“De origem humilde, nasceu em 26
de outubro de 1924, no subúrbio ferroviário de Plataforma, em Salvador, sendo
seus pais José Leocádio Pereira e Marieta de Souza Pereira. Foi bancário,
telegrafista da Marinha e funcionário dos Correios e Telégrafos, onde se
aposentou.
“Sempre sereno, seguro, com um
sorriso amigo para quem dele se aproximasse, granjeou amigos em todos os
lugares. Tratava as pessoas com carinho imenso, deixando um rastro de amizade e
tranquilidade por onde passava. Sempre tinha uma palavra amiga, uma observação
carinhosa, um olhar terno.
“Nilson e Divaldo,
sob inspiração da mentora Joanna de Ângelis, fundaram inicialmente o Centro
Espírita Caminho da Redenção, no dia 7
de setembro de 1947 e em 15 de agosto de 1952 a Mansão do Caminho, que teve o
seu primeiro endereço na Rua Barão do Cotegipe,
124 no Bairro Calçada - Salvador. E, em 1955, os dois Trabalhadores do
Bem, com a ajuda de muitos amigos (encarnados e desencarnados), compraram o
terreno de 78.000m², no Bairro Pau da Lima - Salvador, onde está instalada essa
grande obra de amor ao próximo, de fraternidade e de caridade aos que passam
por situações adversas, e que ali encontram a esperança e a oportunidade de uma
existência digna e feliz.
“Tio Nilson, como era
carinhosamente chamado, era um administrador nato que ajudou a erguer a Mansão
do Caminho. Divaldo Franco na sua tarefa evangelizadora, viajando pelo Brasil e
pelo Mundo e Nilson de Souza Pereira, na retaguarda, dando o apoio ao amigo
inseparável na obra que os dois criaram.
“Sempre trabalhador, após a sua
aposentadoria, dedicou-se exclusivamente à Mansão do Caminho e ao Centro
Espírita Caminho da Redenção, onde era encontrado em atividade constante. Fosse na gráfica ou
na coordenação de trabalhos no Centro Espírita, sempre com muita alegria e um
sorriso amigo.
“Nas reuniões mediúnicas, no
trabalho de diálogo com os Espíritos que se comunicavam, sua voz terna e cheia de amor os encaminhava
para os mentores no trabalho de elucidação e atendimento fraterno.
“Para seus interlocutores sempre
tinha uma história para contar, dos tempos do pioneirismo da construção da
Mansão do Caminho, naquele local muito afastado da cidade de Salvador. Falava
do seu tempo de telegrafista da Marinha, quando, na época da Segunda Guerra
Mundial, ficava vigilante, no litoral da Bahia, informando os navios que
passavam na Costa. Das dificuldades encontradas e do cansaço que muitas vezes
chegava antes do fim do dia, na construção da Mansão do Caminho. Mas, sempre
terminava a narrativa com um sorriso maroto. Como quem sabia que nada o
demoveria da sua tarefa.
“Em 30 de dezembro de 2005,
Nilson recebeu o título de Embaixador da Paz no mundo pela Ambassade
Universelle pour la Paix, em Genebra, capital da Organização Mundial da Paz,
braço da ONU, Suíça, concedido pelos relevantes serviços prestados à
Humanidade, se constituindo no 206º Embaixador da Paz.
“No entanto, seu maior troféu
foi, com certeza, o sorriso amigo que recebia das crianças atendidas na Mansão.
Esse, seguramente, lhe dava maior
satisfação, pois era o reconhecimento pelo trabalho executado. Mãos que agradeciam
a ajuda recebida, personagens da vida que recebiam o fruto do seu esforço,
retirando-os da miséria absoluta.
“Quantas crianças foram
atendidas e tiveram suas vidas preservadas não só pelo alimento físico, pelas
roupas que cobriam seus corpos, mas pelo amor que lhes aquecia os corações e o
sorriso que afastava a tristeza dos seus olhinhos infantis. Não há reconhecimento
maior do que o sorriso de uma mãe agradecida ao ver seu filho atendido nas suas
mais simples necessidades.
