Miramez
A alimentação animal, para o homem, é contrária à lei
natural?
− Na vossa constituição física, a carne nutre a carne,
pois do contrário o homem perece. A lei de conservação impõe ao homem o dever
de conservar as suas energias e a sua saúde, para poder cumprir a lei do
trabalho. Ele deve alimentar-se, portanto, segundo o exige a sua organização.
Questão 723/O Livro dos Espíritos
Dada a diversidade de opiniões,
mesmo entre os adeptos da Doutrina dos Espíritos, vamos transcrever aqui a
pergunta e a resposta de O Livro dos Espíritos, aqui focalizada:
− "A alimentação animal é, com relação ao homem,
contrária à lei da natureza?
− Dada a vossa constituição física, a carne alimenta a
carne, do contrário o homem perece. A lei de conservação lhe prescreve, como um
dever, que mantenha suas forças e sua saúde, para cumprir a lei do trabalho.
Ele, pois, tem que se alimentar conforme o reclame a sua organização.
Cabe ao homem, por lei,
respeitar as exigências do próprio organismo, desde quando não entre no
excesso, por já passar ao desperdício. Não se pode generalizar certos regimes;
eles devem ficar à solta para as consciências escolherem se devem segui-lo.
O Evangelho nos fala que em tudo
devemos dar graças, pois que essa é a vontade de Deus em Cristo para com todos
nós, mas nem de tudo poderemos usar. O alimento animal, com o progresso, deverá
ceder lugar à alimentação vegetariana. O homem já está nessa procura. Se a
carne tem proteínas indispensáveis à saúde humana, podemos perguntar: de onde
vêm elas? Será que não podem ser encontradas em outras fontes? Enquanto se
precisa da carne, usando-a com equilíbrio, o "não matarás" vai se
elevando no entendimento da sociedade, pelas asas do progresso.
A imposição é contrária à lei de
amor. Isso somente é permitido entre as raças primitivas, onde os encarnados
são como crianças que devem ser orientadas e dirigidas, sem que o livre arbítrio
possa se manifestar com mais amplitude. Se a organização fisiológica de alguém requer
carne animal, este pode enfraquecer se não a comer e não deve deixá-la; mas, se
o organismo já rejeita a alimentação animal, para que usá-la? Tudo no mundo
está certo, somente o que não é certo é usarmos o que não nos convém, por tais
ou quais circunstâncias.
Vamos anotar o que Marcos ouviu
de Jesus, registrado no capítulo sete, versículos dezoito e dezenove:
Então lhes disse:
Assim vós também, não entendeis?
Não o compreendeis que tudo o
que de fora entra no homem não o pode contaminar, porque não lhe entra no
coração, mas no ventre e sai para lugar escuso? E assim considerou Ele puro todos
os alimentos.
Se Jesus considerou puros todos
os alimentos, nós outros é que vamos condená-los? Cada um sabe escolher o que
lhe convém comer, principalmente o que já se encontra mais ou menos livre e que
conhece um pouco as leis de Deus, as leis naturais.
Não devemos censurar ninguém
porque come carne, nem considerar fanáticos os que se abstenham de comê-la. A
vida é plena de tudo, para que a paz possa reinar nos corações, dentro das leis
que regulam a liberdade de cada um. Cabe a todos nós mediarmos sempre e respeitarmos
os direitos dos outros, na frequência a sua evolução espiritual.
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