Luiz Guimarães Gomes de Sá
Acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário do
Espírito Santo que habita em vocês, que lhes foi dado por Deus, e que vocês não
são de vocês mesmos?
1 Coríntios, 6:19
Como coexistirem duas situações,
inicialmente vistas como diametralmente opostas? Sendo uma de reflexão e
elevação espiritual e a outra de sofrimentos e lágrimas?
Este é um questionamento
oportuno e válido. Vivemos em um ambiente em que somos constantemente
“influenciados”, conforme temos em Hebreus 12.1:
Portanto, também
nós, uma vez que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas,
livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve e corramos
com perseverança a corrida que nos é proposta (...).
Temos também relatado no livro O
Que é o Espiritismo, cap. II, Item 18:
Os Espíritos
estão em toda parte, ao nosso lado, acotovelando-nos e observando-nos sem
cessar. Por sua presença incessante entre nós, eles são os agentes de diversos
fenômenos, desempenham um papel importante no mundo moral, e, até certo ponto,
no físico; constituem, se o podemos dizer, uma das forças da natureza.
O nosso corpo físico corresponde
ao templo onde o Espírito se apropria da matéria para seu trabalho nas
existências tangíveis. Entretanto, esse mesmo ambiente dual acolhe o Espírito
com as algemas do passado que se constituem no Dédalo que nos envolve e
aprisiona de forma persistente de acordo com as nossas vivencias pretéritas.
Nesse conturbado convívio é que
se situa a nossa grande “batalha interior”. Por um lado, buscamos por impulso
consciente vencer as más inclinações que obstaculizam o nosso crescimento
espiritual e, do outro, lidamos com as influências perniciosas que ainda nos
instigam para nos mantermos nas práticas que causaram nosso aprisionamento. Em O
Livro dos Espíritos, questão 998, encontramos:
− A expiação se cumpre no estado corporal ou no estado
espiritual?
− A expiação se cumpre durante a existência corporal,
mediante as provas a que o Espírito se acha submetido e, na vida espiritual,
pelos sofrimentos morais, inerentes ao estado de inferioridade do Espírito.
Conscientes da necessidade de
burilamento do Espírito e, sendo o corpo o instrumento para esse labor no Orbe
que habitamos, impende-nos consolidar o compromisso firmado quando do nosso
projeto reencarnatório, visando erigir os degraus cada vez mais elevados no
caminhar incessante do Espírito. Os desafios que nos rodeiam a cada dia, devem
servir de estímulo para enveredarmos pelo caminho do “bom combate”,
seguindo o Apostolo Paulo:
Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé.
2 Timóteo 4:7
No livro “Alma e Luz”, pg.6,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel, temos:
(...) O ataque do mal vem à sombra da noite, o golpe
traiçoeiro não espera declarações diplomáticas, nem a invasão generalizada
obedece a protocolos políticos.
Nessa luta o nosso arsenal é
pacífico, onde as virtudes como a coragem, fé, perseverança e tantas outras,
irão constituir o exército do bem que servirá de sustentação para o
enfrentamento das dificuldades. Aliado com a força da prece, o desânimo jamais
deverá ter espaço em nós. O caminho para essa superação tem por base a vontade
e o pensamento – binômio –, que fortalece a nossa intenção de superar as más
índoles que se encontram como “sombras” em nossos caminhos.
Isto posto, procuremos nesse
contexto (templo e presídio), buscar naquele que pelo seu significado expressa
o que necessitamos em níveis vibracionais para a nossa evolução espiritual.
(Como missão precípua da vida, o ser humano deve palmilhar os degraus da
evolução)
Nenhum comentário:
Postar um comentário