quinta-feira, 20 de julho de 2023

O AGENTE VITAL[1]

 

Miramez

 

A vitalidade é um atributo permanente do agente vital, ou somente se desenvolve com o funcionamento dos órgãos?

− Desenvolve-se com o corpo. Não dissemos que esse agente, sem a matéria, não é vida? É necessária a união de ambos para produzir a vida.

Podemos dizer que a vitalidade permanece latente, quando o agente vital ainda não se uniu ao corpo?

− Sim, é isso.

O conjunto dos órgãos constitui uma espécie de mecanismo, impulsionado pela atividade íntima ou princípio vital, que neles existe. O princípio vital é a força motriz dos corpos orgânicos. Ao mesmo tempo que o agente vital impulsiona os órgãos, a ação destes entretém e desenvolve o agente vital, mais ou menos como o atrito produz o calor.(Allan Kardec)

Questão 67/O Livro dos Espíritos

 

A vitalidade desenvolve-Se quando irradia em um corpo, impulsionando-o para o movimento. No encontro do corpo com ela, expressa-Se a vida, por isso é que dizemos sempre que a vida é movimento. O espírito também é vida, não obstante, ele alcança valores maiores que a própria vida, que ainda poucos conhecem; o tempo falará mais adiante sobre alguns tesouros da alma, quando em plena ascensão.

Para melhores deduções sobre a força vital em um corpo, pode-se analisar uma corrente elétrica quando aciona um motor e faz mover um maquinário. Ela, ao chegar, dá vida, porque faz mover os aparelhos antes inertes. Pode-se observar o feto no seu ambiente gerador: com poucas semanas recebe uma corrente vital que o faz mover-se, de sorte que o coração, ainda um rudimento desse órgão sagrado, começa a bater, impulsionando assim o fluxo sanguíneo, permitindo aos órgãos em formação um estado saudável, em diligência ativa na formação do corpo. Sem esse agente vital não pode haver vida, e ele, sem a matéria, não pode encontrar a expressão da própria existência, para a visualização dos homens.

O espírito ainda tem muitos corpos, bem desconhecidos na ciência humana.

Os mais estudiosos já entendem que existem, sem contudo compreender seus objetivos, e mesmo suas organizações e trabalhos junto à alma. Cabe à Doutrina dos Espíritos a revelação dessas verdades, de acordo com a elevação dos homens, sem contudo abalar a estrutura de conhecimentos de cada um. Tudo deve ser gradativo, para que o mal não grasse e a consciência não se altere.

Esperamos que, com o decorrer do tempo, a própria ciência dos homens se interesse pela ciência do espírito e a estude com sinceridade. Aí vamos encontrar muitos instrumentos com capacidade de receber os valores das revelações espirituais. Essa é a nossa alegria: de nos confundirmos com os seres humanos nas suas necessidades e falar-lhes frente a frente com todo o desembaraço. A vida, assim, ficará mais fácil para os que se revestiram de carne.

A força vital pode decrescer em um corpo, e este ficar desprovido do magnetismo animal, falecendo; entretanto, uma alma bem adestrada nessa ciência poderá, com os recursos da mente, atraí-la com a mesma facilidade que respira o ar, pois essa fonte de vida está disseminada por toda a parte. Os espíritos sábios estão dispostos a ensinar-lhes, dependendo de encontrarem os homens preparados para as modificações que correspondem à afinidade com essas bênçãos de Deus.

Na verdade, o amor é a chave de tudo e de toda vida, bem como de um corpo saudável; entretanto, há outros aspectos que devem ser observados, para que se tenha felicidade, e felicidade com abundância.

Tudo que existe se integra em uma corrente de vida universal, em busca do despertamento de todas as suas qualidades, e esse intercâmbio, essa união de todas as coisas, é força do amor de Deus para a paz e a luz de todas as criaturas.

Homens! Uni-vos no bem e vos sentireis melhor! Todas as portas se abrirão como que por encanto! Eis aí Deus e Cristo a vos ofertarem os caminhos para que possais compreender as leis que governam e assistem a todos. E quando todos passardes a amar, a força vital que vos estimula a vida será mais ativa e vos mostrará ângulos mais convenientes para seguirdes em direção a Deus.



[1] Filosofia Espírita – Volume 2 – João Nunes Maia

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