segunda-feira, 11 de abril de 2022

FIRMINO DE ASSUNÇÃO TEIXEIRA[1]

 


Firmino de Assunção Teixeira, grande benemérito da causa espírita, nasceu em Murça, sub-região Douro, Portugal, em 14 de março de 1852, pobre e humilde..

Ainda novo, emigrou para o Brasil, com cerca de 14 anos de idade, fixando-se no Rio de Janeiro, onde viveu até aos 45 anos, tendo trabalhado sempre na mesma firma de comércio, primeiro como empregado e, mais tarde, como sócio-gerente, ali adquirindo fortuna.

De volta a Portugal, fixou-se na Póvoa de Varzim. Foi apresentado por Manuel Francisco Cavaco, dirigente da Sociedade Portuense de Investigações Psíquicas (SPIP), ao Dr. António Joaquim Freire. A simpatia que se formou entre eles levou-o a que, pouco depois, concedesse não só apenas à Federação Espírita Portuguesa (FEP), como à SPIP, os donativos necessários à aquisição das sedes próprias de ambas as instituições. Além disso, instituiu um legado permanente de 254.000$00 (a ser gerido pela FEP) para subsidiar as coletividades que melhor propagassem o espiritismo. Pela iniciativa desses donativos, o Conselho Deliberativo da FEP, em reunião de 5 de janeiro de 1929, aprovou por aclamação a proposta da sua Direção, para que fosse nomeado sócio benemérito daquela Casa.

Os donativos avultados que distribuía anualmente iam muito além das possibilidades da sua fortuna. Num admirável espírito de sacrifício, levando uma vida mais do que modesta quando os seus rendimentos lhe permitiam cercar-se de um luxuoso conforto, era com o produto das suas economias, sacrificando, por vezes, as suas comodidades, que realizava os seus vastos planos de filantropia, em gestos generosos.

Inteligente e organizado, caracterizava-se pela sua abnegação e bondade, ao ponto de numa homenagem póstuma, José Camilo de Almeida, da Mesa da Assembleia Geral da SPIP assim se lhe referir:

Imitemo-lo na simplicidade, na modéstia, na resignação calma e serena, enfrentando a dor com o sorriso nos lábios, porque ela é a mais poderosa alavanca do progresso espiritual do homem.

Sobre esse caráter, também postumamente, António Castanheira de Moura, referiria:

Exemplo de bondade, espírita convicto, consciente da sua função social, como equilibrante de ambições e dos desmandos dos homens, alheio a conluios ou interesses de facção, soube, como poucos, cumprir e realizar obra que, como exemplo, deixou aos espíritas, no mais elevado sentido de fraterna solidariedade, indicando-lhes assim o dever de continuarem a obra por si profundamente sentida.

Desencarnou, na Póvoa de Varzim, no Porto, Portugal, no dia 22 de Julho de 1932, com 62 anos de idade  após muitas lutas na vida, com o apreço de todos os que o conheciam, não esquecendo de deixar um recado aos, da época:

Imponham o Espiritismo pela inteligência, pois só assim poderão conquistar as elites do pensamento que serão os seus melhores propagandistas. A moral cristã será o seu lógico complemento. Editem folhetos, muitos folhetos e monografias de distribuição gratuita. O Espiritismo será o grande renovador do mundo e o melhor arauto da fraternidade humana e de toda a moral de Cristo. A Humanidade, desvairada pelo egoísmo, necessita mais ainda do pão do espírito, da luz do conhecimento neo-espiritualista, do que do pão do corpo. Mas cultivando o primeiro não devemos esquecer-nos do segundo.



[1] https://pt.wikipedia.org/wiki/Firmino_de_Assun%C3%A7%C3%A3o_Teixeira.

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