quarta-feira, 20 de maio de 2015

Somos todos diferentes[1]



Há, em cada pessoa, dentro de cada um de nós, um universo próprio, construído ao longo de nossas vivências.
Nada, daquilo que vive e pulsa em nossa mente e em nosso coração, foi dado gratuitamente. Ou se desenvolveu, por acaso, em nossa intimidade. Toda nossa capacidade intelectual é fruto de esforço, dedicação, empenho.
Se há entre nós aqueles mais ou menos dotados no aspecto intelectual, se uns apresentam maiores capacidades intelectuais que outros, é porque nossos caminhares foram diferentes até aqui.
No aspecto emocional, faz-se da mesma forma. Alguns dispõem da tolerância, outros são menos compreensivos. Há os que são mais amorosos, outros mais frios e racionais. Alguns trazem no coração a vingança, outros já superaram e conseguem viver o perdão.
Todas essas nossas peculiariedades são naturais, posto que estagiamos, em diferentes momentos, na conquista da perfeição.
Cada um de nós escreveu sua própria história, da qual hoje se torna herdeiro, vítima das próprias dificuldades que criou, ou beneficiário das virtudes que já desenvolveu.
Dessa forma, todas as pessoas que cruzam nossos caminhos estão, em algum momento de sua história, de volta à Terra para progredir, melhorar, conquistar valores nobres.
Alguns, mais amadurecidos, encaram a vida como oportunidade de trabalho e conquista. Outros, necessitam que a dor os desperte para uma percepção mais nobre da vida.
Há muitos que ainda optam por caminhos infelizes, construindo um amanhã doloroso, mas inevitável. Entretanto, estamos todos a caminhar nesse objetivo de sermos Espíritos perfeitos.
Aqueles que hoje criam empecilhos, dificuldades, e com os quais compartilhamos a existência, também se encontram nesse nosso mesmo processo.
Essas pessoas-problemas, pesadas e difíceis de se conviver, também terão seu momento de despertar.
Por isso, se já conseguimos perceber, no nosso próximo, as dificuldades que reconhecemos tenham sido nossas um dia, busquemos nos revestir de compreensão para com ele.
A maior dor daquele que hoje erra, será encontrar-se com sua própria consciência, mais cedo ou mais tarde. Inevitavelmente isso ocorrerá. Sendo assim, não desejemos o mal, nem aumentemos a carga daquele que hoje carrega dramas intensos na sua intimidade, e que os exterioriza na forma de azedume, raiva e queixas.
Busquemos compreender e perceber, na situação, a oportunidade de desenvolver em nós a paciência que ainda não temos, a tolerância de que ainda carecemos.
O conselho de Jesus referindo-se àqueles que nos exigem muito, é sempre dar o dobro, fazendo do nosso coração a fonte de generosidade frente às angústias que eles exteriorizam.
Pensemos: sempre haverá alguém que, igualmente, está sendo exigido a utilizar a sua paciência e o seu equilíbrio, a fim de tolerar e compreender as dificuldades que nós mesmos ainda carregamos na intimidade do coração e demonstramos em nossas atitudes. Pensemos nisso. a



[1] Redação do Momento Espírita.

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