Miramez
Aquele que incessantemente acumula haveres, sem fazer o
bem a quem quer que seja, achará desculpa, que valha, na circunstância de
acumular com o fito de maior soma legar aos seus herdeiros?
É um compromisso com a consciência má.
Questão 900 / O Livro dos Espíritos
O ouro, em todos os tempos, foi
a arma mais poderosa que chegou às mãos dos homens. Ele está presente em todos
os movimentos humanos e é responsável pelos seus desregramentos, contudo, ele é
apenas instrumento. O comando nasce na alma que o faz ser benfeitor ou
malfeitor da sociedade. Em quase tudo, o dinheiro constitui o meio para a
realização dos ideais dos seres humanos.
Existem criaturas que acumulam
fortunas para que seus herdeiros fiquem "bem" e mostrem aos outros a
sua descendência. Esse é um mal em forma e aparência de bem. Aos pais foram
dados esses meios para educar seus filhos, e o que sobrar, ajudar aos
necessitados, aos famintos e nus.
Jesus nos mostrou o que fazer
com os bens materiais, fazendo Seus discípulos desprenderem-se do que tinham,
se desejassem segui-Lo. E ainda disse com veemência: "Dai a César o que é
de César e a Deus o que é de Deus". Por que prender-se aos bens materiais,
se a vida na Terra é breve? Ele mesmo disse: "E se amanhã o Senhor chamar
a tua alma, para quem fica?"
A melhor riqueza da vida são as
qualidades espirituais, as virtudes acumuladas. Mesmo assim, deves passá-las
para os outros em forma de exemplos, como sendo o amor, a verdade e a caridade.
Assim fazendo, a vida te compensará com o que deres aos famintos de justiça e
de paz.
Quem deseja acumular riquezas
materiais fica preso a elas, que nada lhe valerão no mundo da verdade. Ainda
mais, quando as leis se modificarem, de modo que não possamos mais acumular
riquezas quando na carne, o que faremos do dinheiro? A vida tem mudanças
constantes; isso é o progresso e existem muitos Espíritos chumbados aos bens
terrenos, presos a eles pela lei de atração, pensando e sentindo que é seu
patrimônio, sofrendo as consequências dessa prisão.
Por vezes, a reencarnação os
leva para outro extremo, para concretizar em seus destinos o desprendimento e
aprenderem como usar a economia de Deus. Quando a reencarnado faz justiça no
seu caminho e passam a sofrer o que fizeram, muitos têm pena dessas criaturas,
mas o Evangelho responde, na palavra de Jesus, anotada por Lucas, no capítulo
dezessete, versículo vinte e cinco:
Mas
importa que primeiro ele padeça muitas cousas e seja rejeitado por esta
geração.
E acrescentamos, para que
aprendam a usar a economia divina que Deus pôs em suas mãos. A responsabilidade
é muito grande, para quem se destina a ser tutor dos bens da vida. O
compromisso no bem é inspiração da luz, e quem não cumpre seu dever se encontra
norteado pelas trevas, padecendo as consequências do seu desleixo.
Cumpre entender, principalmente
os espíritas, a vida que flui de Deus, que usa seu instrumento mais puro do
mundo, que é Jesus. Certos compromissos são feitos pela má consciência, nos
fala O Livro dos Espíritos. Se queres ser bem orientado, busca a
oração e não deixes de lado o Evangelho, para que não entres em novas
tentações.
Aquele que acumula haveres sem
os objetivos que a caridade inspira, está sujeito a voltar à Terra muitas
vezes, com fardos pesados e jugos de difícil suportação.
Tem cuidado com as riquezas;
aprende a conduzi-las sem que a usura te corrompa a fé, nem a fé se transforme
em egoísmo, querendo somente o teu bem-estar e o dos teus. A economia divina é
de Deus, consequentemente, patrimônio comum a todos os seres. O apego
representa cadeia da qual o coração demora a se livrar e a consciência sofre o
magnetismo tisnado no mau comportamento.
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