“Os milhares de sorrisos de
reconhecimento, foram levados pelo Tio Nilson no seu retorno à Pátria
Espiritual. Ficamos imaginando a recepção que esse Espírito valoroso recebeu no
seu retorno. A satisfação dos Mentores Espirituais, que lhe avalizaram a reencarnação,
ao verem seu protegido ter cumprido sua missão neste planeta de provas e
expiações, com tanta distinção.
“Foram oitenta e nove anos de
uma vida profícua, sobretudo pela exemplificação daquilo que nos mostra a
Doutrina Espírita nos seus postulados iluminativos e consoladores. Fica o
legado do trabalho desse amigo e companheiro para as futuras gerações que continuarão
sendo atendidas pelos trabalhos assistenciais da Mansão do Caminho”. (Marco
Antonio Negrão – em 22.04.2014)
Nilson de Souza Pereira, por Divaldo Pereira Franco[2]
Divaldo e Nilson se conheceram
em agosto de 1945, quando Divaldo lecionava na Escola de Datilografia N. S. do
Carmo, no bairro dos Quinze Mistérios, na cidade do Salvador, e Nilson se
matriculou. Nascia ali uma amizade, uma fraternidade espiritual que, alicerçada
e cultivada pelo Espiritismo, duraria para toda vida. Assim comenta
Divaldo sobre o amigo:
Em face de uma enfermidade que martirizava o seu
genitor, eu e Nilson fomos visitá-lo e lhe aplicamos passes, auxiliando-o na
recuperação da saúde.
Nilson passou a frequentar o estudo do Evangelho, na
residência de D. Ana Ribeiro Borges (D. Nanã) - a senhora que me orientou
mediunicamente e me encaminhou com segurança ao Espiritismo -, na qual eu
residia. Posteriormente, a convite de D. Nanã, ele passou a residir conosco.
Toda a sua família tornou-se espírita militante, com
dedicação comovedora, mantendo um intercâmbio fraternal incomum com os meus
familiares biológicos, nessa ocasião transferidos de Feira de Santana para
residirem em Salvador.
Desde aquele período, Nilson revelou-se como um
servidor ideal de Jesus: dedicado, sincero, honesto e trabalhador. Toda a sua
existência transformou- se em um evangelho de feitos relevantes.
Graças à sua proteção fraternal e dedicação total,
tem-me sido possível, com ele especialmente e com outros amigos, concretizar o
projeto originado no mundo espiritual que se denomina comunidade Mansão do
Caminho, a que ele entregou sua existência.
Portador de excelentes dotes e habilidade, é o espírito
de nossa Casa, laborando em diversos ofícios, com habilidade incomum, sempre
pronto a servir, a todos ajudando indiscriminadamente.
Exemplo de perseverança no trabalho, orientou
diferentes gerações infantis que passaram pela nossa Casa, preparando esses
nossos filhos pelo coração para o exercício das diversas profissões a que hoje
se entregam.
Trabalhando com afinco, como bancário num período, e
noutro como radiotelegrafista dos Correios, aposentou-se após cumprir os prazos
exigidos por Lei e entregou-se em tempo real ao ministério da solidariedade.
O seu caráter hígido, a sua moral sadia, a sua
abnegação, feita de bondade e coerência, tornou-o um exemplo de
cristão-espírita.
Nunca o vi queixar-se de nada, mesmo quando em visível
exaustão de forças pelo excesso de labor, prosseguindo otimista e generoso.
Inevitavelmente, despertou sentimentos de amizade e
ternura em muitas pessoas que lhe dedicam respeito e afeição.
Além dos labores materiais em que é exímio, dedicou-se
à psicoterapia com os desencarnados em sofrimento, sendo um exemplo de
humildade e sabedoria a ser seguido, dialogando com os Espíritos que nos
visitam em nossas reuniões de socorro.
