João Vitor de Brito[2]
Com a pandemia, o uso dos
recursos tecnológicos se intensificou no mundo com uma velocidade exponencial.
Neste contexto, exigiu das instituições e centros espíritas a implantação de
atividades não presenciais, realizadas de forma remota, por meio de novas
tecnologias da informação e comunicação.
O movimento espírita também
acompanhou a tendência, na qual todos estão inseridos.
O aperfeiçoamento da Humanidade
ocorre de forma regular e lenta, que resulta da força das coisas. Quando,
porém, um povo não progride tão depressa quanto deveria, de tempos em tempos,
ocorrem abalos físicos ou morais que o auxiliam na mudança. Os homens não se
podem conservar indefinidamente na ignorância, porque têm de atingir a
finalidade que a Providência lhes assinou[3].
Deve-se considerar, portanto,
que faz parte do progresso intelectual do planeta o avanço nas ciências e
tecnologias, assim como direcionar esforços para superar situações adversas com
o objetivo de buscar a união e realização do bem, onde se façam necessárias.
Assim, a tarefa do movimento
espírita, mesmo quando virtualmente, continua com a mesma importância e
relevância de quando era possível a realização de eventos presenciais nos
centros espíritas e o cuidado de se comunicar de forma clara, precisa e
compreensível, mantendo postura amorosa, paciente e alegre, são premissas que
também devem ser seguidas nessa modalidade. Sem esses cuidados, os estudos
virtuais correm o risco de perder a dimensão humana e serem meramente
instrumento de informação.
Nesse momento, vale lembrar as
palavras do Mestre Jesus:
Onde quer que se
encontrem duas ou três pessoas reunidas em meu nome, Eu com elas estarei.
(Mateus, 18:20).
Dentre os recursos tecnológicos disponíveis
atualmente, seguem opções de acordo com a finalidade:
§
Plataformas e softwares de mídias digitais:
dentre essas plataformas, destacamos as que deram origem às salas virtuais,
permitindo a interação e divisão em grupos pré-estabelecidos, como Google
Meet, Zoom e Microsoft Teams, e os softwares que funcionam
como estúdios virtuais, onde pode-se fazer lives, com transmissões pelas redes
sociais, até de forma simultânea, em mais uma plataforma (StreamYard e OBS
Studio, por exemplo);
§
Aplicativos de trocas de mensagens, áudios e
vídeos, podendo ser utilizados para interação com grupos de estudos. Destaque
para WhatsApp e Telegram, que são os principais aplicativos
utilizados no mundo todo atualmente;
§
Plataformas de interação: têm o objetivo de
trazer uma dinâmica nos aprendizados de forma mais divertida e atrativa,
através de jogos, enquetes, pesquisas ao vivo, questionários, nuvens de
palavras, perguntas e respostas, dentre muitas outras opções disponíveis. Kahoot
e Mentimeter são exemplos de plataformas que atendem a essas finalidades;
§
Aplicativos de organização e planejamento: têm o
objetivo de ajudar no gerenciamento do conhecimento, na estruturação de documentos
e atividades nos grupos de estudos. Como destaque nesse nicho, citamos dois
exemplos: o Notion, aplicativo multifuncional, que permite ao usuário criar
um ambiente próprio, que se adeque às suas necessidades, como utilização de
caderno ou agenda digital, criação de lista de tarefas, bloco de anotação,
planilha ou documento de texto, podendo inserir fotos, tabelas, quadro de
atividades e outras customizações disponíveis; e o Padlet, ferramenta
on-line que possibilita a criação de mural ou quadro virtual dinâmico e
interativo para registrar, guardar e partilhar conteúdos multimídia, como textos,
imagens, vídeos e hiperlinks, juntamente com outras pessoas;
§
Organização de ideias e promoção de colaboração:
quando pensamos nessa finalidade, logo nos
vem à mente o conceito de gestão de informações através do método mapa
mental. Mapa mental é uma técnica de organização e memorização dos
pensamentos lógicos e ideias, com o objetivo de potencializar a capacidade do
cérebro de armazenar conhecimento e elaborar um raciocínio lógico mais rápido.
O XMind é um dos vários aplicativos que permitem montar um mapa mental
de forma digital.
Um ponto importante a ser
lembrado no ambiente virtual é o cuidado com as fontes para os estudos on-line,
pois há muito material sem fontes fidedignas, repassado continuamente.
Os cinco livros da Codificação e
as demais obras de Kardec estão disponíveis em vários sites como, por exemplo,
da FEB (www.febnet.org.br) ou Kardecpedia
(www.kardecpedia.com).
Para maior aprofundamento do tema,
acesse o documento orientador do CFN/FEB AEE on-line – Sugestões para o estudo
do Espiritismo:
[1] https://usesp.org.br/wp-content/uploads/2022/01/DE187-C.pdf - janeiro/fevereiro
2022 - edição 187
[2] João Vitor de Brito é 2º secretário e responsável pela
2ª assessoria do Departamento de Estudos Sistematizados da USE SP
[3] KARDEC, A. O livro dos espíritos. Tradução de Guillon
Ribeiro. 93ª ed., Brasília: FEB, 2013. 3a
Parte, cap. VIII, questão 783, p. 353.
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