conhecer a
reencarnação, a imortalidade e a comunicabilidade dos Espíritos, para
perceberem as dissemelhanças existentes na Terra, com lógica, racionalmente, e
não de uma forma dogmática, indiscutível”.
Sem o conhecimento do Espiritismo, como entender a
lógica da vida, de uma forma justa e equitativa?
José Carlos relata um caso: a sua filha de 8 anos,
apaixonada por animais, ao ver um cão morto na estrada (indo de carro na
companhia do irmão mais velho 3 anos e da sua mãe), começou a chorar com pena
do cão. Como não se conseguisse fazer com que ela se acalmasse, o irmãozinho
disparou: “deixa lá, não vês que ele vai voltar a reencarnar? Só morreu o corpo
dele, não chores”. E a miúda lá foi enxugando as lágrimas, recordando os
conceitos fruídos nas reuniões de crianças espíritas.
Este fato faz-nos pensar na imensa responsabilidade
que temos na divulgação do Espiritismo, junto das escolas, dos pais, dos
médicos, até que um dia, finalmente, as pessoas, de um modo geral, descubram
que afinal são seres eternos, temporariamente num corpo de carne, com a missão
de aprender, evoluir intelectual e espiritualmente, em prol de um devir mais
feliz, vida após vida, em busca de orbes mais felizes.
“Nascer, morrer, renascer ainda, progredir sem cessar,
tal é a Lei”.
A educação espírita é precioso tesouro que deixaremos
nas mãos dos nossos filhos.