quinta-feira, 27 de outubro de 2022

O ENVOLTÓRIO DO ESPÍRITO[1]

 

Miramez

 

De onde tira o Espírito o seu envoltório semimaterial?

− Do fluido universal de cada globo. É por isso que ele não é o mesmo em todos os mundos; passando de um mundo para outro, o Espírito muda de envoltório, como mudais de roupa.

Dessa maneira, quando os Espíritos de mundos superiores vêm até nós, tomam um perispírito mais grosseiro?

− É necessário que eles se revistam da vossa matéria, como já dissemos.

Questão 94/O Livro dos Espíritos

 

O hálito divino sai de Deus na sua unidade perfeita, contudo, ao situar-se no universo como fluido cósmico, toma características diferentes, em mutações diversas, de acordo com o ambiente onde vai prestar serviço, pela vontade do Senhor. Em cada mundo, o magnetismo que envolve os espíritos é diferente um do outro, considerando a evolução dos povos que o habita. Os fluidos são correspondentes à escala evolutiva dessa mesma humanidade. Eles se mudam um pouco, até de país para país, na própria Terra. Verdadeiramente, podemos afirmar que se muda o campo fluídico de pessoa para pessoa. E é sobre essas mudanças que queremos conversar, no que tange ao envoltório do espírito.

Há muitos espíritos que vêm à Terra em trabalhos assistenciais, entidades de muita elevação, que, ao chegarem no nosso mundo, mudam de roupagem fluídica, para suportarem o ambiente que acolheram para trabalhar, como acontece com quem sai de um lugar muito quente para uma região fria; necessariamente começa a usar as roupas do ambiente em que vai permanecer. O perispírito é, pois, uma roupa do espírito, trocável, igual às roupas humanas, diferenciando-se das vestes terrenas pela sua estrutura, na capacidade de assimilar e de obedecer à vontade do espírito. Em comparação às da Terra, tem uma natureza divina.

O perispírito é o condutor dos centros de força, capaz de obedecer fielmente à engrenagem da alma que ainda está escondida nos segredos da vida, e que faz uma ligação perfeita com as glândulas endócrinas do corpo físico, e dessa harmonia é que teremos e desfrutaremos dos princípios da felicidade.

O magnetismo que reveste um planeta habitado evolui com a evolução dos espíritos ali estagiados. Tudo se depura pela força do progresso, obediente ao tempo e às bênçãos de Deus. Em um mundo inferior onde existem espíritos primitivos, certamente os fluidos que o cercam são de natureza pesada, compatível com os seus habitantes.

Qualquer espírito de natureza superior que tiver de reencarnar neste mundo, haverá de trocar as suas vestes de luz por outras mais densas, evitando, assim, o impacto mais forte da luz com as trevas, sem a necessidade de sofrimentos, que podem ser evitados. Certamente que uma alma evoluída, ao trocar suas vestes de luz por outra mais grosseira, renuncia, porque passa a sofrer uma agressão do próprio ambiente que aceitou como moradia. No entanto, a sua capacidade de amor ultrapassa todas as investidas do que chamamos de trevas.

O mesmo não ocorre com os espíritos primitivos, que não suportariam viver em mundos altamente evoluídos: perderiam a razão e de nada serviriam suas estadas nesses mundos. Seriam inúteis todos os esforços para as reencarnações destes espíritos em mundos superiores.

Podemos, com isso, imaginar o quanto sofreu Jesus no ambiente da Terra. A cruz é um traço sem importância na Sua vida na Terra, em se falando de sofrimento, O que mais Lhe causava inquietação era, certamente, o ambiente negativo, o magnetismo exsudado do planeta Terra, chegando, em momentos de oração, a Sua vibração atingir o ápice do que se pode atingir na Terra: e Ele, aí, transpirou sangue, pela violência do ambiente.

Como se sentiria um homem civilizado, se fosse preciso vestir uma roupa de couro cru por toda a vida e ainda precisasse exemplificar a vivência do bem e do amor a todas as criaturas? Vejamos isso, para que possamos sentir a posição de Jesus, quando veio à Terra nos ensinar!



[1] Filosofia Espírita – Volume 2 – João Nunes Maia

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