Henri Bérgson nasceu em Paris,
em 18 de outubro de 1859 e desencarnou também em Paris, em 4 de janeiro de
1941. Foi um filósofo e diplomata francês.
Conhecido principalmente por
Ensaios sobre os dados imediatos da consciência, “Matéria e Memória”, “A
evolução Criadora” e “As duas fontes da Moral e da Religião”, sua obra é de
grande atualidade e tem sido estudada em diferentes disciplinas − cinema, literatura,
neuropsicologia, bioética, entre outras.
Recebeu o Nobel de Literatura de
1927. Os equívocos que cometeu ao analisar a Teoria da Relatividade foram
descritos no capítulo 11 da obra "Imposturas Intelectuais" de Sokal e
Bricmont. Uma outra explicação, mais informada, sobre a leitura desvirtuada que
alguns físicos tenderam a fazer da argumentação de Bergson, foi dada por Gilles
Deleuze (o qual, juntamente com Guattari, também cometeu erros grosseiros ao
tratar das ciências naturais e matemática, como bem demonstram Sokal e Bricmont
no mesmo "Imposturas Intelectuais" no capítulo 8) no seu
"Bergsonismo". Sokal e Bricmont mostram ignorar essa
contra-argumentação (como de resto também toda a Filosofia da Matemática em que
esta tradição se articula e que é igualmente demonstrada numa profunda
incompreensão do texto de Deleuze, Difference et Retititon, que procuram
igualmente criticar, como foi explicado pelo Filósofo da Matemática,
Jean-Michel Salanskis).
Henri Bergson nasceu de família
judia, filho de mãe inglesa e pai polaco. Viveu com os seus pais alguns anos em
Londres, mas aos nove anos regressou a Paris. Ali fez os seus estudos no Liceu
Fontanes onde ganha em primeiro lugar o prêmio de matemática no Concours
General resolvendo um problema de Pascal. Licenciando-se em Letras, em 1881
tornou-se professor, dando aulas em várias localidades da França, destacam-se
desse momento as aulas no liceu Blaise Pascal de Clermont-Ferrand.
Em 1889 obteve o doutoramento
pela Universidade de Paris com a tese “Ensaios sobre os Dados Imediatos da
Consciência”, e com uma tese secundária sobre Aristóteles. Bergson casa-se em
1892 com Louise Neuberger, uma prima do escritor francês Marcel Proust. Publica
seu segundo livro em 1896 sob o título Matéria e Memória. Passa a lecionar na
Escola Normal Superior de Paris dois anos depois. Em 1900, aos 40 anos, inicia
seus cursos a frente da cadeira de História da Filosofia Antiga no Collège de
France. No ano 1907, publica sua obra principal: “A Evolução Criadora” que une
crítica da tradição filosófica especulativa, com intuição da duração e com as
teorias evolucionistas de Herbert Spencer. Como diplomata, participa das
discussões sobre a Primeira Guerra Mundial e exerce influência sobre a decisão
dos EUA em intervir no conflito. Em 1918 Bergson torna-se membro da Academia
Francesa, dois anos depois, publica “Duração e Simultaneidade”, obra que
discute a comunicação de Einstein de 1905 sobre a Teoria da Relatividade
restrita.
A partir de 1925, passa a sofrer
de um reumatismo que o deixará semiparalisado, a ponto de impedi-lo de ir a
Estocolmo para receber o Nobel de Literatura de 1927. Escreve com grande
dificuldade seu último livro publicado em 1932: “As Duas Fontes da Moral e da
Religião”. Nessa época, aproxima-se do cristianismo, mas não se converte por
preferir ficar ao lado daqueles que serão perseguidos pelo regime Nazista de
Hitler. Faleceu em 1941, em 3 de janeiro, aos 81 anos, em Paris.
Bergson é frequentemente situado
na história da filosofia como espiritualista evolucionista.
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