quinta-feira, 8 de agosto de 2024

AGENTES DE DESTRUIÇÃO[1]

 


Miramez

 

Por que, ao lado dos meios de conservação, colocou a Natureza os agentes de destruição?

É o remédio ao lado do mal. Já dissemos: para manter o equilíbrio e servir de contrapeso.

Questão 731 / O Livro dos Espíritos

 

A destruição é necessária em todos os rumos da criação de Deus, pois ela é o cinetismo que flui do próprio amor, e mais tarde isso poderá ser compreendido com mais profundidade.

Toda a verdade que desce das belezas imortais rente aos homens é relativa, no entanto, o progresso abre caminhos para que ela cresça, juntamente com o despertar das criaturas. Ao lado da destruição, Deus colocou o regulador cósmico, o instinto de conservação para manter o equilíbrio.

Os agentes naturais de todas as transformações fazem com que tudo se eleve. Desde a matéria primitiva até os Espíritos, mesmo os mais iluminados, tudo muda, tudo se transforma para melhor em todas as direções da vida. Pela análise que o raciocínio nos faculta fazer, ela nos dá o benfeitor entendimento das mudanças, mesmo das próprias guerras e das convulsões da natureza.

Lucas nos dá melhor entendimento sobre esses assuntos, no capítulo vinte e quatro, versículo quarenta e oito, quando nos transmite as palavras do Mestre:

Vós sois testemunhas dessas coisas.

Todos nós somos testemunhas dessas coisas todos os dias, do valor das mudanças dentro e fora de nós. Imaginemos se tivéssemos uma existência de muitos séculos na Terra. Isso é que seria um verdadeiro inferno. A reencarnação é uma bênção de Deus e a própria matéria ocupa-se em se transformar, porque ela se eleva no calor da alma.

Se vem a dor para impulsionar o Espírito para a frente, despertando-o, vem o remédio em várias outras modalidades de tratamento para regular essa dor, de maneira a nos dar esperança e não sermos impedidos de todo no trabalho. Por enquanto, a humanidade precisa da destruição mais acentuada para crescer, e muitas vezes isso é um aguilhão que espanta aos que não estão preparados. Em muitos casos, a natureza usa os próprios homens como instrumentos. Cabe a nós todos estudar e meditar, para melhor compreender a bondade de Deus e a Sua sabedoria na direção do amor, aquele amor que se desprende de Seu coração magnânimo e santo.

O que chamamos mal e bem são forças em diferentes rumos, todavia, nascidas com o mesmo objetivo. Não devemos jamais procurar o mal para nos aperfeiçoarmos, porque não sabemos como fazer. O que chamamos de mal é o agente educador que se transforma em peças de luz, como portador da verdadeira paz. O Espírito, como bem sabemos, foi criado simples e ignorante, mas, com todos os valores a serem despertados no imo d'alma, e esse trabalho depende muito de nós, na escala a que pertencemos.

Convém a nós outros buscar, atendendo a fala de Jesus: "Buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á; pedi e obtereis". Essa é uma mensagem mística do Evangelho àqueles que têm olhos para ver e ouvidos para ouvir.

Ainda existem muitos ensinamentos em forma de parábolas, Para que a luz chegue somente aos que estejam preparados para recebê-la. Os escolhidos para o banquete são os Espíritos que atinjam a maturidade espiritual. Muitos pensam que são eleitos, por Deus gostar mais de uns que de outros. Como se enganam, essas criaturas! O Senhor ama a todos de igual forma. Cada criatura é que recebe esse amor de acordo com o grau que já atingiu.

A destruição natural não significa um mal e, sim, urna bênção do Criador, para a elevação das criaturas e das coisas.



[1] FILOSOFIA ESPÍRITA – Volume 15 – João Nunes Maia

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