Em face da confiança que a todos nos inspira,
encarregou-se, com outros confrades, de conduzir nossa Instituição ao seu
destino enobrecido, substituindo-me em alguns misteres durante as viagens a que
sou convocado, e mesmo quando estou, de forma que eu possa dispor de tempo
necessário para as atividades mediúnicas e outras mais específicas, aquelas que
me dizem respeito.
Sem ele, com certeza, não me teria sido possível
ampliar o leque de realizações por cidades e países numerosos, como vem
ocorrendo.
Havendo criado a nossa Gráfica e Editora, à qual dedica
expressivo número de horas diárias, é responsável pela publicação de nossa
Revista Presença Espírita e de mais de duzentos livros de psicografia de que
sou instrumento, além de milhões de mensagens e outros materiais pertinentes.
A sua fidelidade a Jesus e ao Espiritismo é comovedora,
porque renunciou, desde cedo, aos denominados prazeres juvenis, sem tempo de
tombar nos desvãos morais desse período, assim como os da idade adulta,
alcançando a idade mais avançada, com honradez, sem ter qualquer
constrangimento em olhar a retaguarda por onde transitou.
Amigo de todas as horas, muitos lhe devemos valores que
nunca lhe poderemos retribuir, senão através das vibrações de ternura e de
gratidão, envoltas em amor e gentilezas que ele merece.
Havendo experimentado diversas vicissitudes na saúde e
sendo submetido a intervenções cirúrgicas de largo porte, nunca reclamou,
mantendo-se sempre sereno e confiante na misericórdia divina.
Considero-o um verdadeiro espírita, pela fé raciocinada
e pelos atos de abnegação e caridade.
Nele tenho um exemplo moral e de trabalho, numa
sociedade em que escasseiam valores desse porte, que me estimula ao avanço na
busca da autoiluminação.
Não tergiversaria, se necessário fosse, doar-lhe a
existência física, nesse período de decrepitude orgânica, a fim de que ele
pudesse continuar estoico por mais tempo, construindo a humanidade do futuro,
que já podemos antever nos seus exemplos silenciosos e honoráveis.
Livros organizados
por Nilson de Souza Pereira:
§ ...E o Amor Continua
§ A Serviço do Espiritismo (Divaldo Franco na Europa)
§ Depois da Vida
§ Exaltação à Vida
§ Terapia Espírita para os desencarnados
§ Viagens e Entrevistas
§ Vidas em Triunfo.
Homenagens
recebidas:
§ 15.08.1977 - Pergaminho homenagem a Divaldo e
Nilson, das Tias da Mansão, pelos 25anos da Mansão do Caminho.
§ 19.05.1993 - Placa dourada da Associação Cultural
Espírita de Viseu, Portugal.
- Placa de bronze Antero
de Quental (1891-1991), do Centro Espírita Luz Eterna, Olhão, Portugal.
§ 30.04.1994 - Envelope de cobre, da Associação
Cultural Espírita de Viseu, Portugal.
§ 1994 - Placa dourada Le CESAK, de Centre d´Études
Spirites Allan Kardec, de Paris, França (conjuntamente com Divaldo).
§ 07.08.1994 - Título de Cidadão Queimadense - Queimadas,
Bahia.
§ 24.10.1997 - Placa dourada em quadro, do Grande
Encontro Fraternal com Divaldo Franco, em Itaparica, Bahia.
§ 1999 - Troféu, em acrílico, oferecido pela
CONJEAR, Feira de Santana, Bahia.
§ 22.05.1999 - Diploma de Sócio Honorário, do Centro
de Estudos Espíritas Allan Kardec, Wintherthur, Suíça.
§ 01.06.1999 - Placa dourada, da comunidade de
Paramirim, Bahia.
§ 00.12.06.1999 - Quadro de St. British Spiritist
Encounter e British Union of Spiritist Societies, em gratidão.
