Agnes Conxha Bojaxhiu, mais
conhecida como Madre Teresa de Calcutá, nasceu no dia 26 de agosto de 1910, na
cidade de Escópia (Skopje), na antiga Iugoslávia. Depois que esse país foi
desmembrado, em 1991, o município passou a ser a capital da Macedônia do Norte.
Embora tenha nascido em Escópia,
em algumas ocasiões, a religiosa dizia que suas origens eram albanesas, pois
seus pais, Nikola e Dranafile Bojaxhiu, tinham nascido na Albânia. Caçula de
três irmãos, Teresa perdeu o pai aos oito anos de idade.
Segundo estudos, aos 12 anos,
durante uma visita a um santuário, Teresa sentiu um chamado para tornar-se
freira e servir a Deus. Ao longo de sua adolescência, ela amadureceu a ideia.
Enquanto isso, Agnes cantou no coro da igreja e ajudou a mãe a organizar
eventos e a distribuir alimentos para os pobres.
No fim da adolescência, a futura
Madre Teresa resolveu seguir sua vocação e, aos 18 anos, deixou sua casa para
ingressar no Instituto da Bem-Aventurada Virgem Maria, mais conhecido como
convento das Irmãs de Loreto, em Dublin, na Irlanda.
A temporada no país europeu foi
uma preparação para a religiosa começar a atuar em missões na Índia, o que já
era desejo dela. Nessa época, Agnes passou a ser chamada de Irmã Mary Teresa.
Vida em Calcutá
Madre Teresa chegou à Índia no
dia 6 de janeiro de 1929. Em 1931, ela foi enviada para o Convento de Loreto
situado no bairro Entally, na cidade de Calcutá. Lá, ela começou a ensinar
História e Geografia para meninas na escola Saint Mary.
Em 1935, Teresa, de 25 anos,
recebeu uma isenção especial para ensinar em uma escola fora do convento, em
Santa Teresa. Em 24 de maio 1937, a religiosa tornou-se oficialmente
"Madre Teresa". Em 1944, assumiu o cargo de diretora da escola, voltando
a viver dentro dos muros do convento.
Durante uma viagem de trem de
Calcutá a Darjeeling, cidade no estado indiano de Bengala Ocidental, em 10 de
setembro de 1946, Madre Teresa recebeu o "chamado dentro de um chamado”.
Segundo a religiosa, nesse dia, também
conhecido como “o dia da inspiração”, ela recebeu uma mensagem de que ela tinha
que deixar o convento e ajudar os pobres e os doentes, vivendo inclusive entre
eles.
Madre Teresa demorou cerca de
dois anos para obter a permissão para começar a missão com os pobres, uma vez
que seus superiores achavam perigoso que ela fosse morar na periferia de
Calcutá. Estudos sinalizam que, para ela, foi um processo longo e frustrante.
Como nas favelas indianas havia
muitos doentes, Madre Teresa pensou que, antes de morar no local, seria
interessante passar um tempo com enfermeiras para ter algum conhecimento da
área de Medicina. Assim, ela passou uma temporada em Patna, na Índia, com as
Irmãs da Missão Médica.
Em 12 de abril de 1948, Madre
Teresa recebeu permissão do Papa Pio XII para começar sua missão com os pobres.
Em 16 de agosto de 1948, aos 38 anos, a religiosa deixou o convento.
No dia 17 de agosto, Madre
Teresa vestiu, pela primeira vez, um sari – vestimenta típica da mulher indiana
- branco de algodão com listras azuis ao longo da borda. Futuramente, a
vestimenta seria usada como uniforme pelas freiras missionárias da caridade.
Estudos relatam que a Madre
Teresa começou seus trabalhos com os pobres em Calcutá, ensinando crianças
pequenas. Como não tinha um quadro, ela usava uma vara para desenhar as letras
nas calçadas mesmo.
Tempos depois, a religiosa
encontrou uma cabana e a transformou em uma sala para poder dar aulas.
Aproveitando que estava na região, visitou famílias que moravam perto e
ofereceu ajuda médica e um sorriso. Conforme ela dizia, “a paz começa com um
sorriso”.
Ao conhecer o trabalho da Madre
Teresa, outras pessoas dispuseram-se a ajudar os pobres e fizeram doações.
Assim, aos poucos, ela formou sua própria ordem de freiras.
