domingo, 21 de junho de 2015

A OBSESSÃO[1]



Até hoje a obsessão não é combatida com a eficiência que merece. E parece-nos bastante estranho, por ser, talvez, a doença mais antiga da Humanidade, em relação a outras tantas prejudiciais.
Basta que nos recordemos que, em todos os períodos do pensamento histórico, a obsessão e suas sequelas se têm apresentado ceifando a saúde física e mental dos indivíduos.
Terrivelmente ignorada, ou simplesmente desconsiderada, vem prosseguindo no seu triste fanal de vencer todos aqueles que lhe tombam nas malhas coercitivas.
A obsessão somente ocorre em razão do comportamento irregular de quem se desvia do roteiro do bem fazer, criando animosidades e gerando revides.
Certamente, haverá muitas antipatias gratuitas entre as pessoas, que resultam de preferências psicológicas, de identificações ou reações afetivas. Os dardos atirados pelas mentes agressivas e inamistosas são inevitáveis para aqueles contra quem são dirigidos.
No entanto, a conexão somente se dará por identidade de sintonia, por afeição à afinidade em que se manifestam.
Por esse motivo, a obsessão sempre resulta das defecções morais do Espírito em relação ao seu próximo, e desse, infeliz e tresvariado, que não se permite desculpar e dar novas chances a quem lhe haja prejudicado.
Não ignoramos aqueles que têm gênese nas invejas, nas perseguições aos idealistas de trabalhadores do Bem, mas que também somente se instalam se houver tomada psíquica naquele que se lhes torna objeto de perseguição.
O indivíduo que ama a retidão de princípios e os executa firmado em propósitos de elevação moral, mesmo quando fustigado pela pertinácia dos irmãos desajustados e perversos de ambos os planos da vida, não se deixa afetar, permanecendo nas disposições abraçadas, fiel ao programa abraçado.
Pode experimentar alguma aflição, como é natural, mas robustece-se na oração, no prazer do serviço que realiza, nas leituras edificantes, na consciência pacificada. Simultaneamente, torna-se amparado pelos Espíritos nobres, seus afeiçoados desencarnados, aqueles que foram beneficiados por sua bondade fraternal, que acorrem a protegê-lo e sustentá-lo nas atividades que lhe dizem respeito.
Jamais se curvam sob as forças tenebrosas do mal aqueles que se entregam a Deus, a Jesus e ao Bem, nas fileiras do dever a que se apegam.


[1] Livro: “Tormentos da Obsessão” - Manoel Philomeno de Miranda - Psicografia de Divaldo P. Franco

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