quinta-feira, 30 de maio de 2024

ESPANTO NO REGRESSO[1]

 


Miramez

 

Desde que o Espírito já viveu a vida espírita, antes da sua encarnação, de onde vem o seu espanto ao reentrar no mundo dos Espíritos?

− Esse é apenas o efeito do primeiro momento e da perturbação que se segue ao despertar.

Mais tarde, ele reconhece perfeitamente o seu estado, à medida que lhe volta a lembrança do passado e que se desfaz a impressão da vida terrestre. (Ver o item 163 e seguintes).

Questão 319 / O Livro dos Espíritos

 

Por vezes o Espírito se espanta ao regressar ao mundo dos Espíritos. É uma reação natural, comum a quase todos os Espíritos. Depois, com o passar do tempo, ele vai se lembrando da sua verdadeira pátria, passando igualmente a sentir-se em casa.

A reencarnação, tanto quanto a desencarnação, é mudança mais ou menos violenta, e esse transe tem o poder de mudar as ideias dos Espíritos acerca das coisas espirituais. Observemos que é nas mudanças agressivas que a humanidade se ajusta, compreendendo o valor do trabalho e a necessidade de melhorar.

Os antigos mercadores viajavam por vários países, carregando consigo uma grande bagagem de conhecimento sobre suas variadas jornadas e servindo de intermediário na divulgação de muitas notícias interessantes. Assim também, as reencarnações dos Espíritos oferecem a eles muitas experiências, que passam a fornecer-lhes os recursos para sua própria libertação espiritual.

Quem sabe aproveitar suas experiências, melhor se situa na escala espiritual a que pertence.

Quando regressamos à pátria espiritual, assustamos de imediato, para depois reconhecermos que estamos em casa, em preparo para, se possível, voltar de novo às lides da Terra.

Salve a luz da Doutrina dos Espíritos! Essa mensageira do Cristo nos fornece meios variados de nos educarmos, como também de instruir nossos corações na ciência divina do amor puro, de modo que, mesmo nos movendo na carne, o céu passa a fazer parte da nossa vida.

O Espiritismo foi e ainda é muito combatido pelas velhas religiões e filosofias, porque traz uma mensagem nova de libertação das almas. Se ele nada oferecesse, não seria perseguido, no entanto, a perseguição é transformada em divulgação. Tudo aquilo que se procura esconder ou combater, desperta o interesse do povo. A luz, disse o Cristo, não pode ficar debaixo da mesa.

Todos conhecemos o Sol, porque Deus o colocou nas alturas, de sorte que todos possam ver e sentir a sua luz.

Quantas pessoas, ao encontrarem a filosofia espírita, estranham sua doutrina de novos conceitos, renovados em Jesus! Depois, começam a relembrar que ouviram esses mesmos ensinamentos no mundo espiritual e então desabrocha em seus corações a alegria e a esperança no que ela apresenta, na exposição da verdade. Estamos todos constantemente reencontrando novos companheiros na Terra e nos céus e relembrando velhas etapas realizadas, às vezes, juntos, motivo esse que nos dá impulso de melhorar e viver.

O mundo está terminando um ciclo evolutivo para começar outro; andemos com ele, pois o transe pelo qual deve passar a humanidade se nos mostra duro, mas proveitoso. Trabalhemos juntos para melhorar o ambiente deste planeta, que no amanhã precisaremos certamente de desfrutar desse paraíso. Recebamos com carinho os que a ele regressam que nós, do plano espiritual, faremos o mesmo. É se reencontrando-se que nasce o Cristo em nós e nós nele, para que Deus nos abençoe e com isso possamos sentir Suas bênçãos no coração.



[1] Filosofia Espírita – Volume 7 – João Nunes Maia

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