Missionárias da Caridade
As Missionárias da Caridade
foram fundadas em 7 de outubro de 1950. Na época, a sociedade era composta por
apenas 12 membros. Na década de 50, a Índia passava por um momento difícil
depois de conseguir a sua independência da Inglaterra.
A população indiana vivia em
extrema pobreza e em péssimas condições de higiene, o que propiciava a
contaminação de doenças. Além disso, o sistema de castas contribuiu para que as
pessoas passassem fome e morassem nas ruas.
Em 22 de agosto de 1952, Madre
Teresa abriu, em Calcutá, uma casa para pessoas à beira da morte, chamada
Nirmal Hriday ("Lugar do Imaculado Coração"). Historiadores indicam
que, diariamente, as freiras andavam nas ruas e levavam os moribundos à casa de
apoio. Eles eram alimentados, lavados, vestidos e, assim, podiam morrer com
dignidade.
Cerca de dez anos depois da
criação das Missionárias da Caridade, na década de 60, as religiosas obtiveram
permissão para levar seus trabalhos para outras cidades indianas como Délhi,
Ranchi e Jhansi. Em meados dos anos 1960, a religiosa criou uma colônia para
ajudar portadores da doença hanseníase, conhecida na época como lepra. No
local, denominado de Shanti Nagar ("O Lugar da Paz"), os doentes
viviam e trabalhavam.
Em 1955, Madre Teresa criou a
primeira casa para ajudar crianças. No espaço, chamado Shishu Bavan, os
garotos, a maioria órfãos, eram alojados, cuidados e alimentados. O objetivo da
casa era que os meninos fossem adotados, mas os que não eram escolhidos aprendiam
alguma habilidade comercial para trabalharem no futuro.
Em fevereiro de 1965, a
religiosa obteve do papa Paulo VI o direito de abrir uma casa missionária na
Venezuela. Nos anos seguintes, novas casas de caridade foram espalhadas pelo
mundo.
Saúde e Morte de Madre Teresa de Calcutá
Mesmo com idade avançada e
debilitada de saúde por problemas cardíacos e pulmonares, nas décadas de 80 e
90, a religiosa seguiu sua jornada de ajudar os pobres e os doentes pelo mundo.
Madre Teresa de Calcutá morreu em 5 de setembro de 1997, aos 87 anos, por
insuficiência cardíaca.
Milhares de pessoas foram às
ruas para acompanhar o velório. O acontecimento foi visto por milhões de
pessoas ao redor do mundo pela televisão. O funeral da religiosa foi organizado
pelo governo indiano. O corpo dela foi enterrado na Casa Mãe das Missionárias
da Caridade, em Calcutá. Entre o legado de Madre Teresa de Calcutá estão: 4 mil
Irmãs Missionárias, em 610 centros em 123 países.
Reconhecimento e prêmios de Madre Teresa de Calcutá
A partir da década de 60, o
trabalho da Madre Teresa e das Missionárias da Caridade começou a ser
reconhecido internacionalmente. A religiosa, inclusive, começou a ter status
de celebridade, tornando-se um dos maiores nomes do catolicismo.
De 1980 até 1990, Madre Teresa
abriu casas missionárias em quase todos os países comunistas, incluindo a
antiga União Soviética, Albânia e Cuba. Nesse mesmo período, ela criou nos
Estados Unidos (EUA) e na Etiópia, por exemplo, espaços chamados de “casas de
amor” para ajudar pessoas com Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS).
Durante sua trajetória, Madre
Teresa ganhou alguns prêmios, os quais ela aceitava, mas fazia questão de dizer
que eram o trabalho de Deus e que ela era apenas a ferramenta usada para
facilitar isso.
Confira alguns dos prêmios de
Madre Teresa:
§
11 de agosto de 1962 - Prêmio Padma Shri, do
Presidente da Índia
§
6 de janeiro de 1971 - Prêmio de Paz do Papa
João XXIII
§
16 de outubro de 1971 - Prêmio Internacional
Kennedy
§
25 de abril de 1973 - Prêmio Templeton por
ajudar crianças em Calcutá
§
1978 - Prêmio da Fundação Balzan pela humanidade
e paz entre os povos
§
10 de dezembro de 1979 - Prêmio Nobel da Paz
§
22 de março de 1980 - Prêmio Bharat Ratna
§
27 de junho de 1980 – Prêmio com Medalha de
Méritos da cidade de Skopje
§
24 de outubro de 1983 – Prêmio Ordem do Mérito
da Rainha Elizabeth II
§
1985 – Prêmio de medalha presidencial da Freedom
pelo presidente dos EUA Ronald Reagan
§
1996 - Cidadã honorária dos EUA
Curiosidade: quando Madre Teresa
recebeu o Prêmio Nobel da Paz, fizeram esta pergunta para ela: “O que podemos
fazer para promover a paz mundial?”. A religiosa respondeu: “Voltem para seus
lares e amem suas famílias”.