§ 00.11.1999 - Placa dourada sobre quadro, da
Asociación Espírita Tercera Revelación, La Rioja, Argentina.
§ 16.01.2000 - Placa de Prata dos Amigos da Mansão, de
São Paulo, SP.
§ 04.08.2000 - 1º Encontro com Nilson Pereira,
Psiquiatria, Psicologia e Espiritismo, Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco.
§ 06.04.2001 - Placa de Prata, da Sociedade Espírita
A Caminho da Luz, Santa Cruz do Sul, R.G. do Sul.
§ 29.11.2001 - Placa de Prata, do Centro Espírita
Seareiros da Liberdade, de Salvador, Bahia.
§ 03.2002 - Troféu em acrílico, com base em granito, da
Associação Médico-Espírita de Minas Gerais.
§ 20.10.2002 - Placa de Prata da Aliança Regional
Espírita - ARE - 03 (Feira de Santana, Bahia),pelos 50 anos da Mansão do
Caminho e 55 anos do Centro Espírita Caminho da Redenção.
§ 26.10.2002 - Placa de Prata da Caravana Auta de
Souza, de Salvador, Bahia.
§ 04.07.2003 - Diploma
de Sócio Honorífico da FIDES (Le Federazione Italiana di Evoluzione Spiritica (Organo
Promotore e Coordenatore Dell Unione Espiritista Italiana), Milano,
Itália.
§ 2003 - Certificado do Congresso Espírita
Portorriqueño 2003 (de 27.2 a 2.3.2003), por sua participação.
§ 25.02.2004 - Placa Dourada do Centro Espírita
Caridade, de Araguari.
§ 29.05.2004 - Diploma de Sócio Honorário do Centro
de Estudos Espíritas Allan Kardec, de Winterthur, Suisse.
§ 25.07.2004- Placa de Prata da Sociedade Espírita
Fraternidade, de Paramirim, Bahia.
§ 15.08.2004 - Placa de Prata dos Filhos da Mansão do
Caminho, em conjunto com Divaldo.
§ 26.10.2004 - Placa Dourada da Escola de 1º Grau
Jesus Cristo, da Mansão do Caminho, pelos oitenta anos de idade.
§ 06.10.2004 - Quadro com moldura dourada, da
Família Mansão do Caminho.
§ 01.05.2005 - Placa Dourada (réplica da Placa
indicativa da rua com o seu nome), oferecida pelo Prefeito de Biritinga,
Bahia.
§ 12.2005 - Título nº 204 de Embaixador da Paz, oferecido
pela Universal Peace Ambassy & Cercle Universel des Ambassadeurs de la
Paix, em Genève, Suisse.
§ 04.2007 -Placa de metal prateado sobre acrílico
preto, oferecido pelas Equipes dos Livros de Divaldo, de São Paulo e Rio
Grande do Sul.
§ 05.2007 - Quadro dourado, oferecido pela Sociedade
de Estudos Espíritas Allan Kardec, Viena,
Áustria.
§ 06.2007 - Quadro Coeur de prières, homenagem do
Centre d´Études Spirites Allan Kardec, Paris, França.
§ 07.2007 - Medalha 2 de Julho, recebida no
Palácio Rio Branco, Salvador - BA.
§ 09.09.2012 - Distinção Honorífica ao sócio
Honorário, pela Associação Espírita de São Brás, Portugal.
§ Medalha Serviços de Guerra Marinha do Brasil.
Divaldo Pereira Franco fala a
respeito de Nilson de Souza Pereira, em entrevista ao Jornal de Espiritismo,
de Portugal, em 2 de dezembro de 2013. Publicada na edição nº 63, de
março/abril de 2014.
Quem era Nilson, que tipo de pessoa era?
Nilson foi, na Terra, um homem jovial e encantador,
dedicado ao trabalho do bem desde que travou contato com o Espiritismo, no ano
de 1945. Na ocasião era marinheiro, posteriormente telegrafista dos Correios e,
por fim, bancário, em cujo labor aposentou-se.
