segunda-feira, 17 de outubro de 2022

HENRI BÉRGSON[1]

 

 

Henri Bérgson nasceu em Paris, em 18 de outubro de 1859 e desencarnou também em Paris, em 4 de janeiro de 1941. Foi um filósofo e diplomata francês.

Conhecido principalmente por Ensaios sobre os dados imediatos da consciência, “Matéria e Memória”, “A evolução Criadora” e “As duas fontes da Moral e da Religião”, sua obra é de grande atualidade e tem sido estudada em diferentes disciplinas − cinema, literatura, neuropsicologia, bioética, entre outras.

Recebeu o Nobel de Literatura de 1927. Os equívocos que cometeu ao analisar a Teoria da Relatividade foram descritos no capítulo 11 da obra "Imposturas Intelectuais" de Sokal e Bricmont. Uma outra explicação, mais informada, sobre a leitura desvirtuada que alguns físicos tenderam a fazer da argumentação de Bergson, foi dada por Gilles Deleuze (o qual, juntamente com Guattari, também cometeu erros grosseiros ao tratar das ciências naturais e matemática, como bem demonstram Sokal e Bricmont no mesmo "Imposturas Intelectuais" no capítulo 8) no seu "Bergsonismo". Sokal e Bricmont mostram ignorar essa contra-argumentação (como de resto também toda a Filosofia da Matemática em que esta tradição se articula e que é igualmente demonstrada numa profunda incompreensão do texto de Deleuze, Difference et Retititon, que procuram igualmente criticar, como foi explicado pelo Filósofo da Matemática, Jean-Michel Salanskis).

Henri Bergson nasceu de família judia, filho de mãe inglesa e pai polaco. Viveu com os seus pais alguns anos em Londres, mas aos nove anos regressou a Paris. Ali fez os seus estudos no Liceu Fontanes onde ganha em primeiro lugar o prêmio de matemática no Concours General resolvendo um problema de Pascal. Licenciando-se em Letras, em 1881 tornou-se professor, dando aulas em várias localidades da França, destacam-se desse momento as aulas no liceu Blaise Pascal de Clermont-Ferrand.

Em 1889 obteve o doutoramento pela Universidade de Paris com a tese “Ensaios sobre os Dados Imediatos da Consciência”, e com uma tese secundária sobre Aristóteles. Bergson casa-se em 1892 com Louise Neuberger, uma prima do escritor francês Marcel Proust. Publica seu segundo livro em 1896 sob o título Matéria e Memória. Passa a lecionar na Escola Normal Superior de Paris dois anos depois. Em 1900, aos 40 anos, inicia seus cursos a frente da cadeira de História da Filosofia Antiga no Collège de France. No ano 1907, publica sua obra principal: “A Evolução Criadora” que une crítica da tradição filosófica especulativa, com intuição da duração e com as teorias evolucionistas de Herbert Spencer. Como diplomata, participa das discussões sobre a Primeira Guerra Mundial e exerce influência sobre a decisão dos EUA em intervir no conflito. Em 1918 Bergson torna-se membro da Academia Francesa, dois anos depois, publica “Duração e Simultaneidade”, obra que discute a comunicação de Einstein de 1905 sobre a Teoria da Relatividade restrita.

A partir de 1925, passa a sofrer de um reumatismo que o deixará semiparalisado, a ponto de impedi-lo de ir a Estocolmo para receber o Nobel de Literatura de 1927. Escreve com grande dificuldade seu último livro publicado em 1932: “As Duas Fontes da Moral e da Religião”. Nessa época, aproxima-se do cristianismo, mas não se converte por preferir ficar ao lado daqueles que serão perseguidos pelo regime Nazista de Hitler. Faleceu em 1941, em 3 de janeiro, aos 81 anos, em Paris.

Bergson é frequentemente situado na história da filosofia como espiritualista evolucionista.

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