Beatificação e canonização de Madre Teresa de Calcutá
Dois anos depois da morte de
Madre Teresa, o Papa João Paulo II iniciou a fase de beatificação e canonização
dela. Em 20 de dezembro de 2002, ele aprovou os decretos sobre as virtudes e os
milagres heroicos da religiosa.
Madre Teresa e Papa João Paulo
II, em 1983.
Madre Teresa e Papa João Paulo
II, em 1983.
Madre Teresa foi beatificada em
19 de outubro de 2003 pelo Papa João Paulo II. O fato tornou-a uma das
personalidades mais queridas da Igreja Católica.
Em 17 de dezembro de 2015, o
Papa Francisco aprovou o segundo milagre necessário para que Madre Teresa fosse
declarada santa. Ele reconheceu a cura de um brasileiro que estava em coma em 9
de dezembro de 2008, poucos minutos antes de ser submetido a uma cirurgia
cerebral de emergência.
No dia 4 de setembro de 2016, um
dia antes do aniversário de sua morte (5 de setembro de 1997), o Papa Francisco
declara Madre Teresa “santa”.
Casa memorial de Madre Teresa
de Calcutá
Personalidade mais famosa de
Escópia e única ganhadora do Prêmio Nobel na Macedônia, Madre Teresa ganhou em
30 de janeiro de 2009 uma Casa Memorial.
O espaço foi construído onde era a Igreja Católica “Sagrado Coração de
Jesus”, local do batismo da religiosa, que foi realizado um dia após o seu
nascimento.
A entrada para a Casa Memorial
de Madre Teresa é gratuita. Informações sobre os dias e os horários podem ser
obtidas no site.
Frases de Madre Teresa de Calcutá
Algumas frases de Madre Teresa
de Calcutá ficaram famosas e costumam inspirar pessoas. Confira uma seleção de
dez conhecidas:
§ É fácil amar os que estão longe. Mas nem sempre é
fácil amar os que vivem ao nosso lado.
§ Se você julga as pessoas, você não tem tempo para
amá-las.
§ Muitas vezes, uma só palavra, um olhar, um gesto
rápido, e as trevas enchem o coração da pessoa que amamos.
§ Seja fiel nas pequenas coisas porque é nelas que mora
a sua força.
§ A vida é uma aventura. Conduza-a. A vida é felicidade.
Mereça-a. A vida é vida. Defenda-a.
§ A falta de amor é a maior de todas as pobrezas.
§ O amor está fazendo pequenas coisas com grande amor.
§ Não espere pelos líderes. Faça sozinho, de pessoa para
pessoa.
§ Palavras gentis podem ser curtas e fáceis de falar,
mas seus ecos são verdadeiramente infinitos.
§ Não é o quanto fazemos, mas quanto amor colocamos no
fazer. Não é quanto nós damos, mas quanto amor colocamos na doação.
Críticas à Madre Teresa de Calcutá
Mesmo sendo uma figura querida e
admirada por católicos e por simpatizantes, Madre Teresa de Calcutá recebeu
algumas críticas ao seu trabalho ao longo da sua trajetória de ajuda aos
pobres.
Algumas pessoas diziam que as
casas criadas por ela, onde moravam os doentes e moribundos, não eram
higienizadas corretamente. Também havia opiniões contrárias acerca da forma que
eles eram cuidados, uma vez que os cuidadores não eram da área de Medicina.
Mais críticas indicam que havia
gente que acreditava que Madre Teresa tinha mais interesse em ajudar os
moribundos a dirigirem-se a Deus ou então a convertê-los ao cristianismo. Por
fim, outras críticas surgiram quando a religiosa falou abertamente contra o
aborto e o controle da natalidade.
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