Portador de uma dedicação incomum, era considerado o
homem dos sete instrumentos, pela sua capacidade de exercer as mais variadas
funções em nossa Instituição [Mansão do Caminho], consertando tudo quanto lhe
chegava às mãos. Responsável pela edificação de todo o conjunto de casas,
departamentos e residências da comunidade Mansão do Caminho, instalações
elétricas, água e serviços gerais. Antes de tornar-se espírita, aos vinte e
três anos de idade, teve namoradas e quase ficou noivo. Posteriormente entregou-se
totalmente à obra de amor e quase não dispôs de tempo para materializar outras
aspirações. Era alegre e jovial, mas sério e responsável, sendo muito
respeitado e amado.
Como nasceu a vossa amizade, como se conheceram, como
nasceu o projeto de, em conjunto, construírem a Mansão do Caminho? E que tipo
de cidadão era?
Em 1945, eu ensinava português em uma Escola de
datilografia, auxiliando os alunos que tinham dificuldade com o idioma. Eu
estava com dezoito anos. Nilson e amigos matricularam-se na Escola, no mês de
fevereiro, e passei a ministrar-lhe e aos companheiros noções do idioma pátrio.
Nesse ínterim, seu genitor enfermou gravemente e, sabendo-o, prontifiquei-me a
visitá-lo, constatando que se tratava de um transtorno obsessivo de
consequências orgânicas. Apliquei-lhe a terapia dos passes, da água
fluidificada, os Benfeitores orientaram-no no tratamento homeopático e, ao
recuperar-se, toda a família tornou-se espírita.
O projeto da Mansão do Caminho é resultado de uma visão
psíquica de que fui objeto, quando ambos retornávamos de uma visita a uma jovem
obsidiada e nos encontrávamos num comboio ferroviário. Ao descrever-lhe o que
vi, ele desenhou e guardou os detalhes apresentados, vindo a materializar-se,
por volta de 1955. Ao adquirirmos uma área de oitenta e seis mil metros
quadrados, ele começou a construir a comunidade, conforme o desenho que fizera,
resultando no que hoje existe. Antes as crianças viviam em um edifício de 3
andares, então denominado Orfanato, que
recebeu o nome de Mansão do Caminho. Era um cidadão eminentemente pacífico e
trabalhador.
É verdade que ele mandava o Divaldo deitar-se no banco
de trás do carro, para não o incomodar, pois o Divaldo confundia os vivos com
os mortos? (risos...) Que outras histórias pitorescas que ache oportuno
partilhar?
Realmente, no período de educação da mediunidade, o
fenômeno era tão pulsante que me levava à dificuldade de distinguir aquilo que
era objetivo do que se passava no campo da paranormalidade. Eu via acidentes e
assustava-me, obrigando Nilson a mandar-me para a parte de trás do carro, a fim
de não o atrapalhar. Dessa forma, não aprendi a conduzir veículos até hoje.
Muitas vezes, eu era apresentado a uma pessoa e via-lhe o semblante. Ao
reencontrá-la, apresentava outra face, o que muito me confundia, porque dependia
do acompanhamento espiritual daquele momento.
Qual o papel dele na Mansão do Caminho, que tipo de
trabalhos era da sua responsabilidade?
O papel de Nilson na Mansão do Caminho era de
fundamental importância. Além de ser o grande trabalhador, também era o
presidente do Centro Espírita Caminho da Redenção e de todos os seus
departamentos, incluindo a Mansão. Não se detinha, porém, no que lhe era dever
realizar, mas estava sempre disposto aos labores que se apresentavam, que não
eram poucos.
Dormia pouco, a fim de atender a todos os compromissos,
nunca ultrapassando quatro horas e meia, em média, diariamente.
