segunda-feira, 2 de outubro de 2023

LEOCÁDIO JOSÉ CORREIA[1]

 


 

Leocádio José Correia, filho de Manoel José Correia e de Gertrudes Pereira Correia, nasceu em Paranaguá no dia 16 de fevereiro de 1848. Vencido o ensino das primeiras letras e os colégios de instrução secundária, Leocádio encaminhou-se para a vida eclesiástica no Seminário Episcopal de São Paulo, do qual desistiu às vésperas da primeira unção sacerdotal.

Assumiu, então, outro apostolado que cumpriu, desta vez na Academia de Medicina do Rio de Janeiro. Como dedicado aluno de um dos maiores vultos da medicina nacional, o Doutor João Vicente Torres Homem (1837-1887), Leocádio encarregou-se de coletar minuciosos apontamentos sobre as preleções que ouvia, tarefa esta que garantiu subsídios para a publicação das lições do renomado catedrático sobre a febre amarela.

No dia 20 de dezembro de 1873, doutorou-se em Medicina após ter sustentado uma tese sobre a Litotrícia (trituração dos cálculos vesicais para a eliminação pela urina), em 30 de agosto do mesmo ano. Ele foi um médico na verdadeira acepção da palavra, tendo clinicado nos municípios de Paranaguá, Guaratuba, Guaraqueçaba, Antonina, Morretes, Curitiba, Ponta Grossa e Castro.

Em 29 de agosto de 1874 casou-se com sua prima-irmã Carmela Cysneiros Correia em sua cidade natal, com quem teve três filhos: Clara, Leocádio e Lucídio.

Foi inspetor da Santa Casa de Misericórdia, foi inspetor escolar, jornalista, orador, escritor e poeta. Filiando-se ao Partido Conservador foi eleito deputado provincial à Assembleia Legislativa onde, como democrata, assumiu a causa abolicionista. Como inspetor da instrução pública destacou-se no propósito de revisão dos planos escolares que causavam dano aos seus contemporâneos deixando, assim, as sementes da reforma escolar que sua curta existência não viu consolidada.

O teatro também mereceu sua atenção e estudo, tendo se utilizado do palco cênico como instrumento de sua campanha contra a escravidão negra junto ao núcleo de jovens que o acompanhava. A encenação de "Talento e ouro", de Leôncio Correia, sob sua direção, alcançou ruidosos sucesso no teatro Santa Calina, de Paranaguá. Entre os seus escritos teóricos destaca-se "Duas páginas sobre o drama da Redenção", publicado postumamente por seu filho Leocádio Cysneiros Correia.

Leocádio José Correia desencarnou no dia 18 de maio de 1886, vítima de febre perniciosa. Foi um fato enormemente pranteado, especialmente pelos mais pobres e necessitados, que Leocádio, em sua breve vida, visitava diariamente.

Poucos anos depois do seu desencarne, Leocádio José Correia começou a manifestar-se espiritualmente. Primeiro no litoral do estado de Santa Catarina; posteriormente, no Estado do Paraná, num trabalho fraterno de atendimento à pessoa humana e na divulgação da mensagem de Jesus Cristo, à luz da Doutrina dos Espíritos.

Há cerca de 50 anos, vem desempenhando importante papel na execução do projeto ligado à Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas, em Curitiba, Capital do Paraná, no sentido de reconceituar o Espiritismo no Brasil.

No exercício de suas atribuições, o espírito Leocádio José Correia vem trabalhando através do médium Maury Rodrigues da Cruz realizando uma intensa e extensa atividade assistencial voltada para a saúde física, mental e espiritual de quem o procura.

Também importante tem sido sua atividade literária espírita, na qual, como intérprete, como explicador, das mensagens espirituais, procura fazer das suas próprias mensagens uma modulação na linguagem para melhor compreensão da conceituação doutrinária, contextualizando e expressando sua visão do Universo, bem como os referenciais espíritas trazidos pelo espírito Antonio Grimm. Dessa forma, Leocádio José Correia constitui-se em um dos grandes agentes organizadores e implementadores do processo de ensino-aprendizagem proposto pela Doutrina dos Espíritos, para a humanidade e notadamente para os grupos de exercício mediúnico.

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