quinta-feira, 1 de setembro de 2022

ALIMENTO ANIMAL[1]

 


Miramez

 

A alimentação animal, para o homem, é contrária à lei natural?

− Na vossa constituição física, a carne nutre a carne, pois do contrário o homem perece. A lei de conservação impõe ao homem o dever de conservar as suas energias e a sua saúde, para poder cumprir a lei do trabalho. Ele deve alimentar-se, portanto, segundo o exige a sua organização.

Questão 723/O Livro dos Espíritos

 

Dada a diversidade de opiniões, mesmo entre os adeptos da Doutrina dos Espíritos, vamos transcrever aqui a pergunta e a resposta de O Livro dos Espíritos, aqui focalizada:

− "A alimentação animal é, com relação ao homem, contrária à lei da natureza?

− Dada a vossa constituição física, a carne alimenta a carne, do contrário o homem perece. A lei de conservação lhe prescreve, como um dever, que mantenha suas forças e sua saúde, para cumprir a lei do trabalho. Ele, pois, tem que se alimentar conforme o reclame a sua organização.

Cabe ao homem, por lei, respeitar as exigências do próprio organismo, desde quando não entre no excesso, por já passar ao desperdício. Não se pode generalizar certos regimes; eles devem ficar à solta para as consciências escolherem se devem segui-lo.

O Evangelho nos fala que em tudo devemos dar graças, pois que essa é a vontade de Deus em Cristo para com todos nós, mas nem de tudo poderemos usar. O alimento animal, com o progresso, deverá ceder lugar à alimentação vegetariana. O homem já está nessa procura. Se a carne tem proteínas indispensáveis à saúde humana, podemos perguntar: de onde vêm elas? Será que não podem ser encontradas em outras fontes? Enquanto se precisa da carne, usando-a com equilíbrio, o "não matarás" vai se elevando no entendimento da sociedade, pelas asas do progresso.

A imposição é contrária à lei de amor. Isso somente é permitido entre as raças primitivas, onde os encarnados são como crianças que devem ser orientadas e dirigidas, sem que o livre arbítrio possa se manifestar com mais amplitude. Se a organização fisiológica de alguém requer carne animal, este pode enfraquecer se não a comer e não deve deixá-la; mas, se o organismo já rejeita a alimentação animal, para que usá-la? Tudo no mundo está certo, somente o que não é certo é usarmos o que não nos convém, por tais ou quais circunstâncias.

Vamos anotar o que Marcos ouviu de Jesus, registrado no capítulo sete, versículos dezoito e dezenove:

Então lhes disse: Assim vós também, não entendeis?

Não o compreendeis que tudo o que de fora entra no homem não o pode contaminar, porque não lhe entra no coração, mas no ventre e sai para lugar escuso? E assim considerou Ele puro todos os alimentos.

Se Jesus considerou puros todos os alimentos, nós outros é que vamos condená-los? Cada um sabe escolher o que lhe convém comer, principalmente o que já se encontra mais ou menos livre e que conhece um pouco as leis de Deus, as leis naturais.

Não devemos censurar ninguém porque come carne, nem considerar fanáticos os que se abstenham de comê-la. A vida é plena de tudo, para que a paz possa reinar nos corações, dentro das leis que regulam a liberdade de cada um. Cabe a todos nós mediarmos sempre e respeitarmos os direitos dos outros, na frequência a sua evolução espiritual.



[1] Filosofia Espírita – Volume 15 – João Nunes Maia

Nenhum comentário:

Postar um comentário