Nilson sempre viveu na sua retaguarda, apesar de
caminharem lado a lado. Deu-lhe muito apoio nas suas viagens de divulgação
espírita pelo mundo afora. Que tipo de espírita era, que tarefas espíritas
tinha, como o classificaria como espírita?
Em razão do seu caráter de homem de bem, jamais se
apresentava, mantendo-se sempre discreto em todas as situações, em Salvador ou
viajando pelo mundo. Era-me, no entanto, o grande apoio, a solidariedade, o
concurso amigo para quaisquer situações. Embora de formação cultural primária,
escrevia muito bem e falava com correção de linguagem. Era um verdadeiro
espírita, conforme o conceito apresentado por Allan Kardec.
Ele recebeu um alto galardão como cidadão mundial
defensor da paz. Como foi isso, quer explicar-nos?
Para nossa surpresa, no mês de dezembro de 2005, nós
dois fomos indicados como Embaixadores da Paz no mundo, sem jamais sabermos
como isso aconteceu, em Genève, através do Instituto para a Paz no Mundo.
De acordo com um livro publicado, Nilson teria sido seu
irmão, ambos filhos de Joana de Cusa, e Nilson foi sacrificado, juntamente com
sua mãe Joana de Cusa, atualmente seu guia espiritual, Joanna de Ângelis. Que
outras ligações teve com Nilson que se recorde?
Em realidade, conforme as informações espirituais, ele
teria sido queimado vivo com sua mãe, Joana de Cusa que, mais tarde, se
identificaria como Joanna de Ângelis. Ainda, segundo as mesmas fontes, teríamos
ambos retornado ao conhecimento e convivência da doutrina cristã ao tempo de
Francisco de Assis, na Úmbria e, posteriormente, na Escócia.
Nilson teve vários problemas de saúde graves e
desencarnou de cancro. Todas essas dores foram expiação ou contingências de um
ser terreno, em provas escolhidas?
As problemáticas na área da saúde foram decorrência de
comportamentos infelizes em existências passadas, que ele soube administrar
muito bem, sem jamais haver-se queixado ou reclamado. Sempre paciente, foi um
exemplo de resignação.
Quarenta dias depois da sua desencarnação, ele
comunicou-se por intermédio de sua fala (psicofonia). Como foi esse momento?
Divaldo assistiu ou participou na desencarnação do Nilson?
Havíamos combinado que, ao ocorrer qualquer problema
com um de nós, o outro continuaria no trabalho. Desse modo, durante toda a sua
enfermidade final, eu mantive a programação de viagens e os compromissos
firmados, indo ao Hospital para o acompanhar nas demais horas. Quando ele
desencarnou, eu me encontrava em viagem e prossegui, não havendo participado do
seu sepultamento. Ao concluir o labor e retornar, fui diretamente ao cemitério
orar junto à sua tumba, sem extravasar a imensa dor que me dominava e ainda
permanece mais suavizada. Nesse ínterim, após a desencarnação, tive uma visão
dele, quando do nosso Movimento Você e a Paz: ele apareceu-me amparado pela
Benfeitora Joanna de Ângelis e acenou-me sorrindo. Posteriormente, num momento
de profunda reflexão e dor, ouvi-lhe a voz, que me disse: Di, não quero você
triste nem deprimido. A sua alegria é importante para auxiliar outras
pessoas...
No dia da mensagem psicofônica, vivenciei sentimentos
de interiorização até o momento, na reunião, quando ele ofereceu-nos a página
consoladora, durante um transe inconsciente de minha parte, que muito me
refrigerou o coração e a mente.
No dia 21 de novembro de 2013,
às 4h40min, na cidade de Salvador, Bahia, retornou a pátria espiritual NILSON
DE SOUZA PEREIRA, incansável trabalhador da seara espírita, com inúmeras
tarefas no bem. Sempre pensou no bem-estar das suas crianças, milhares que
passaram pela Mansão do Caminho, obra assistencial fundada por ele e por
Divaldo Pereira Franco.
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